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sábado, 22 de janeiro de 2011

Consultoria grátis para o banana do Haddad


Coturno Noturno
Caro ministro incompetente, arrogante, prepotente e petulante, petista Fernando Haddad, faça o seguinte:

integre o sistema do ENEM com o SISU e o PROUNI para que, pelo CPF, as notas sejam buscadas automaticamente, sendo lançadas na inscrição de cada candidato.

AU-TO-MA-TI-CA-MEN-TE!

Assim, o estudante poderá se inscrever no SISU e no PROUNI bem antes de ter a nota do ENEM, não sobrecarregando o sistema pelo excesso de acessos simultâneos.

Vou desenhar para você, seu banana! Ficaria tudo pronto, só faltando a nota do ENEM, que seria postada no SISU e no PROUNI, AU-TO-MA-TI-CA-MEN-TE!

Entendeu, seu banana?

Ontem, depois do suplício do ENEM e do SISU, o estudantes estavam penando com a lentidão do sistema do PROUNI.

Para encerrar:
a ONG Coturno Noturno não é como a ONG Movimento Brasil Competitivo. Pelo bem do Brasil, a gente trabalha de graça.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tempos de chumbo?!



ANATEL
Tempos de chumbo?!


POR PAULO PANOSSIAN

A Anatel quer ter acesso a todos os dados telefônicos, ou seja, quebrar o sigilo e bisbilhotar as conversas de todos os brasileiros.

Já imaginaram, por exemplo, como vai ficar a vida dos jornalistas, dos políticos da oposição, de empresários que não dão verbas para as campanhas da sigla dos vermelhos?

Ou melhor, e a minha privacidade?

Isso é inconstitucional!

Confiar na seriedade do petismo é dar cegamente um cheque em branco ou ser otário...

Lembram-se do Francenildo, da quebra de sigilo dos contribuintes pela Receita Federal?

Pois é, não poderemos mais falar livremente ao telefone, porque haverá alguém nos vigiando.

Esses pretensos donos da Nação querem acabar com o direito constitucional à privacidade.

Há oito anos, o que a Anatel menos faz é cuidar dos direitos dos usuários, dado os péssimos serviços prestados pelas empresas de telefonia.

O certo é que em nenhuma das ditaduras tupiniquins houve tal excrescência!


PAULO PANOSSIAN
paulopanossian@hotmail.com
São Carlos

Era Lula chega ao fim com recorde de arrecadação

Dezembro ultrapassa todos os resultados da história em coleta de impostos

Ano de 2010 terminou com uma arrecadação de R$ 826 bilhões, um ganho real de 9,85% ante o ano anterior

MÁRIO SÉRGIO LIMA
FOLHA DE BRASÍLIA

O último mês do governo Lula bateu todos os resultados históricos de coleta de impostos federais, contribuindo para que 2010 tenha encerrado com uma arrecadação recorde de tributos na história do país.

Em dezembro, a Receita Federal arrecadou R$ 90,8 bilhões, um crescimento real (corrigido pela inflação medida no IPCA) de 16,17% em relação a igual mês do ano passado, o melhor desempenho anterior mensal verificado na série histórica.

Utilizando valores de dezembro, o ano de 2010 terminou com arrecadação de R$ 826 bilhões, um ganho real de 9,85% ante 2009.

Em termos nominais, o contribuinte pagou R$ 805,7 bilhões no ano passado ou R$ 3,2 bilhões por dia útil.

Segundo o novo secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, o desempenho da arrecadação no ano passado deve-se ao forte desempenho econômico, embora a esse fator some-se, em dezembro, mais de R$ 6 bilhões de receitas extraordinárias.

Ele citou que os principais fatores que influenciaram o desempenho foram os crescimentos da produção industrial, das vendas de bens e serviços e da massa salarial, que influenciaram diretamente a coleta de tributos.

Uma das principais receitas extraordinárias foi um depósito judicial realizado por uma instituição financeira, em dezembro, de R$ 4 bilhões, que permitiu uma alta de 14,66% na arrecadação de PIS/Cofins no ano.

