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sábado, 15 de janeiro de 2011

Os dois Brasis



O Brasil Sorridente da Dilma e dos seus ministros, na reunião em que decidiram que os milhares de desabrigados e desesperados do Rio receberão R$ 100 milhões, antecipação da Bolsa Família e o próprio FGTS, além de R$ 5 a mais no salário mínimo.

Por Coturno Noturno



O Brasil em Prantos da Dilma, onde cidades inteiras foram dizimadas pela irresponsabilidade do governo federal, que não liberou as verbas necessárias para a prevenção de riscos e não tem a mínima estrutura para evitar tragédias. Já são 555 mortos.

(As fotos foram tiradas quase ao mesmo tempo. Não houve minuto de silêncio na reunião da Dilma. Houve momento de risadas. Como eles estão felizes!)

Por O EDITOR

O Haiti é aqui


"Desabamento de casas não é culpa do clima

Rio - O Haiti é aqui, com uma diferença: as causas das nossas tragédias são muito mais graves que vulcões, tsunamis ou terremotos.

A criminosa omissão do poder público estimula o crescimento e proliferação de favelas e moradias em áreas de risco com consequências previsíveis, como a que vitimou dezenas de moradores e pelo menos sete bravos bombeiros.

Em meio à catástrofe, ainda vemos o prefeito de Teresópolis, Jorge Mario (PT), culpar o clima."

Átila

morador de Teresópolis, RJ


"Se não encontrarem meu filho, eu passo o resto da minha vida tirando aquela lama de lá",


Rio foi alertado em 2008 sobre risco de desastre em região onde 547 já morreram


Estudo pago pelo próprio governo do Estado apontava necessidade de medidas para minimizar riscos de desastres

Levantamento mostra vários fatores que ameaçam a população; secretário afirma que priorizou outras áreas


EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense -como a que ocorreu na última segunda-feira e que já deixou ao menos 547 mortos.

A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os municípios mais devastados pelas chuvas e que registram o maior número de mortes. Essas cidades tiveram, historicamente, o maior número de deslizamentos de terra.

O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas.

O estudo apontou que Petrópolis e Teresópolis convivem com vários fatores de risco diferentes -boa parte da área urbana em montanhas e planícies fluviais- e podem ser atingidas por desastres "capazes de gerar efeitos de grande magnitude".

Sobre Nova Friburgo, o documento relata que boa parte de sua população vive em áreas de risco. A cidade registra um dos maiores volumes de chuva do Estado do Rio.

O secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o mapeamento de áreas de risco foi feito, faltando "apenas" a retirada dos moradores, e que os parques florestais da região também foram ampliados.

O governo do Rio gastou dez vezes mais em socorro a desastres do que em prevenção em 2010.

Foram R$ 8 milhões para contenção de encostas e repasses às prefeituras contra R$ 80 milhões para reconstrução.

O mesmo acontece com o governo federal, que gastou 14 vezes mais com reconstrução do que com prevenção.

Neste ano, a União já liberou R$ 780 milhões para ajudar locais atingidos por enchentes e recuperar rodovias.


ESTUDO



O estudo feito a pedido do governo do Estado em 2008 não apontou os locais exatos de risco de deslizamentos, mas levantou as cidades com maior número de desastres naturais entre 2000 e 2007 e os níveis de ocupação.

A geógrafa Ana Luiza Coelho Netto, professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenadora do trabalho, disse que o estudo tinha o objetivo de apontar regiões vulneráveis. Por isso, afirmou, não foi possível detalhar os pontos exatos de risco aos moradores. "A partir do estudo poderiam ter feito um detalhamento maior nas áreas mais problematizadas."



Ontem, em mais uma cidade apontada no relatório, Sumidouro, moradores contabilizavam os mortos. No município, com quase 90% de sua área na margem do rio, pelo menos 19 pessoas morreram. Segundo moradores, corpos foram retirados e enterrados por eles devido ao isolamento da região, que dificulta o resgate.

""Se não encontrarem meu filho, eu passo o resto da minha vida tirando aquela lama de lá"
, diz a lavradora Patrícia dos Santos, 24, que conseguiu escapar a tempo do desabamento de sua casa.

Colaborou LUIZA BANDEIRA , enviada especial a Sumidouro

O que não houve, até agora, foi a decisão de impedir que as tempestades que açoitam a região serrana todos os verões produzam tragédias como a de quarta-feira.


A tragédia fluminense
 

O Estado de S.Paulo

Desastres naturais de proporções assustadoras, como os que ocorreram na região serrana do Rio de Janeiro, geralmente são causados por uma rara combinação de fatores, como uma chuva de intensidade anormal, a existência de solo encharcado e instável em decorrência de chuvas anteriores, declives acentuados, falta de vegetação adequada, entre outros.

Mas desastres como esses só se transformam em tragédias humanas porque, com a tolerância e até o estímulo irresponsável do poder público, áreas sob risco permanente de deslizamentos são ocupadas desordenadamente.

Na região serrana fluminense, nas encostas e nas áreas devastadas pela avalanche de lama e pedras encontram-se desde favelas até residências de padrão elevado, sítios de lazer e hotéis de luxo.

A ocorrência, há décadas, de tragédias semelhantes à registrada agora em Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis e Sumidouro - os municípios mais afetados pelos deslizamentos que, além das centenas de mortes, provocaram o caos, com a interrupção dos serviços urbanos essenciais, o que dificultou ainda mais o socorro às vítimas - deveria ter servido de alerta às autoridades no sentido de adotar medidas preventivas para, pelo menos, reduzir os efeitos das tempestades de verão.

Em 1967, a região de Petrópolis foi duramente castigada por um temporal que provocou a morte de 300 pessoas.

No ano passado, deslizamento em Angra dos Reis matou 53 pessoas e desalojou outras 3.500.