No mesmo mês ocorreu arrecadação extraordinária de R$ 2 bilhões de tributos por instituições financeiras.
IMPOSTO DE RENDA
Já o IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) registrou, em dezembro, avanço de 54,52% ante igual mês de 2009.

Além da massa salarial, segundo o governo, houve ganhos de capital em vendas de bens e direitos.

"Apesar dessa alta, não há nada de específico, além de grandes vendas ou de ações ou de imóveis, por exemplo", afirmou Barreto.

Em sua primeira entrevista concedida desde que assumiu o cargo, ele aproveitou para anunciar as prioridades do fisco para 2011.

Além da modernização do órgão e do aumento da fiscalização, citou o papel do fisco na defesa comercial.

"Vamos fortalecer a fiscalização aduaneira para combater crimes como pirataria e descaminho", disse.

Ele esquivou-se de comentar o protesto de sindicatos contra a ausência de correção pela inflação da tabela do IR e, questionado sobre a crise da Receita em decorrência do vazamento de informações sigilosas de políticos do PSDB, reforçou que os sistemas do fisco são seguros.

"O problema maior, que foi o fator humano, ético, é mais difícil de controlar, mas já foram tomadas medidas para isso", disse o novo secretário do órgão.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ATÉ AGORA ...


MORTOS

ENQUANTO ISTO


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E



A técnica da rotulagem inversa - Olavo de Carvalho



Por Olavo de Carvalho

Artigos - Desinformação

A premissa implícita aposta na estupidez do público, e às vezes acerta: se a mulherzinha não fosse mesmo uma peste, não seria tão odiada.

O que no Brasil se chama de "noticiário internacional" consiste em repetir, ampliando-as e radicalizando-as, as mentiras mais cínicas da mídia esquerdista norte-americana, com a certeza tranquilizante de não ter de enfrentar, como ela, a enérgica reação conservadora de metade da população, que só ouve rádio e não acredita numa só palavra dos jornais e da TV.

É, a vida da mídia chapa branca, nos EUA, não é fácil como a da sua confrade brasileira: aos domingos, o New York Times tira um milhão de exemplares - a trigésima parte do número de ouvintes de Rush Limbaugh, o radialista conservador que a família Sulzberger adora odiar.

No Brasil há um clone do NYT, que é a Folha de S. Paulo, mas as estações de rádio, concessões federais, estão bem defendidas contra a mera possibilidade de ali surgir um Rush Limbaugh.

Contra a farsa geral da mídia, só nos resta resmungar em blogs ou, com mais sorte, neste Diário do Comércio. O resto é silêncio - ora indignado e impotente, ora temeroso e servil.


Nos EUA, quanto mais perde público, mais o establishment jornalístico apela a recursos de difamação histérica que o próprio Dr. Joseph Goebbels consideraria, talvez, um tanto grosseiros demais para persuadir um público adulto.

Um desses expedientes é cobrir de invectivas odiosas os personagens que se pretende rotular de odientos.

Não é preciso, para sustentar o ataque, citar um só apelo de ódio que tenha saído da boca da vítima. Não é preciso nem mesmo torcer suas palavras, dando um sentido odiento ao que não tem nenhum.

Ao contrário: basta espumar de ódio contra a criatura, e fica provado - espera-se - que odienta é ela.

Tudo é feito na expectativa insana de que o automatismo mental do público o induza a sentir que pessoas que despertam tanto ódio devem ter ainda mais ódio no coração do que os jornalistas que as odeiam.

Há sempre uma faixa de militantes estudantis e ativistas ongueiros que, por infalível instinto colaboracionista, finge acreditar na coisa, reforçando o ataque com insultos escatológicos e ameaças de morte, de modo que a violência crua despejada sobre o alvo inerme acabe por se mesclar tão intimamente à sua imagem que pareça provir dele.

Lançada pela "grande mídia" em tons de noticiário posadamente neutro e superior, a tentativa artificialíssima de inculpar a "direita odienta" e especialmente Sarah Palin pelos feitos mortíferos de um fanático esquerdista em Tucson, Arizona, foi imediatamente reforçada por estes e outros apelos colocados em circulação
no Youtube. 

:- "Por que não atiraram em Sarah Palin (em vez da deputada democrata)?"

- " Espero que Sarah Palin morra de uma morte horrível e leve com ela o seu ódio estúpido."

- " Alguém, por favor, pode atirar em Sarah Palin?"

- "Espero que Sarah Palin pegue câncer e morra nos próximos dois anos."

- "Sarah Palin deveria ser baleada por encorajar o fanatismo contra os democratas."

- "Junte-se a nós orando para que Sarah Palin contraia câncer e morra."

- "Sarah Palin é a mais perigosa ameaça ao futuro da espécie humana. Alguém, por favor, atire nela."

Não sendo possível encontrar nas palavras de Sarah Palin nem o mais mínimo sinal de ódio a quem quer que seja, espera-se que a virulência dos ataques que sofre venha a servir de prova contra ela.

A premissa implícita aposta na estupidez do público, e às vezes acerta: se a mulherzinha não fosse mesmo uma peste, não seria tão odiada.

Os que não são tontos o bastante para deixar-se iludir por esse arremedo de malícia demoníaca têm ainda um subterfúgio mais "adulto" para não escapar de todo à contaminação: no mínimo, no mínimo, quem desperta tanto ódio é, mesmo sem culpa, uma força divisiva, alguém que, para a felicidade geral da nação, deve ser mantido longe da Casa Branca, talvez até da política em geral.

Como recomendava Talleyrand: "Caluniem, caluniem, alguma coisa sempre acabará pegando."

Nos dois casos, tanto os acusadores quanto seu público de idiotas úteis seguem fielmente o mecanismo da inversão revolucionária: para você ter fama de odiento, não precisa odiar ninguém; basta que o odeiem.

A imitação brasileira do processo mergulha ainda mais fundo na infâmia, porque Sarah Palin é personagem distante, alheia aos debates nacionais. Só mediante uma boa dose de fantasia histriônica nossos compatriotas podem chegar a odiá-la pessoalmente.

Também é claro que nos EUA ninguém lê a imprensa brasileira: a vida dos nossos jornalistas consiste em fingir para si mesmos que são forças auxiliares da esquerda americana, a qual nem sabe da existência deles.

Ah, como os argentinos acertaram ao apelidar nossos compatriotas de "los macaquitos"!

 19 Janeiro 2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Charge

O COLAPSO DO PODER PÚBLICO COMO GESTOR ESTATAL DO PAÍS

O COLAPSO DO PODER PÚBLICO
COMO GESTOR ESTATAL DO PAÍS
II
Por Geraldo Almendra

As tragédias trazidas pelas chuvas que atingiram o Rio e SP, principalmente, são uma forte evidência de que entrou em colapso o modelo social, político e econômico do país.
A outra, a principal, é a falência moral do poder público.
A morte de dezenas de pessoas já é estimada a cada temporal esperado ou inesperado. Os locais são identificados, mas o Poder Público não recebe a pressão da sociedade para direcionar seus investimentos prioritariamente para salvar vidas e ter um projeto honesto, não politiqueiro ou assistencialista comprador de votos, para traçar novos parâmetros de ocupação do solo para evitar tantas desgraças, todos os anos.
Foi perdida a mínima racionalidade na ocupação das cidades pela migração de milhares de cidadãos que procuram uma saída para sua sobrevivência.
O que estamos assistindo é a sociedade se comportando com extrema prostração e sem a revolta necessária diante do mais criminoso modelo político de nossa história: todos os anos são contados os desaparecidos e enterrados os mortos, sem que sejam punidos os responsáveis pela destruição de suas vidas, e a politicagem calhorda sempre sai com seus atores fazendo os contribuintes de otários e palhaços.