Em todo o Estado do Rio, desastres naturais decorrentes das chuvas provocaram a morte de 74 pessoas em 2010.

A liberação imediata de R$ 780 milhões do governo federal - por meio de medida provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff -, para auxiliar os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e os municípios mais afetados pelas chuvas recentes, permitirá o início rápido de obras e serviços de recuperação da infraestrutura danificada ou destruída.

O dinheiro se destinará também a socorrer as vítimas e, na medida do possível, restabelecer a normalidade nas localidades mais atingidas.

Certamente essa verba é insuficiente para tudo isso, mas sua rápida liberação - da mesma forma que a liberação de 7 toneladas de remédios e materiais médicos e o envio de homens da Força Nacional de Segurança Pública para auxiliar no socorro às vítimas - autoriza a esperança de que as coisas mudem com o novo governo.

O que não houve, até agora, foi a decisão de impedir que as tempestades que açoitam a região serrana todos os verões produzam tragédias como a de quarta-feira.

Desde sempre, as autoridades locais, às quais compete regulamentar e fiscalizar o uso do solo e impedir a construção de moradias em áreas de risco, como as encostas e as regiões sujeitas a inundações, assistiram impávidas à ocupação desordenada dessas áreas.

Na esfera federal, a verba reservada no orçamento do ano passado do Ministério da Integração Nacional para o Programa de Prevenção e Preparação para Emergência e Desastres era de R$ 425 milhões, mas apenas R$ 167,5 milhões foram aplicados, de acordo com levantamento da organização não governamental Contas Abertas, com base em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo.

Nenhum centavo dos R$ 450 mil previstos para "apoio a obras preventivas de desastres/contenção na estrada Cuiabá" (em Petrópolis, uma das áreas onde houve deslizamentos) foi aplicado.

Nova Friburgo, que registrou o segundo maior número de mortes na quarta-feira, deveria receber R$ 21,5 milhões para "obras de pequeno vulto de macrodrenagem", mas nada recebeu, de acordo com reportagem do jornal O Globo.

Foi graças à imprevidência das autoridades - para não dizer descaso - que se repete em 2011 a tragédia de 1967.

Além de afetar dolorosamente a vida das famílias, a falta de projetos e ações destinadas a evitar a ocorrência de desastres naturais em áreas ocupadas por residências tem um forte impacto financeiro.

Por não aplicar o que pode em prevenção, o governo acaba tendo de gastar muito mais em obras de recuperação.

Que a presidente Dilma aproveite este primeiro desafio a que é submetida para demonstrar que não veio apenas para continuar o que Lula fez.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A grande tragédia carioca

RIO DE JANEIRO

O Estado do Rio de Janeiro defronta-se com a maior tragédia climática da história do país. O forte temporal, que atingiu principalmente a região serrana do estado, já contabiliza a morte de mais de cinco dezenas de pessoas.

A presidenta Dilma fez-se presente com mais presteza que seu sucessor. Prometeu milhões para ajudar na reconstrução, ajuda de todos os ministérios e solidarizou-se com as vitimas.

Os flagelados das enchentes do nordeste, do ano passado, ainda não viram chegar nem os milhões, nem as providencias federais prometidas por Lula.

Vamos ver o que acontecerá com as promessas de Dilma
Foto: Getty Images


A força das águas e a destruição dos acessos, está dificultando o socorro as vitimas, algumas delas, isoladas  em meio a um mar de água e lama.

Por Toinho de Passira
Fontes: El Pais, The New York Times, The Guardian, G1

A todo o momento os sites que falam da tragédia provocada pela tempestade na Região Serrana do Rio, atualiza o números de mortos, se pela manhã se falava em 300 agora se constata que as vítimas fatais podem chegar à bem mais que 500. Pelo número de vítimas fatais essa já é a maior tragédia climática da história do país.

Segundo o Portal G1, a chuva na Região Serrana do RJ, que provocou oficialmente 506 mortes. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.
Foto: Associated Press


Uma das vítimas fatais encontrada em Teresópolis

Às 22h10, desta quinta-feira, a prefeitura de Teresópolis, informou que o número de mortos na cidade subiu para 223. Em Nova Friburgo, o número subiu para 225, segundo o coordenador da Defesa Civil do município, coronel Roberto Robadey. Em Sumidouro, a prefeitura confirmou um total de 19 mortos. Já em Petrópolis, a prefeitura divulgou que o total de mortos chega a 39 mortos. A Polícia Civil informou que 470 corpos já foram identificados pelos peritos do IML (Instituto Médico Legal).

A chuva que devastou a Região Serrana do Rio esta semana já matou mais gente que a tragédia de Angra, no início do ano passado, e as chuvas de abril, que arrasaram locais como o Morro dos Prazeres, na capital fluminense, e no Morro do Bumba, em Niterói, na Região Metropolitana


Foto: Reuters


Dilma, que visitou Nova Friburgo, junto com o governador Sergio Cabral, tem agora a chance de mudar o perfil de descaso com que os sobreviventes das vítimas de catastrofes são tratadas pelo governo federal no Brasil

Após sobrevoar a Região Serrana do Rio nesta quinta-feira (13), a presidente Dilma Rousseff e o governador Sérgio Cabral, estiveram em Nova Friburgo e falaram sobre os trabalhos de resgate e reconstrução nas áreas atingidas pela chuva.

“É de fato um momento muito dramático. As cenas são muito fortes. É visível o sofrimento das pessoas. O risco é muito grande”, disse Dilma.

Sobre a prevenção de deslizamentos, Dilma disse que a questão é de ocupação adequada do solo.