Não existe mais respeito pelo contribuinte, pelo cidadão comum.
A contrapartida dos seus votos é o esquecimento dos compromissos estabelecidos, aqueles que são firmados com as promessas feitas pela classe política mais sórdida da história do país, sempre que precisam dos votos daqueles que viraram palhaços do Circo do Retirante Pinóquio.
O maior exemplo dessa desgraça se apresentou durante o primeiro período da tomada do poder pelo petismo: aquele que prometeu resgatar a moralidade do poder público, simplesmente permitiu que sua estrutura fosse dominada por corruptos, corruptores e prevaricadores como princípio e filosofia de ação.
Somente uma falência cultural, educacional, e moral, profundas, pode justificar a aprovação pela maioria da sociedade de um desgoverno onde imperou o suborno descarado dos ignorantes, dos omissos, dos covardes e, principalmente, dos esclarecidos canalhas; um desgoverno que sai pelas portas dos fundos da ilegalidade e da imoralidade ao negociar, com o submundo do poder público, a concessão de passaportes diplomáticos para seus filhos e decidir que um criminoso condenado à prisão perpétua em outro país tenha o direito de receber a cidadania no Brasil.
Nossas maiores virtudes dizem respeito à solidariedade demonstrada pelos cidadãos comuns com os atingidos pelas tragédias, e nosso maior defeito é a covardia diante dos que ganham salários e mordomias para ninguém botar defeito, mesmo sem cumprir suas responsabilidades com aqueles que os elegem.
Os canalhas da política prostituída acabam ficando quase sempre ilesos dos danos criminosos que suas vidas imundas continuam provocando no país.
Não estamos vivendo um colapso decorrente de problemas econômicos porque, felizmente, o funcionamento do país se mostra, muitas vezes, exógeno dos efeitos da burrice, da incompetência, do roubo descarado dos contribuintes, ou das canalhices praticadas por governantes e pelas classes políticas sórdidas que lhes dão sustentação.
Estamos vivendo um colapso muito mais grave, aquele que destrói as forças sociais capazes de impor aos governantes as atitudes que garantam o atendimento das demandas sociais mais básicas: segurança, saneamento, saúde pública, infraestrutura para o desenvolvimento, e a prevenção obrigatória e responsável para minimizar os efeitos das tragédias provocadas pela natureza que está sendo desafiada sistematicamente pela ocupação desordenada dos espaços urbanos, pelo desmatamento criminoso, e pela poluição das cidades.
O que mais podemos esperar em termos de reação de uma sociedade que demonstra ter perdido a autoestima, a dignidade e a honra diante de tantas mortes causadas pela omissão criminosa de um poder público que é controlado por uma classe política desprezível, que já conseguiu transformar as próprias Forças Armadas em aliados para o projeto de poder perpétuo do PT?
A solidariedade da ajuda ao próximo nunca se converte em iniciativas de mudar esse modelo político criminoso que está destruindo o país; aqueles que ajudam a encontrar os sobreviventes ou mortos de outras famílias poderão estar próximos de serem as próximas vítimas do descaso da política ordinária que impera no país.

17/01/2011

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Por telefone, Dilma quase reduziu a pó o governador Sérgio Cabral e chegou a gritar que devia ter vergonha e renunciar.


Dilma manda Cabral parar de pedir verbas e bate no aliado:

“Você devia ter vergonha e renunciar”

Por Jorge Serrão


Sexta-feira passada, a Presidenta Dilma Rousseff comprovou que seu estilo de governar não poupa sequer os aliados ou amiguinhos. Por telefone, Dilma quase reduziu a pó o governador Sérgio Cabral. No momento mais tenso da conversa entre ambos, Dilma chegou a gritar que Cabral devia ter vergonha e renunciar. A bronca de Dilma em Cabralzinho foi presenciada por amigos dela.

Dilma recomendou que Cabral pare de reclamar por verbas. Lembrou que, desde 2008, o governador fluminense já fora alertado pelo governo federal de que as chuvas poderiam causar uma tragédia no Estado. Dilma concluiu que a administração de seu aliado pouco fez para evitar os efeitos das chuvas que produziram centenas de mortes.


Dilma também criticou Cabral por se ausentar do Rio de Janeiro, em períodos críticos, como os de começo de ano.

A Presidenta ponderou que pega muito mal, em toda catástrofe, o vice-governador Luiz Fernando Pezão sempre aparecer, primeiro, como a voz oficial, enquanto o governador tira férias.


Quem ouviu a conversa no viva voz jura que Cabralzinho chegou a chorar com as duras críticas da Mãe Dilma. A mídia amestrada dará uma linha sequer sobre a bronca privada de Dilma em Cabralzinho. O assunto "não interessa" no momento de exploração jornalística da desgraça de milhares de pessoas.


17 de janeiro de 2011

Acredite se quiser...

O diário de um sobrevivente


O diário de um sobrevivente
Emanoel Pavani Torres conta sobre a destruição em Teresópolis

O universitário Emanoel Pavani Torres, de 30 anos, que estava na casa dos pais, em Teresópolis, na madrugada de terça-feira, registrou todos os instantes da catástrofe que atingiu a cidade desde a hora em que foi acordado, no meio da noite, até quando socorreu o caseiro e conseguiu levá-lo para o Rio. A casa dos pais dele está irreconhecível. Piscina, lago e rio viraram um mar de lama. Após deixar o caseiro, Emanoel voltou à serra com alimentos não perecíveis para ajudar no resgate das vítimas. "Tem muita gente, mas muita gente mesmo precisando de socorro em Teresópolis."

"Acordei com um barulho muito forte de temporal e vento nas janelas. Fui até a sala, vi água no chão e olhei para o teto achando que fosse goteira. A semana anterior tinha sido úmida, de chuva intermitente. Mas, agora, o quadro era diferente: do lado de fora da casa, uma árvore caída represou a água e fez seu nível subir até cerca de um metro na porta de vidro que separa a sala da varanda.
Dei a volta pelos fundos, para tentar sair e ver a situação do jardim na frente da casa. O riacho que passa pelo terreno havia transbordado, a rua estava completamente submersa e a piscina e o lago viraram uma coisa só. Então, percebi que estava ilhado.
Já não tinha como chegar até o caseiro, a casa dele fica mais perto da rua. Ele também não conseguiria vir até a casa maior.
Escalei a chaminé da lareira para subir no telhado e de lá chegar até a caixa d"água, numa tentativa de avaliar na escuridão até onde ia o estrago.

Ouvi um forte barulho, percebi que a casa do caseiro estava desmoronando. Já era uma segunda avalanche de terra. A terceira derrubou uma parede da casa maior e empurrou os móveis na direção da piscina. Tive a impressão de que a construção não resistiria.

Sem celular, apenas com uma bermuda e a carteira, esperei lá em cima até o dia amanhecer para saber que rumo tomar.

O carro e a moto estavam perdidos, cobertos por uma montanha de lama. O galinheiro desapareceu, os marrecos, os patos, o cachorro, nunca mais os vi. O terreno da casa, de 3 mil m2, fica em um vale onde vivia uma comunidade muito carente, dizimada com os deslizamentos. Calculo que 90% daquela população morreu ou está desaparecida. Os sucessivos desmoronamentos traziam não só terra, mas pedras gigantescas, troncos, partes das casas, e corpos. Um deles, de uma criança, foi parar no jardim de casa. A essa altura, meu desespero já tinha virado resignação: achei que ia morrer e aceitei isso.

Mais tranquilo, desci da caixa d"água e caminhei pelos montes de terra até o lugar onde passava a estrada. Gritei para ver se fazia contato com algum vizinho. Alcancei uma casa próxima, onde havia 17 pessoas - senhoras, adolescentes e crianças, a maior parte desesperada. As crianças menos. Pareciam excitadas com a "aventura", sem se darem conta da dimensão da catástrofe. Fiquei um pouco com eles, até conseguir retirá-los dali e encaminhá-los a um condomínio grande que não fora atingido. Montamos ali um posto de atendimento informal aos sobreviventes, que apareciam enlameados, em número cada vez maior, e fornecemos água potável.
A partir daí, como a defesa civil demorou um tempo para chegar, passei o resto da manhã e parte da tarde ajudando no resgate das pessoas. Essa foi a parte mais dolorosa. Apesar de ter feito um curso de primeiros socorros, confesso que agi por instinto, sem pensar, simplesmente fazendo o que conseguia, para não fraquejar.