Dois corpos foram achados nos escombros da Rua Luís Spinelli, no Centro de Nova Friburgo, após a retomada das buscas no fim da tarde desta quinta-feira (13), com a trégua da chuva. Um deles é o do sargento do 6º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM), Marcos Antônio Werly da Conceição, o último dos três bombeiros que foram soterrados na quarta (12), durante as buscas por vítimas das chuvas.

Mais cedo, outro corpo já havia sido resgatado do mesmo local, e a Defesa Civil de Nova Friburgo chegou a suspender as buscas no local, após o reinício da chuva, por medida de segurança, mas o resgate foi retomado.

Foto: Valter Campanato/ABr


NOVA Friburgo- A força das águas destruiu irremediavelmente milhares de residências.

O ex-prefeito de Nova Friburgo, Paulo Azevedo, e o filho Mateus estão entre os desaparecidos depois da chuva. Desde a manhã dezenas de pessoas formam uma fila em frente ao ginásio Celso Peçanha da escola estadual de Nova Friburgo, em busca de informações de amigos e parentes desaparecidos no temporal.

Um comboio da Marinha segue para montar o hospital de campanha que atenderá a vítimas das chuvas na cidade. Desde quarta-feira (12) um grupo avançado já estava na cidade para avaliar o melhor local para instalar o serviço.

O acesso à Região Serrana ainda é complicado nesta quinta-feira.

Foto: Vladimir Platonow/ABr


O momento dramático do sepultamento das vítimas, em Teresópolis.

Familiares das vítimas da chuva que atingiu Teresópolis reuniram-se na tarde desta quinta-feira para os enterros dos corpos. O Cemitério municipal Carlinda Berlim ficou lotado e, segundo os responsáveis pelo local, a expectativa era de que 145 pessoas fossem enterradas lá. Novas covas individuais precisaram ser abertas para receber os mortos.

A prefeitura designou dois abrigos para receber desabrigados: o Ginásio Pedrão, no Centro de Teresópolis, com capacidade para 800 pessoas, e um galpão no Bairro Meudon, onde podem ser alojadas 400 pessoas. O prefeito decretou luto oficial na cidade.

Começou a funcionar, na manhã desta quinta, o Hospital de Campanha do Corpo de Bombeiros, que foi montado na cidade. Ele fica próximo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e da prefeitura local, e vai ajudar no atendimento às vítimas das chuvas na região.

O secretário de Defesa Civil de Teresópolis, Flávio Luiz Castro, afirmou na tarde desta quinta que as regiões mais atingidas por desabamentos e deslizamentos não eram ”áreas prioritárias de risco”. De acordo com o secretário, a prefeitura tem um plano que analisa regiões de risco, e afirmou que os bairros afetados não estavam nessa lista.


Foto: Getty Images


Como sempre, herois anônimos e voluntários, evitam que a tragédia tornem-se ainda mais dramática

As equipes que trabalham no resgate às vítimas das chuvas no Vale do Cuiabá, em Itaipava, distrito de Petrópolis, encontraram, nesta quinta, 26 pessoas que estavam isoladas e incomunicáveis.

De acordo com a prefeitura de Petrópolis, elas foram localizadas pouco antes das 14h nas regiões conhecidas como Alto Cavalo e Santa Rita, locais com o maior grau de dificuldade de acesso. Segundo a Defesa Civil, nenhum óbito foi registrado no local.

Segundo a Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac), já foram encaminhados alimentos, água, material higiênico, entre outros para o auxílio das vítimas.

O tenente-coronel Geraldino, do Corpo de Bombeiros de Itaipava, informou que as buscas são prejudicadas nos locais mais acidentados e sem iluminação, mas o comando da unidade informou que o resgate não se encerrará totalmente no começo da noite, já que ainda há informações de pessoas vivas que estão em áreas isoladas.
Foto: Vladimir Platonow/ABr


O ginásio de Teresopolis transformado num abrigo as familias que perderam suas moradias
A Prefeitura de Petrópolis já recolheu 15 toneladas de alimentos não perecíveis para ajudar as vítimas da chuva da cidade. Foram recolhidos ainda cerca de mil colchonetes, 5 mil litros de água, 10 toneladas de roupa, além de 3 mil rodos e 3 mil vassouras.

Foto: Captura de Tela


A tragedia carioca repercutiu na imprensa mundial



Foto: Reuters


A criança dormindo a salvo no abrigo, arremete-nos as responsabilidades de nossas autoridades, que não tomam medidas eficazes para evitar que tragédias como essa fiquem a bater recordes sobre recordes, numa macabra competição de irresponsabilidade pública, sejam evitadas ou pelo menos minimizadas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Somos todos uns otários: uns são otários vivos; outros, infelizmente, já são otários mortos.


Sérgio Cabral e os otários


Já são mais de 300 mortos no Rio.

Não vou ficar fazendo “jornalismo papa-defunto”, a exemplo do Partido da Imprensa Petista, que tentou matar afogado o prefeito Gilberto Kassab, recuando depois que o Rio de Sérgio Cabral decidiu provar, mais uma vez, que, em matéria de tragédia, não tem pra ninguém.

Reportagem da Folha de hoje mostra que a Defesa Civil do estado ignorou alerta do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) sobre chuvas fortes. Foi emitido às 16h23 de anteontem. O órgão estadual diz ter levado em conta a informação do Simerj (Serviço de Meteorologia do Estado do Rio), que não previu os temporais. Bem, providência número um: DEMITIR TODO MUNDO DO SIMERJ. É claro que eles não são responsáveis pela tragédia. Só não sabem fazer o seu serviço. Mas sigamos.

Ainda que a Defesa Civil tivesse considerado a informação do Inmet, não haveria tempo para muita coisa. Mesmo que cada município da região serrana do Rio saísse com um megafone pedindo que moradores de áreas de risco deixassem suas casas, a maioria não deixaria. Fica caracterizada uma certa desídia? Fica, sim. Mas convenhamos: irrelevante para o caso quando se considera o tamanho da tragédia.