Encontrei o caseiro enlameado até os cabelos e o levei até o condomínio para que pudesse tomar água e comer alguma coisa.
As vítimas eram transportadas em macas feitas de bambu e cobertor para o campo de futebol da região, que funcionou também como heliponto. O helicóptero da Globo eventualmente levava alguém, mas, como era pequeno, não cabia mais de uma pessoa por vez. Era preciso escolher quem embarcaria, no meio daquele campo de agonizantes. Foi muito ruim. Muitos dos que ficavam morriam na nossas mãos. Uma menina grávida mudou de cor aos poucos, foi amolecendo, e morreu. Outra eu carreguei por quase 1 km, até o local mais próximo onde pudessem atendê-la.

Vi muitos corpos inchados, ou aos pedaços, largados na estrada ou escorados em árvores, crianças pedindo socorro aos prantos. Não pensei que fosse viver para ver algo assim.

Lembrei que precisava me alimentar para poder continuar. Estava completamente sem energia, exausto, com os pés cheios de feridas.
Fui até o condomínio para buscar o caseiro e, como precisávamos tomar antitetânica, pegamos carona com uma picape do Corpo de Bombeiros até o hospital. Dali, caminhamos até a rodoviária, que fica perto, e pegamos um ônibus para o Rio.

Passei o dia juntando mantimentos não perecíveis para levar aos sobreviventes.

Voltarei amanhã para retomar o resgate."

Descaso político.


As pessoas morrem porque "não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano".

A principal causa de tantas mortes em desastres naturais é o descaso político.

Debarati Guha-Sapir

Diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres

O COLAPSO DO PODER PÚBLICO COMO GESTOR ESTATAL DO PAÍS


O COLAPSO DO PODER PÚBLICO
COMO GESTOR ESTATAL DO PAÍS

I
O Estado virou um cabide de emprego sem correlação com a responsabilidade do poder público em promover o desenvolvimento econômico e social sustentável, mas sim com total afinidade  com a preservação e ampliação do projeto de poder perpétuo do petismo para promover a ascensão de uma nova burguesia público-privada, nascida no submundo comuno-sindical, cujo único compromisso é com o poder pelo poder de se tornar a classe social mais rica do país.

Por Geraldo Almendra
As oligarquias prostituídas pelo sórdido relativismo da política que tomou conta do país depois do Regime Militar, até o início do primeiro mandato de Luís Inácio, foram engolidas pela burguesia comuno sindical, que praticamente já controla os centros de poder político e econômico do país.
Os desentendimentos ocasionais entre os atores do golpe da Fraude da Abertura Democrática contra o país, que está sendo posto em prática continuada pelo petismo, são coisas para inglês ver, pois o objetivo comum desses apátridas é o mesmo: transformar o Brasil em uma corruptocracia controlada por um Estado de Direito Comunista.
Aos poucos os servidores de carreira, ou contratados do primeiro e segundo escalão, ressaltando-se os parlamentares eleitos pelos votos da falência educacional e cultural do país – os congressistas mais bem remunerados direta e indiretamente – em relação a outros países, estão se tornando muito melhores do que as remunerações e benefícios pagos para cargos de executivos e gerentes das médias e grandes empresas do país não se excluindo muitas multinacionais.
A questão, que precisa ser enfrentada pelos contribuintes, antes que seja tarde demais, é o retorno para o desenvolvimento econômico e social do país do custo da sociedade ter que continuar carregando um poder público do padrão que temos, que tem se mostrado nas suas posturas, de forma rigorosa, incompatível com as responsabilidades legais, morais e éticas dos que são pagos pelos contribuintes para servi-los, sabendo-se que a falência da Justiça tem se apresentado como o principal sustentáculo da degeneração das relações público-privadas, e pela vergonhosa impunidade de corruptos e corruptores, citando-se o mensalão como um dos mais de cem escândalos de desvio do dinheiro público que não tiveram consequência relevante para os envolvidos.
A empresa privada empreende e pesquisa, desenvolve a economia e gera empregos, enquanto o Estado emprega milhares de funcionários para produzir, em termos de utilidade final, apenas serviços ineficientes e incompetentes. Suas estatais, com uma relação Receita Bruta/Quantidade de empregados efetivos ou terceirizados, e uma relação salários/horas de trabalho de seus diretores, executivos e gerentes, absolutamente acima do mercado de trabalho das empresas privadas, viraram escandalosos cabides de empregos do sistema de poder petista.
A empresa privada pune a falta de empreendedorismo, incompetência e a corrupção.
O Estado protege o servidor, por definição, pois lhe garante estabilidade, remunerações e benefícios cada vez maiores, independente do seu desempenho profissional, do seu empreendedorismo social, ou do seu envolvimento com desvios de conduta ética e legal. O servidor público é um cabo eleitoral que precisa ser preservado.
Como o estado é um dos maiores compradores de produtos e serviços do país, sua relação corrupta com o ambiente das empresas privadas induz a sistemática oferta de superfaturamentos e outras maracutáias, com repasse tipo caixa dois para os beneficiados envolvidos no sistemático e recorrente processo de desvio do dinheiro público.
A empresa privada incompetente quebra.
O estado incompetente se fortalece cada vez mais, pois seu custo sempre é bancado pelos contribuintes que trabalham mais de cinco meses por ano para pagar a conta do custeio direto e da dívida pública que pode crescer de forma ilimitada, sem o consentimento da sociedade, esta que sofre com um poder público incompetente, corrupto, ineficiente e ineficaz, sem recorrermos a outros adjetivos mais fortes.
O mais grave de tudo é que a dependência de uma grande parte da mídia das verbas de propaganda dos governos federais, estaduais e municipais, além de financiamentos tendo contrapartidas de limitação de críticas por parte dos jornalistas e dos veículos de comunicação para quem trabalham, provoca uma filtragem criminosa entre a verdade dos fatos e sua edição para conhecimento público. Enquanto isso o jornalismo que serve à sociedade, sem editar o que compromete o poder público, é sempre alvo de perseguições e processos legais.
A produção de informações oficiais sobre o desempenho do poder público em todas as áreas que atua já sinaliza que estamos diante de um criminoso direcionamento e filtragem manipulativos dos dados que são divulgados.
Não existe no poder público nenhum órgão com a responsabilidade de defender uma transparência honesta daquilo que é passado para conhecimento público.
Metodologias dos processos de avaliação dos dados internos dos governos federal, estadual e municipal, com poucas exceções, estão claramente sujeitos à filtragem de seus resultados, em virtude da necessidade política de continuarem passando para a sociedade a fantasia de um projeto de poder que está moralmente e economicamente na direção da falência e do caos social. O caos moral já aconteceu.
As melhores avaliações do cenário econômico e social do país, por enquanto, são aquelas produzidas por organismos internacionais e pelo jornalismo independente, que ainda insistem, por dever, honestidade, ética e dignidade, em defender a verdade dos fatos econômicos e sociais no momento de sua divulgação.
Para os funcionários públicos que ficarem constrangidos com o que escrevemos pedimos um favor: liguem para as famílias dos mais de 140 cidadãos que são assassinados diariamente em média no país, liguem para as famílias dos que estão morrendo nas filas dos hospitais ou que são vitimados por sistemáticos erros ou descasos de médicos, liguem para as famílias que acompanham a destruição do futuro de seus filhos pelo narcotráfico, liguem para os pais dos que terminam o ciclo de ensino básico e universitário como analfabetos funcionais potencialmente desempregados, liguem para aqueles que perdem tudo o que têm a cada enchente, e liguem para as vítimas das tragédias como esta da Região Serrana, que já ceifou a vida de mais de 600 pessoas com ainda muitos desaparecidos.
Se identifiquem por telefone ou, quem sabe, pessoalmente, e declarem solenemente: eu trabalho para o Estado e quero que receba meus sentimentos pela morte de fulano, desculpe nossas falhas.
Aproveitem e liguem para o governador do Rio e de SP agradecendo de coração tudo o que eles e seus milhares de funcionários têm feito para evitar tantas mortes todos os anos nos seus respectivos Estados nas mesmas épocas e aproximadamente nos mesmos locais.