Tragédia que vai se repetir no ano que vem se chover o mesmo que choveu agora - ou, o que é ainda mais apavorante, talvez nem precise ser o mesmo: ninguém sabe quanta água é necessária para que a terra comece a se liquefazer; e se bastar a metade?

É preciso admitir que haverá mais mortes no ano que vem. Cumpre ao poder público atuar para diminuir as ocorrências. E então vem a pergunta realmente pertinente: o que foi feito em um ano com esse propósito? Praticamente nada! No máximo, o ausente governador Sérgio Cabral deu uma declaração ao jornal O Globo, destacada ontem no Jornal Nacional, condenando as ocupações irregulares. Entendo… Apenas um homem sensato!!!


Não obstante, a campanha eleitoral de Dilma Rousseff e do governador deram a entender que tudo estava resolvido. O Rio, na discurseira lulista-dilmista-cabralina, parecia ter atingido o nirvana da administração pública. O estado nos foi oferecido como exemplo de administração séria, responsável, eficiente. Mais do que isso: a então candidata petista o tratava como exemplo a ser seguido.


Reitero: dada a realidade das ocupações irregulares, ocorrências dramáticas são inevitáveis. A questão é saber o que de fato se fez em um ano para minorar os estragos e preservar vidas. A resposta é esta: produziram-se discursos e mistificações.

E ai de quem ousasse evidenciar que as coisas não eram bem como pareciam ser: o governador Sérgio Cabral chamava o crítico de “otário”, como bem sabe o jovem Leandro.

De fato, somos todos uns otários: uns são otários vivos; outros, infelizmente, já são otários mortos.

13/01/2011


domingo, 9 de janeiro de 2011

Alerta aos pais. Brasil vai lançar Kit-Gay nas escolas


"kit-gay"
O Deputado Jair Bolsonaro denuncia no plenário e com provas, o "kit-gay", que será lançado pelo governo Dilma no próximo ano letivo para as crianças da faixa dos 7 aos 10 anos de idade.

O kit contém entre outras aberrações, dois vídeos com as respectivas historinhas.

No primeiro, o menino Ricardo, ao ver o "piu-piu" de um coleguinha no banheiro, se apaixona pelo dono do "pintinho" e, a partir daí, adota, para si mesmo, um novo nome. Deixa de ser Ricardo, e exige ser chamado de Bianca.

Na segunda história, o vídeo ensina como as meninas lésbicas devem beijar as suas respectivas namoradas, com detalhes por exemplo, até que profundidade a língua de uma deve entrar na boca da outra.

Mórbido e inacreditável, mas é a pura verdade, conforme acusa o deputado, brandindo jornais onde a asquerosa notícia foi publicada, inclusive no Jornal da Câmara.
Veja aqui.

OPINIÕES DE CIDADÃOS BRASILEIROS PUBLICADAS NO JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO


Opiniões do Leitor


 07.11.2011


PRIVILÉGIOS E MORDOMIAS
Mal para o País

É ultrajante, incompreensível e indigno que os filhos do ex-presidente Lula tenham recebido passaporte diplomático. É também ofensivo que Lula passe férias à custa do povo brasileiro. Nunca antes neste país tivemos exemplos tão deletérios para o povo. Como bem disse Roberto Macedo em seu excelente artigo de ontem (A2), Lula não foi nem ótimo nem bom. Só compreenderão o mal que ele fez ao Brasil daqui a algum tempo, mesmo esses que o idolatram sem saber por quê.


MARIA TEREZA MURRAY


Mau exemplo

Lula não se conforma em não ser mais presidente, pode-se compreender. O que não combina com um cidadão que foi presidente é a falta de escrúpulos, de compostura e, por que não, de educação de um homem público que usa suíte presidencial em unidade do Exército no Guarujá e dois dias antes de deixar o cargo solicita passaportes diplomáticos para os filhos. Atitude incompreensível de quem se diz estadista.


MARIO NEGRÃO BORGONOVI


Por que o espanto?

Afinal, como herdeiros de nosso Rei Sol, do nosso Grande Líder, da Encarnação do Povo, os filhos de Lula têm direito divino a passaportes diplomáticos. Eles estão muito acima de nós, reles plebe que precisa enfrentar filas de meses para obter um passaporte comum. Sem contar os vistos, dado que países como EUA e Japão ainda não se deram conta da grandeza desta terra e de sua gente.



MARCELO GUTERMAN


Rei morto, rei posto

Gostaria de saber com quem devo falar para passar alguns dias sob proteção e curtindo a tranquilidade da Praia do Forte, no Guarujá, onde o cidadão Luiz Inácio passa férias à custa do povo brasileiro. O sr. Luiz precisa entender que suas mamatas acabaram, pois rei morto, rei posto. Sou contra ex-alguma coisa continuar a ter certos privilégios. Ele agora é cidadão comum, deve respeitar a Constituição e todas a leis vigentes neste país, caso contrário deverá pagar por seus atos, ou vai continuar a ter imunidades e a zombar de tudo e de todos. Como ele classifica a herança interna e externa que deixou? Acorda, Luiz, tua realidade agora é outra.



JOSÉ FERNANDEZ RODRIGUEZ


GOVERNO DILMA


Mais do mesmo

Em editorial de 5/1 (A3) o Estado demonstrou que a presidente Dilma Rousseff não conseguirá andar com suas próprias pernas e, o que é pior, tropeçará tentando andar com quatro: as delas mais as do criador, Lula. Prova emblemática disso é a atuação do "chanceler fantasma" Marco Aurélio Top Top Garcia, que continua deitando e rolando na política externa, sem dar a mínima para o novo ministro das Relações Exteriores. Sintomaticamente com a mesma estatura de seu antecessor, o ministro Patriota ficará limitado a cuidar da casa Itamaraty, destituída de seu antigo brilho e reduzida a repartição burocrática.