16/01/2011

domingo, 16 de janeiro de 2011

O que existe no Brasil é um Estado grande, custoso, emperrado, e que nada tem de forte, ao contrário.


Estado forte é diferente de Estado grande

(Editorial)

O Globo

A tempestade que se abateu no início da semana sobre a Região Serrana, causando tsunamis de água doce, se converte, à medida que o resgate de corpos avança, numa das maiores catástrofes naturais da história do país, enquanto revela por inteiro a incapacidade de o Estado dar segurança à população.

Esta incompetência é constatada por diversos ângulos.

Hoje, à vista de todos, há incúria e malfeitorias decorrentes da politicagem no manejo de verbas públicas.


Como de políticos que, pelo atalho do fisiologismo praticado em Brasília, chegam a cargos do primeiro escalão e, sem pudor e qualquer obstáculo, desviam dinheiro do contribuinte para cevar votos nas bases eleitorais.


Exemplo acintoso é o da concentração na Bahia de recursos de programas de prevenção contra acidentes, do Ministério da Integração Nacional, pelos peemedebistas baianos Geddel Vieira e João Santana, enquanto existiam carências efetivas em outros estados.


Existe, também, o emperramento burocrático da máquina pública, doença institucional brasileira, agravada na era lulopetista pelo quase completo descaso com qualquer aperfeiçoamento do serviço público.

Ao contrário, a máquina inchou de funcionários, ficou mais cara pelos generosos reajustes salariais, e ainda mais travada, devido a barreiras erguidas pelas corporações sindicais aliadas a qualquer programa de cobrança de resultados dos servidores.

Sem executar programas de obras de prevenção de catástrofe nas áreas necessitadas, resta ao Estado, capturado por todos estes interesses corporativos, políticos e partidários, agir depois das tragédias, nas emergências.

Mas, aí, as verbas anunciadas por constrangidas autoridades ficam em parte, e às vezes no todo, presas no pântano dessa burocracia impenetrável.

O mais recente, e escabroso, símbolo da ineficiência e do descaso públicos é a revelada falha na comunicação entre a Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro e os municípios atingidos pela tempestade.


A chuva foi antecipada pelo Instituto Nacional de Meteorologia, e a informação, repassada pela Secretaria Nacional de Defesa Civil pela internet. Pelo menos um município afetado pela tempestade, Teresópolis, afirma não ter recebido o e-mail. Friburgo recebeu, mas nada fez.

A Defesa Civil fluminense alega que cabe a cada prefeitura analisar os dados recebidos. Mais um lamaçal burocrático.


O novo radar comprado pelo município do Rio, instalado no Sumaré, captou imagem das formações de nuvens. Mas as informações não foram distribuídas, pois, segundo o prefeito Eduardo Paes, uma previsão só pode ser feita com outras variáveis: imagens de satélite etc. Entende-se, então, que o radar é inócuo. Pelo menos para a Região Serrana.

Todo esse aparato estatal, que pouco ou nada fez para tentar evitar centenas de mortes na serra, custa quase 40% do PIB — 36% de carga tributária mais um déficit em torno de 3% —, um assombro.

Poucos países do mundo recolhem tanto em impostos.


A catástrofe deixa evidente a falácia do conflito “Estado forte” x “Estado mínimo”.

O que existe no Brasil é um Estado grande, custoso, emperrado, e que nada tem de forte, ao contrário.

Ou não é forte onde deveria: na Saúde, na Educação, na Segurança, na infraestrutura em geral, na proteção à população. Estado grande também não quer dizer Estado eficiente.

As provas estão aí.