HÉLIO DE LIMA CARVALHO


QUINTO MUNDO

O Itamaraty concedeu de forma arbitrária passaporte diplomático aos filhos de Lulla, enquanto ele e sua família continuam usufruindo as mordomias a que se habituou durante oito longos anos. Que país de Quinto Mundo é o Brasil? Não se extradita terrorista para um país democrático, mas extraditam-se, sim, atletas para ditaduras. Infelizmente, seremos sempre assim enquanto o povo não for educado para exigir de seus dirigentes posturas corretas. Que vergonha!



Deborah Ma

A FARRA CONTINUA

Quando você pensa que a era dos absurdos de Lula acabou, vem o hoje desmoralizado Itamaraty nos surpreender, concedendo passaportes diplomáticos aos filhos do ex-presidente. Tudo no apagar das luzes do fim de mandato de Lula. Ou seja, 29 de dezembro de 2010...


Com que direito se fez essa concessão?! Será que o fantasma das excrescências da gestão de Lula vai continuar desrespeitando nossas leis, mesmo no período de Dilma?


Chega de esculhambação com a nossa Nação! Este tipo de lulismo nós repudiamos...



Paulo Panossian


INVESTIGAÇÃO MINUCIOSA

É vergonhoso que o Itamaraty se tenha prestado ao papel de dar passaportes diplomáticos aos filhos do ex-presidente Lula, válidos por quatro anos, dois dias antes de ele deixar o cargo. Tal concessão de passaportes diplomáticos foi feita em desacordo com a lei, em clara ofensa aos princípios da legalidade, igualdade, impessoalidade e moralidade, além de ser um ato antiético. A lei deveria ser igual para todos, sem quaisquer privilégios. Já está na hora de Ministério Público, Polícia Federal e Receita Federal abrirem uma investigação minuciosa sobre os filhos de Lula: além dos passaportes diplomáticos, um deles virou acionista de uma empresa milionária e residia em apartamento nos Jardins avaliado em R$ 1,8 milhão, sem gastar um centavo. É um péssimo exemplo que Lula dá ao povo brasileiro.



Renato Khair


FALSO ESTADISTA

Parece que o Lula nunca se vai afastar do cargo de presidente. Já não bastava o seu vergonhoso último ato (não concedendo a extradição do Battisti), agora, já fora de suas funções, obteve passaporte diplomático para dois de seus filhos (concedido pelo Itamaraty) e reuniu a família no Forte dos Andradas (Guarujá). Exemplos claros que, como sabemos, nunca seriam atos de um estadista como ele julga ser.


Laert Pinto Barbosa


BENESSES

Marco Aurélio Garcia, o "famoso" assessor de Lulla, mantido no governo Dillma, diz que passaportes de filhos de Lula são irrelevantes.


Ora, bolas! Sim, tudo é irrelevante: as contas secretas do Planalto, o mensalão (que não existiu, para elles), os dólares na cueca, o escândalo dos Correios, os acordos (troca de cargos e dinheiro público) com o Executivo e o Congresso, etc., etc., etc. Também são irrelevantes as mordomias que a família Lulla está desfrutando em área privativa do Exército Brasileiro no Guarujá?


A corrupção, a leniência, a falta de ética e de pudor, a "herança maldita" de FHC, tudo também é irrelevante, sr. Garcia? Não se esqueça que a moral, a ética e a cidadania não são irrelevantes, ao contrário, são MUITO RELEVANTES para um governo que deve dar o exemplo positivo, não negativo, de como administrar e gerir as coisas públicas, de "todos os brasileiros", não só de um grupo palaciano. Os mínimos detalhes, sr. Garcia, fazem a diferença.



Sérgio Freire

O ‘CARA’ (DE PAU)

O que até agora veio à tona (outras coisas virão e muitas permanecerão camufladas) é que Lula aproveitou não apenas as delícias do poder enquanto presidente, mas cuidou para que se estendam o máximo possível, em benefício próprio. Por exemplo, está utilizando hospedagem grátis (paga com dinheiro do povo) nas dependências do Exército em praia do Guarujá, o que é manifestamente imoral e sem justificativa ética; trouxe para São Paulo 11 caminhões de presentes que amealhou enquanto presidente, um dos quais refrigerado para o transporte de bebidas, coisas que pertencem ao povo, não a ele; solicitou e obteve a concessão ilegal de passaportes diplomáticos para seus filhos, válidos pelos próximos quatro anos. Lula revela-se em toda a plenitude, mostrando que realmente é o "cara" de pau, o que já era notório. Vamos abrir no Orkut a comunidade sobre os privilégios do ex-presidente.



Paulo Serodio


MONARQUIA

Neste pobre país de tão poucas raízes republicanas, de um povo inebriado pelo crediário consumista e alheio ao escárnio espetaculoso de representantes políticos prendado as finanças públicas e apropriando-se do Estado e de seus privilégios típicos de republiquetas de bananas, o instituto da reeleição (obra e graça da patética oposição peessedebista, que se apequena, dia a dia) e da ascensão de Lula ao poder, com toda a sua carga amoral e oportunista, demonstrada ad nauseam desde que era líder sindical, nos anos 80 do século passado, criaram uma nova dinastia, que lhe faculta impunidade, riqueza súbita, passaportes diplomáticos, áreas militares e seus capangas a serviço do descanso do imperador. A monarquia de fato que o País ostenta é a paga pós-eleição aos incautos brasileiros.



Nelson Gomes Affonseca


CHEFE?!

Militares abordaram jornalistas da Folha de S.Paulo, numa embarcação em mar aberto, tomaram-lhes os equipamentos e os celulares, e avisaram: "Sabe que nós fazemos a segurança do chefe, e o chefe não gosta de ser incomodado quando ele está descansando." Os agentes Mizael, Rodrigues e o sargento do Exército Frederico estão muito mal informados. Lula, hoje em dia, é chefe só de dona Marisa.



Mas reclamar pra quem?

Lula é o dono do Brasil. Comprou a propriedade de "porteira fechada", incluindo móveis, utensílios, oposição, jornalistas, apresentadores, rádios, emissoras de televisão, jornais e revistas, Ministério Público, Procuradoria-Geral, Exército e policias. Ele faz o que quer, na hora que bem entende. E você, cidadão, eleitor e contribuinte, não tem a quem reclamar. Durma com um barulho desses, vá chorar na cama, que é lugar quente. Tire o cavalo da chuva. Tá tudo dominado.


Maria Cristina Rocha

CENSURA

O que aconteceu com os repórteres da Folha de S.Paulo, no Guarujá, na ocasião em que estavam trabalhando, simplesmente cumprindo os deveres que o cargo exige, cobrindo as férias de Lula, foram expulsos sob alegação de invasão de área militar, motivo este negado pelos jornalistas. Como devemos interpretar essa atitude? Uma afronta à liberdade de imprensa ou uma "censura", que é o que vem ocorrendo com o Estadão há 525 dias.



Angelo Tonelli

Inebriado pelo poder conquistado após décadas de inveja explícita e, uma vez que sua subalterna não dá mesmo as cartas, o desencarnado continua a se lambuzar com mordomias pagas pelo povo. Hospedagem gratuita em suíte presidencial seria um pecado menor se sua prole não se beneficiasse de passaportes diplomáticos, pois representará o País (?) mesmo sem ocupar nenhuma posição que justifique tal procedimento. Onde e por que o Brasil necessitaria ser tão inconvenientemente representado?


Flavio Marcus Juliano


CASA DA MÃE JOANA

O "ex" Luiz Inácio Lula da Silva está hospedado em instalações oficiais com toda a família, despesas por conta do contribuinte. Enquanto isso, lá no desmoralizado Itamaraty, o grande Celso Amorim, para fechar com chave de ouro sua vergonhosa passagem pelo Ministério das Relações Exteriores, dá passaporte diplomático com validade de quatro anos, até 2014, para os filhinhos do "cara". Viva o profeta Charles de Gaulle ("o Brasil não é um país sério", teria dito há 45 anos). Nem Nostradamus acertou tanto.



Humberto de Luna Freire


HOMEM DO POVO?

O ex-presidente, talvez o homem público que mais esbanjou dinheiro público desde Pero Vaz caminha, está usando o forte do Exército no Guarujá para descansar graciosamente - mantinha 68 homens na cozinha dele em Brasília, para cuidar de sua alimentação. E esse senhor se diz "homem humilde, encarnação do povo, operário" e outras baboseiras.


Em fevereiro, vai pedir à presidente Dilma Rousseff para ser "aspone" em Brasília, pois quer mais dinheiro do governo, do tipo cartão de crédito, com o qual ele gastava em média R$ 1 milhão por mês.



Celso de Carvalho Mello


LULA E O ESTELIONATO DA OPINIÃO PÚBLICA

Em discursos no final do mandato, o ex-presidente Lula declarou que foi muito fácil administrar o Brasil e não vi nem ouvi nenhum tipo de repercussão dessa frase na imprensa, apenas reproduziram sua fala.


Como alguém pode considerar fácil administrar o Brasil, com todas as complexidades e os problemas que temos em nosso pais? A reposta não pode ser outra: ele simplesmente não administrou o País nem um dia sequer, ficou o tempo todo discursando em palanques, usufruindo a estrutura montada pelo governo anterior.


Ora, se a imprensa não teve coragem de condenar nem mesmo essa manifestação do então presidente, está aí a prova claríssima de que a altíssima popularidade de Lula foi alcançada através da cumplicidade dos meios de comunicação, que praticamente não reprovaram seu comportamento de se promover o tempo todo, distorcendo a realidade dos fatos.


O mais curioso disso tudo é que a imprensa foi atacada por ele e por seus "companheiros" durante os últimos oito anos, como se fosse uma atitude de chantagem adicional, para manter a imprensa razoavelmente sob controle.


Temos que ser realistas, fora distribuir Bolsas-Família para alguns milhões de brasileiros, no que realmente o Brasil avançou em seu governo? Na minha opinião, em absolutamente nada: a saúde, a segurança, o Judiciário, a educação, as áreas de transporte e infraestrutura continuam no mesmo estado lastimável em que sempre estiveram e também não houve qualquer avanço em temas expressivos para o nosso desenvolvimento, como reformas tributária, política, da legislação trabalhista e previdência, entre outros.


Então, como explicar o fantástico índice de aprovação do então presidente? Só pode ser fruto de propaganda maciça, enaltecendo feitos que nunca ocorreram, e temos de ser honestos, isso só foi possível com significativa ajuda dos meios de comunicação.


Bem, se isso não é um estelionato da opinião pública, o que é, então?

Paulo Roberto Curi


A FARRA DO BOI...

Oito caminhões com a mudança, férias privilegiadas no Guarujá, passaporte diplomático para os rapazes. Ainda bem que os Lula da Silva deixaram o poder. Ou não?



Eliana Pace

JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO



CAPRICHO E SENTIMENTALISMO BARATO





Por Conde Loppeux de la Villanueva

A política atual é uma sucessão de enganos ideológicos, de grosserias patéticas. A imprensa brasileira, na cobertura da posse da presidente da república Dilma Roussef, vendeu a idéia “maravilhosa”, “sacrossanta”, de que o Brasil terá a primeira mulher com a faixa presidencial. O que isto tem de importante para a política, ainda não consigo entender. Mas parece que a democracia está sujeita a “agendas” politicamente corretas. Falo “democracia” no geral, porque nos Eua também a imprensa ocidental (e a brasileira não escapou da jumentice) bombardeou a tolice do “primeiro negro” presidente da nação norte-americana como o sinônimo milagroso do progresso humano.

“Primeira mulher”, “primeiro negro”, clichês vendidos como se fossem especialidades de um bicho de zoológico. E há mulheres e negros que se sentem lisonjeados com essa distinção tosca. Isto porque em antigas eras, a mulher e o negro no poder nunca seriam sinônimos de empolgação alguma. Alguém no século XVI acharia alguma “revolução sexual” nas monarquias europeias, se visualizassem mulheres da estirpe de Isabel a Católica, Elizabeth I, Mary Stuart ou Catarina de Medici como as monarcas mais poderosas e controvertidas de toda a Europa? Ou quem sabe Catarina II da Rússia ou Maria Teresa da Áustria, em pleno século XVIII? Com certeza, para os contemporâneos dessas monarcas, ser mulher era o de menos. Ainda que alguns pudessem objetar a ascensão do belo sexo no governo, os súditos estavam mais preocupados com as qualidades éticas, morais e políticas de suas majestades do que o sexo delas. Se o Brasil estudasse história, saberia que teve mulheres notáveis no governo, como a imperatriz Leopoldina e a princesa Isabel. Convém dizer que a principesca Isabel de Bragança fez mais pelos negros do que todo o famigerado Ministério racista da “Igualdade Racial”.

Porém a história da república brasileira é tão vergonhosa que precisa ignorar os tempos gloriosos em que o país foi monárquico. Claro, a monarquia é machista e a república é “feminista”. Os slogans políticos vazios de bom mocismo encontrados da democracia brasileira são mais importantes do que os fatos concretos que a desmoralizam.


O mesmo se diria dos negros. Não houve negros governantes, ao menos, na África? E ao que parece, os reis tribais africanos nunca foram exemplos cristãos de virtudes políticas. Só no mundo ocidental é que negros decentes tiveram chances de mostrar suas capacidades de governo.

E o sexo e a cor do candidato vão fazer diferença na capacidade de governar? E quantos homens negros e mulatos não tiveram importância na história política e cultural do Brasil? Com certeza esses homens negros tiveram mais qualidades intelectuais e políticas do que a "negritude" pagodeira ridícula da atualidade.


Se não bastassem os desvarios da cultura politicamente correta, o governo Lula inaugurou a era do sentimentalismo barato e da informalidade fingida, tudo para apelar às emoções diante do povo. O ex-presidente chorou quando recebeu o diploma presidencial, afirmando que era sua primeira graduação. Em outras épocas, sua expressão seria prova de presunção analfabeta, de estupidez intelectual.

Mas na época republicana, onde as massas choramingam por novelas das oito, o ex-presidente fez o papelão que a gente vulgar gosta de ver. Dilma Roussef não fez diferente: caiu em lágrimas no discurso em que se lembrava de sua militância de terrorista pró-comunista, pronta para destruir a democracia que a elegeu.


Pouca gente percebe a imaturidade deste posicionamento: Lula e Dilma tratam a investidura do poder como um ganho, uma “vitória”, um “capricho” e não uma obrigação que deve ser assumida em prol da nação. O imperador Dom Pedro II, quando foi coroado aos 14 anos de idade em 1840, sentiu na pele que aquilo era um encargo, um dever, uma posição em que ele não era dono de si. Nasceu para ser um homem de Estado e toda sua vida e educação foi direcionada para esse fim, o serviço da nação.


No entanto, passou todo o reinado odiando as pompas e preferia o anonimato, já que a coroa pesava demais em sua cabeça. E mesmo assim aceitou a sina imperial com determinação estóica. Sua simplicidade era natural e autêntica e em suas viagens despia-se da figura monárquica para viver a sina do cidadão comum, embora fosse um homem de uma erudição intelectual extraordinária. Lembremos, o imperador pagava suas próprias viagens por meio de empréstimos pessoais e não pegava um tostão do governo. Ao contrário de um monoglota como Lula, o imperador dominava várias línguas e traduzia várias obras clássicas do latim, do grego, do hebraico e do francês.

Não havia fingimento, nem dissimulação na sua humildade. Muitos que o conheciam, elogiavam a integridade daquele monarca sábio e melancólico.


E o que se pode tirar de Lula e Dilma Roussef? Lula chora, Lula sorri. Dilma chora, Dilma sorri. Puro teatro para escamotear uma sede de poder e privilégios. Se Lula é produto de uma imagem fabricada de “paz e amor” para camuflar sua antiga imagem raivosa de sindicalista apologista do atraso socialista, Dilma Rousseff esconde sua real e fria natureza de burocrata stalinista búlgara. Alimentou-se o mito do eterno “operário” presidencial, quando seu governo foi capaz de humilhar até um pobre caseiro, ao violarem seu sigilo bancário, através do ardil do Ministro da Fazenda Antônio Palocci. É pior, a nova governante chamou novamente o violador de contas bancárias para ministro. Claro que o grosso dos nordestinos que elegeu a herdeira de Lula não reconheceu naquele caseiro, também nordestino, um protótipo do que pode ser seu sofrimento. Ao que depreende, uma parte considerável de eleitores nordestinos pensa com o estomago. Muitos deles acreditam no Lula da propaganda, tal como os russos acreditavam nas peripécias do grande papai Stálin. . .


É péssima a memória do jornalismo, dos intelectuais e mesmo do povo, com relação a todo um passado político que revela a farsa. O fato de se eleger uma assaltante de bancos e terroristas não incomoda a uma boa parte dos brasileiros. Isto, apoiado por um presidente cuja ficha suja de corrupção, clientelismo e desmoralização das instituições democráticas é notória. E uma boa parte das elites, do povo e da mídia se prende aos sorrisos e choros piegas de dois embusteiros profissionais, para não verem o óbvio. De fato, até hoje o governo que se oculta por detrás câmeras e dos holofotes direciona a política externa do país, alinhando-se a ditaduras criminosas ou ao narcoterrorismo. Ou quando tenta criar projetos e métodos legais de calar a boca da imprensa ou de revogar as liberdades individuais. Mas quem se importa com isso, quando os pobres são alimentados como porcos e os ricos se vendem facilmente por outros farelos governamentais?


A república expulsou um imperador erudito para colocar um iletrado presunçoso e delinquente e uma burocrata comunista apagada, que se orgulha de seu passado de banditismo. A chuvarada de Brasília no dia da posse da nova presidente foi mau sinal dos céus.

A república brasileira já deixou de ser séria faz tempo. Talvez nunca tenha sido. Agora se tornou a república da canalhice, junto com a pieguice. . .


A pergunta que não quer calar...


Se o crucifixo era presente do Lula o que faz nessa foto de Itamar no gabiente presidencial?


http://bit.ly/e14BLU

ida
disse...



O caso Cesare Battisti


O caso Cesare Battisti

Por Almir Pazzianotto Pinto*

Ao leigo relevam-se juízos ligeiros e apaixonados sobre complexas questões de direito civil, trabalhista, penal e internacional. Aos que se dedicam à ciência jurídica, e dela fazem profissão de fé, jamais.

Cesare Battisti pertence à espécie daqueles que atraem a solidariedade do esquerdismo mais extremado, pois é um dos seus.

Fosse alguém sem tumultuado passado político, teria permanecido no anonimato desde o instante em que se viu identificado e preso pela Polícia Federal, até o momento da devolução ao País de origem.

Afinal, quem é a lombrosiana figura que tantos cuidados desperta no governo petista?

Como todos os brasileiros, tomei conhecimento daquilo que tem sido divulgado pela imprensa, ou está à nossa disposição na internet.

Cesare Battisti nasceu em Sermoneta, pequena comunidade da região de Lazio, na Itália central, em 1954. Abandonou a escola em 1971 e, desde então, teria sido recolhido várias vezes, como ladrão e autor de outros delitos. Libertado em 1976 ingressou no grupo terrorista "PAC - Proletários Armados do Comunismo", surgido das "Brigadas Vermelhas". O termo "armados", desnuda a índole sanguinária dos quadrilheiros.

Acusado da morte de quatro pessoas: Antonio Santoro, agente penitenciário; Pierluigi Torregiani, joalheiro; Livio Sabatini, açougueiro; e Andréa Campagna, policial, o primeiro assassinado em 1976, e os demais em 1979, Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua.

Por ser fugitivo, o julgamento dos dois últimos crimes correu-lhe à revelia, recurso processual legítimo, adotado em nossa lei.

Durante os anos de fuga o criminoso percorreu diversos países, para, afinal, refugiar-se no Brasil, até ser localizado e preso em 2007.

Antecipando-se à decisão do Supremo Tribunal Federal, sobre o pedido de extradição formulado pela Itália, o Ministro da Justiça, Dr. Tarso Genro, conferiu a Cesare Battisti o status de asilado político.

O que sei sobre o perigoso indivíduo é o que acabam de ler.

Dois ângulos da polêmica questão, sinto-me apto a analisar, porque independem de consulta aos autos do processo, e envolvem fatos incontroversos. Um deles tem tudo a ver com nossa Constituição, que dedica à matéria os incisos LI e LII do art. 5º. O primeiro prescreve que não se extraditará brasileiro nato; o segundo veda a extradição de estrangeiro "por crime político ou de opinião". Afastada por razoes óbvias a primeira hipótese, ao caso Batttisti não cabe o benefício da segunda.

Crimes políticos foram os que vitimaram o Imperador Júlio César, em 44 AC, e Aldo Moro, seqüestrado e executado pelas "Brigadas Vermelhas", em 1978. Qualificar como de cunho político a morte, a frio e a tiros, do agente penitenciário, do joalheiro, do açougueiro e do policial, significa rebaixar a dimensão da incomum figura delituosa, e usá-la como pretexto para acoitar perigoso facínora. Salvatore Giuliano, o bandido que aterrorizou a Sicília, teria sido criminoso político? A Máfia e a Camorra, quando trucidam juízes e policiais, por discordarem das condenações, cometem crimes políticos?

Em situações especialíssimas pode ocorrer certa dificuldade na distinção do crime político, do crime comum. Ambos, porém, pertencem ao submundo dos seqüestros, do terror, dos explosivos, das armas de fogo. Qualquer que seja o perfil ideológico de quem analisa o caso, Cesare Battisti, matador de cidadãos de bem, não se encaixa na estreita moldura do criminoso político.

Teria sido vítima de erro judicial? Se disso é que se cogita, qual a competência do governo brasileiro para anular decisões do Poder Judiciário italiano? Estaria equiparando a Itália a regimes ditatoriais, que perseguem, prendem e calam os opositores?

Do fascismo, aqui sobrevivente no corporativismo sindical, a Itália nada preserva. É exemplo de república democrática, onde reina a liberdade de opinião, vigora o princípio do devido processo legal, e se assegura amplo direito de defesa aos acusados.

O Brasil é famoso pela impunidade. Réus confessos e condenados transitam pelas ruas, aterrorizando a população indefesa. Espero que ao governo não ocorra a idéia de garantir a liberdade de criminosos que nos procuram para se ocultar, como fez Cesare Battisti.

Criminosos?

Bastam os nossos.

*Ex-Ministro do Trabalho e ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho