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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pode enlamear Lula


Por O EDITOR
Dizem que o escândalo do enriquecimento súbito de Palocci pode alcançar muito mais Lula do que Dilma.

Afinal de contas, quem transformava em sucesso as consultorias do petista era o próprio presidente.

Ele era o dono da caneta, em muitos casos.

Por isso a correria do velhaco rumo à Brasília para blindar o ministro.

Os mais importantes membros do PT entenderam, finalmente, que, mais do que Palocci, devem trabalhar para salvar Lula.


27 de maio de 2011

Desconstruindo Dilma. Ou: um espectro ronda o Palácio do Planalto: O Barba!




Caros, um daqueles textos longos que, acredito, amarra algumas questões que estão soltas por aí e responde a algumas indagações. Avaliem.
*
Lula já é o candidato do PT à Presidência em 2014. Mas como se chegou a isso tão rapidamente? Vamos ver.

“Asseguro que o ministro Palocci está dando todas as explicações necessárias. Espero que esta questão não seja politizada (…).

Quero reiterar que o ministro Palocci dará todas as explicações para os órgãos de controle, inclusive para o Ministério Público será dado nos próximos dias.”

A fala é da presidente Dilma Rousseff nesta quinta.

Pois é.

Como é que uma presidente da República espera que o seu milionário ministro da Fazenda, cujo patrimônio cresceu 19 vezes em quatro anos (multiplicou-se 20 vezes, só para não confundir a matemática homoafetiva de Fernando Haddad..), não seja uma questão política?

Como se despolitiza um assunto desses?

Os verbos também vão se acotovelando, coitados, tentando encontrar a sua melhor expressão: ora Palocci “está dando” as explicações necessárias, ora “dará”…
Perguntem ao caseiro Francenildo se ele consegue ou não explicar seu patrimônio. Se não explicou por bem, como se viu, teve de explicar por mal, certo?

Segundo a Caixa Econômica Federal, a ordem para quebrar seu sigilo bancário partiu do gabinete de Palocci.

O Brasil inteiro ficou sabendo quem depositou dinheiro na conta de Francenildo, que era só um cidadão comum, um, como dizer?, homem privado.

Mas é um segredo guardado a cada vez menos chaves quem depositou dinheiro na conta de Palocci quando ele era deputado, assessor de candidata e depois de presidente eleita.

Um homem público!

Só nos meses de novembro e dezembro do ano passado, Dilma já formando o governo, seu agora ministro da Casa Silva recebeu 333,33 vezes o que foi depositado na conta de Francenildo.

O Siafi se interessou pelo caseiro, mas não pelo dono da casa; ficou curioso sobre a conta do “cavalgado”, mas não do “cavalcante”…

Palocci “está dando” e “dará” todas as explicações porque, de fato, as ditas-cujas precisam ser inventadas.
Como sabem os leitores, nunca cheguei a ser um admirador entusiasmado dos eloqüentes silêncios de Dilma.

Sempre me pareceu, como atestam os arquivos, que ela não falava porque não tinha o que dizer, de sorte que o mutismo se confundia com profundidade.


João Santana captou um certo fastio com o estilo Lula, aquela parolagem sem fim, os auto-elogios sem medida nem decoro, o chute, a improvisação…

Mais: se, nele, aquela bobajada toda pegava bem porque, afinal, protegido pelo preconceito que nutrem os bem-pensantes (”ele é do povo; tem direito de ser ignorante”), a “presidenta” teria de percorrer outra trilha. Não teria as mesmas licenças nem os mesmos benefícios.
E se criou, então, a imagem da “rainha encastelada”, vivendo uma intensa vida interior, severa nos hábitos, implacável na cobrança, técnica nas escolhas, econômica nas falas, decorosa no trato das coisas da política.

Os súditos poderiam até brigar e se desentender por isso ou por aquilo, mas sempre sabendo que uma soberana zelava por eles. A construção funcionou por algum tempo. Mas começou a trincar
.


O primeiro elemento que passou a exigir de Dilma que fizesse o que ela não sabe porque nunca fez — POLÍTICA — foi a inflação.

Mas também esta não era, e não é, um problema em si. É fator da equação macroeconômica para a qual os petistas, hoje, não tem resposta.

Um político já teria buscado alguma forma de interlocução com a tal sociedade. Dilma está quieta e garante: “O governo será implacável com a inflação”. Certo. Sabemos. Mas é só isso?


A crise na infraetrutura e as dificuldades que o país atravessa para realizar as obras para a Copa do Mundo de 2014 também passaram a exigir da “governanta” uma palavra de orientação, de confiança, de segurança.

Nada!


A suposta “superministra” do governo Lula, no comando do Executivo, parece aparvalhada, mesmerizada pelo gigantismo e pela ineficiência da máquina pública, tomada pelos companheiros.

A melhor idéia que conseguiu ter o governo foi relaxar os mecanismos de vigilância e apuração de eventuais irregularidades nas obras públicas.

Vale dizer: responde-se à incompetência liberando-se as forças produtivas da lambança.

Esses dois elementos, que caracterizam a incapacidade de um governo de demonstrar liderança, lançaram a suspeita, bastante fundada, de que Dilma era mais fama do que proveito.

De fato, amplos setores da imprensa deixaram-se encantar por duas escolhas iniciais da presidente, bastante óbvias, que pareciam acenar com uma nova aurora: mudou um tanto a pusilânime posição do governo brasileiro em relação ao Irã e resolveu congelar o projeto “franklinstein” de controle da mídia.

Era, como se nota, pouco para segurar por muito tempo a reputação.

Veio, então, a voragem que colheu Palocci, o primeiro-ministro do governo, e se descobriu o óbvio: sem liderança política, e Dilma não a tem, nada feito!

Os desastres protagonizados pelo governo e pelo PT na votação do Código Florestal evidenciaram um governo sem eixo.

Como emblema do desacerto, há a declaração de Candido Vaccarezza, segundo quem a presidente considerava a emenda patrocinada pelo aliado PMDB, partido do vice-presidente, “uma vergonha”.

Isso dito por uma presidente reclusa, frágil o bastante para suportar os rigores do ar-condicionado do Palácio do Planalto
.


Sem líder, com líder

Evidenciava-se um governo sem liderança política. Aquele que podia fazer as vezes de governante terreno — Palocci —  está ocupado demais tentando se defender para conseguir defender a gestão.

É um pato manco.

Se é assim, então é hora de tirar do banco aquele que Gilberto Carvalho chama “o nosso [deles] Pelé”.

Lula, que transitava no palco das celebridades e dos conferencistas milionários, reassumiu a política — e justamente numa costura com os caciques do PMDB, os mesmos que haviam aplicado uma surra no governo na votação do Código Florestal.

Nas conversas com Dilma e com Palocci, comportou-se como porta-voz das reivindicações dos peemedebistas; fez a enfática defesa do chefe da Casa Civil; tentou lançar o grito de guerra contra as oposições (nesse particular, sem muito sucesso até agora) e, sim, aconselhou que se deixasse pra lá agora essa história de kit gay.

Mais um pouco, poderia dizer: “Há certos absurdos nestepaiz que eu só eu posso perpetrar porque gozo da inimputabilidade”.

Lula reassumiu perante o PT, o PMDB, a opinião pública e boa parte da administração, que lhe é fiel, o papel de presidente de fato. É, quando menos, o condestável da República.

Reassume o lugar na política que sempre considerou seu — daí a sua irritação quando a imprensa insistia em apontar contradições entre o seu estilo e o de Dilma, entre as suas escolhas e as dela.

“Como essa gente não reconhece que sigo sendo o chefe?”


Eleição 2012
E há, finalmente, o calendário a jogar a seu favor. As disputas municiais já estão na praça. O PT precisa de alguém que fale por ele, que estabeleça aquela luta habitual entre o bem e o mal, que faça o jogo do “nós” (o povo) contra “eles” (as elites).

Quem?

Dilma? Não! Ela não o fará porque não é de seu estilo e porque, está cada vez mais claro, a saúde não permite.

Gosto de lembrar algumas coisas que escrevi não para provar que eu estava certo, mas para evidenciar aos leitores que este blog tem balizas. Leiam trecho de um artig de 1º de março, que poderia ser escrito hoje porque o que se lê agora estava escrito desde sempre. Volto depois para encerrar.

Já escrevi aqui algumas vezes: Dilma vai precisar de mais contato com as massas. Não acredito que João Santana vá abrir mão da fantasia da “Soberana” que decide acima das paixões. Parte considerável da imprensa se apaixonou por essa construção, um misto, assim, de Elizabeth II com René Descartes.

Ocorre que o PT precisa, como sabemos, de uma sociedade algo mobilizada - e, se Dilma não construir essa liderança popular, Lula vai ocupar o vácuo. A questão, no entanto, não está só no longo prazo. No curto e no médio, será preciso dialogar mais com a sociedade.

O governo já decidiu aumentar o valor do Bolsa Família. Isso tem um apelo importante para parte considerável do eleitorado petista, mas é pouco. Analistas os mais sensatos desconfiam que a situação fiscal do governo é pior do que parece e que a inflação vai incomodar por um bom tempo. E isso num cenário de crescimento menor.

O corte no Orçamento, ainda que não se cumpra na dimensão desejada pelo governo, acena para um tempo de euforia menor. Será preciso, pois, aumentar a interlocução, estar mais presente, mobilizar mais os brasileiros.

Lula fazia isso com os pés nas costas, vociferando contra seus inimigos imaginários, internos e externos. Aquela performance, não tem jeito, Dilma não conseguiria reproduzir ou mesmo imitar sem que parecesse ridícula.

Não dá para imaginá-la suarenta, sobre um palanque, olhos injetados, fazendo poesia sobre a mãe que nasceu analfabeta…

Boa parte do discurso lulista, aliás, era, de fato, de um ridículo atroz, mas a inimputabilidade que conquistou lhe permitiu ir adiante. Permitiu, inclusive, que metesse a economia nessa razoável encalacrada - o que fez, segundo tanto se anunciou, em parceria com Dilma Rousseff.

Dilma cortou, sim, os gastos sociais e as obras do PAC - ao menos em relação ao que ia no Orçamento -, mas gente muito boa desconfia da eficácia da ação para desacelerar a economia e conter a inflação, o que deve chamar ao debate o Banco Central, que talvez tenha de controlar pela via monetária o que o governo não conseguirá fazer pela via fiscal.

A razão é simples: a porrada de R$ 50 bilhões agora só esconde a continuada irresponsabilidade dos dois últimos anos.

O que a estabilidade econômica ensinou - inclusive aos seis primeiros anos de governo Lula - é que disciplina fiscal é obra continuada.

Mais: o corte se dá sobre um estoque fabuloso de promessas. O Minha Casa, Minha Vida levou um facão de 40%. Atenção! Dilma tem ainda 2,8 milhões de casas para entregar até 2014. É claro que ela não vai cumprir a promessa. Também garantiu a construção de 5 mil creches.

Não! Ela não vai conseguir. As UPAs eram mil; ela já deixou por 500, que também não serão feitas.

Uma coisa é não cumprir promessas - e Lula as descumpriu às pencas - num cenário de inflação baixa, juros moderados e crescimento de 7%; outra, um tantinho diferente, é descumpri-las com juros altos, pressão inflacionária e crescimento de 4%, 4,5% - sim, é um bom crescimento.

Mas a euforia mesmo começa ali pelos 6%…
Dilma tem de encontrar um modo, adequado a seu perfil mais tímido, de cair nos braços do povo, de mobilizá-lo. O período da euforia acabou. Se estruturada, a oposição estaria com uma baita agenda pela frente, dada de bandeja pela bagunça fiscal de 2009 e 2010. Mas esse terreno ainda parece uma vasta solidão.


Dilma precisa cair nos braços do povo porque um espectro ronda o governo.

Alguns dos auxiliares da presidente o chamam de “O Barba”.


Encerro
Dilma é aquela que foi sem nunca ter sido.
26/05/2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Charge


há oito anos em cartaz
www.sponholz.arq.br


LISTA DAS EMPRESAS QUE CONTRATARAM A EMPRESA PROJETO, DE ANTONIO PALOCCI


VEJA A LISTA DAS EMPRESAS QUE CONTRATARAM A EMPRESA PROJETO, DE ANTONIO PALOCCI


O blog teve acesso à lista com parte das empresas que contrataram a Projeto, consultoria do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que multiplicou por 20 o seu patrimônio em apenas quatro anos.

Itaú Unibanco

Pão de Açúcar

Íbis

LG

Samsung

Claro-Embratel

TIM

Oi

Sadia Holding

Embraer Holding

Dafra

Hyundai Naval

Halliburton

Volkswagen

Gol

Toyota

Azul

Vinícola Aurora

Siemens

Royal Transatlântico


Lula relata a Palocci insatisfação de aliados


Para ele, ou ministro atende parlamentares ou até base pode apoiar CPI no Senado

Vera Rosa e Christiane Samarco
O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Preocupado com as insatisfações e ameaças da base governista no Congresso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu nesta quarta-feira, 25, a senha da operação destinada a abafar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o patrimônio do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

Em conversa reservada com Palocci, na terça-feira, 24, Lula foi taxativo: avisou que ou o ministro atendia os parlamentares ou até aliados poderiam endossar uma CPI no Senado, encurralando o Planalto.

O ex-presidente relatou o diálogo que teve com Palocci durante café da manhã com dez líderes de partidos aliados do governo, nesta quarta, na casa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). "Você tome cuidado porque sua situação no Congresso não é boa. Todo mundo está insatisfeito com sua conduta", disse Lula a Palocci, de acordo com relatos de senadores.

Na tentativa de evitar a CPI, Palocci passou a telefonar para os senadores e pedir apoio. Disse estar sendo vítima de uma "campanha de difamação" e se prontificou a marcar conversas privadas com os parlamentares, para esclarecer as denúncias que pesam contra ele.


Lula jantou com a presidente Dilma Rousseff, Palocci, Gilberto Carvalho (ministro da Secretaria-Geral da Presidência), Miriam Belchior (Planejamento) e com seu assessor Luiz Dulci, na terça-feira, no Palácio da Alvorada.

Cobrou de Dilma e Palocci mudanças urgentes na articulação política do governo, disse que era preciso atender os aliados na montagem do segundo escalão e acenou com um cenário nada animador.

Para Lula, se o governo não agir rápido para conter os dissidentes da base aliada e estancar a crise, a CPI no Senado pode sair.
Queixas

Na manhã de terça-feira, um dia depois de almoçar com senadores do PT, o ex-presidente ouviu mais queixas dos líderes da base aliada - do PMDB ao PTB, passando pelo PR e PP- e assumiu as rédeas da coordenação política do governo.

Em tom de apelo, Lula pediu um "voto de confiança" em Palocci e, mais uma vez, tentou contornar a crise política, sob o argumento de que o alvo da oposição é o governo Dilma.

"Palocci é o homem que prestou muitos serviços ao nosso governo e não podemos desampará-lo", disse o ex-presidente.

Enquanto o café era servido, com pastel de queijo e bolo de aipim, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) "monitorava" o andamento das comissões no Senado, pelo celular, na tentativa de barrar qualquer pedido de convocação de Palocci.
25 de maio de 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

RACISTAS, MST, LGBT, ONGs e outros movimentos manipulados pela ONU

O DNA de Strauss-Kahn, a gola da camareira e uma versão subindo no telhado


Leiam o que vai no Estadão Online.

Volto em seguida:

O DNA do ex-diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, foi encontrado na roupa da camareira do hotel Sofitel que o acusou de tentativa de estupro.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 23, pelas redes de TV ABC e NBC, dos Estados Unidos, onde Strauss-Kahn está em prisão domiciliar após deixar a prisão na sexta-feira.

A Justiça e a polícia de Nova York, contudo, não negaram nem sequer confirmaram a informação sobre o DNA, segundo a AFP.

A agência também lembra que a divulgação dos resultados dos exames de DNA eram esperados para o começo desta semana.


Segundo a Efe, a NBC teria citado fontes ligadas à investigação do caso e teria dito que os exames de DNA nas roupas da funcionária do hotel deram positivo para a informação genética do ex-chefe do FMI.

Ainda segundo a TV, a investigação ainda continua, e “outras provas” estariam sendo analisadas, retiradas do quarto do Sofitel onde, no dia 14 de maio, Strauss-Kahn teria tentado estuprar a camareira.
Gola
A polícia colheu amostras de DNA ao prender o ex-chefe do FMI, que renunciou ao cargo na semana passada após sofrer forte pressão. O material colhido teria sido comparado com o encontrado na gola da camisa da camareira, uma imigrante de 32 anos da Guinea.

Ainda segundo a Efe, jornais americanos como o New York Times teriam confirmado que sêmen de DSK, como o ex-chefe do FMI de 62 anos é conhecido na França, foi encontrado na roupa da funcionária.

O jornal publicou também a informação de que a polícia de Nova York já teria notificado as autoridades francesas sobre o resultado dos exames. Strauss-Kahn é francês.

Sexo consensual
Um porta-voz da Procuradoria em Nova York, Erin Duggan, disse à AFP na manhã desta segunda-feira que detalhes sobre as investigações não seriam revelados.

A agência informa que Duggan manteve sua posição de não revelar informações à tarde. A presença do DNA de Strauss-Kahn nas roupas da camareira pode confirmar se houve ou não relação sexual entre os dois. Mas, segundo analistas, é mais difícil provar se houve violência. A defesa do ex-chefe do FMI insiste que houve sexo consensual com a camareira.
Tornozeleira
Strauss-Kahn renunciou ao cargo no FMI após ter sido preso sob acusação de crimes sexuais, em Nova York, no sábado, 21.

Ele foi colocado em prisão domiciliar após o pagamento de fiança de US$ 1 milhão e de deixar garantias no valor de US$ 5 milhões para assegurar que não fugiria do país.

Como parte do acordo com a Promotoria, ele usa uma tornozeleira para informar sua localização à polícia e precisou entregar os documentos de viagem às autoridades.
Comento
Ai, ai, ai… Eu sei que esses casos que geram, assim, unanimidade não permitem nem mesmo a alguém íntimo da lógica propor algumas questões relevantes.

Parece que o tal DSK não é mesmo flor que se cheire, certo?

E não serei eu a defendê-lo, não.

Mas ou os leitores ignoram, digamos, a mecânica dos corpos e ainda não sabem — ou já esqueceram — como é brincar “daquilo naquilo”, ou a história da “tentativa de estupro” se enfraqueceu substancialmente.

Tá. Uma coisa é sair peladão do banheiro, agarrar a moça, tentar lhe tirar a meia-calça, forçar o sexo oral, aquela coisa toda que ela denunciou.

Entendia-se que ela tinha resistido, lutado com o cara, caído fora.

Desesperado, ele colocou a roupa e se mandou.

Mas sêmen? Na gola?


A suposição de que houve, sim, sexo oral, não simples tentativa, é evidente.

E, digamos, DSK não se fez de rogado.

Em que circunstâncias essa moça estaria ao menos impedida de gritar (sem piadinhas, tá?)?

Ou, não sendo sexo consensual, a depender do estímulo que o teria levado a ejacular, ela poderia ter causado um dano e tanto àquilo que um ministro do STF chamara “regalo”, “bônus da natureza”, do sátiro, certo?

Claro, sempre há hipótese de DSK ser o famoso ligeirinho: mal começou, já terminou.


Uma luta rápida com a moça foi o bastante para fazê-lo atingir o paroxismo.

Mas na gola?

Coisa semelhante quase derrubou um presidente dos EUA — naquele caso, sexo claramente consensual; ou “não-sexo”, né?

Bill Clinton deixou claro que, para ele, só vale “aquilo naquilo” — aquilo naquele outro não…

As circunstâncias, considerando quem é ele e quem é ela, estão contra o ex-chefão do FMI, independentemente do que tenha acontecido.

Mas a esmagadora maioria dos leitores aqui sabe do que estamos falando, não?

O politicamente correto, o mulheristicamente correto, o camareiristicamente correto, o oprimidiscamente correto, o americanamente correto e afins podem impedir que se constate o óbvio, que continua, não obstante, a ser óbvio: a versão da tentativa de estupro está bem mais fraca agora, ainda que o tal DSK, tudo indica, se deixe abrasar até pelas pernas de uma mesa se esta se lhe afigurar sestrosa…


DSK já foi destruído. Pode ser que a gola o livre de passar os restos de seus dias na cadeia. Vamos ver.


PS - Huuummm, é o tipo de texto que dá um trabalho danado à moderação…

Metade dos comentários, no mínimo, tem de ser cortada. Conto com vocês.
23/05/2011 

Acredite, se quiser...

Governo já admite saída de Palocci na terça, 24

Fontes do Planalto confirmaram a esta coluna que o agravamento da crise, com novas denúncias contra o ministro Antonio Palocci (Casa Civil), permite antever sua demissão até a terça-feira (24), a depender ainda do noticiário deste fim de semana, “a não ser que ocorra um milagre até lá”, conforme assessor presidencial.

Palocci já colocou o cargo à disposição duas vezes, mas a presidenta Dilma recusou.

O bando de testemunhas de defesa merece ser incluído entre as provas contra Palocci

Emudecido pela descoberta do milagre da multiplicação do patrimônio, que fez de um médico sanitarista o mais próspero especialista em operações de emergência, Antonio Palocci está completando nesta segunda-feira oito dias de estrepitoso silêncio. Não precisou dar um pio para ser absolvido pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Bastaram explicações por escrito. Não precisou sequer telefonar para congressistas para conseguir a solidariedade da base alugada (e de oposicionistas estrelados). Bastou o recado do assessor Thomaz Traumann lembrando que o chefe fez o que meio mundo faz.

A cada 15 anos, o Brasil esquece o que aconteceu nos 15 anos anteriores, constatou o jornalista Ivan Lessa. Esse prazo valia para o século passado. Neste, ficou bem mais curto. As coisas andam mais velozes. Falta espaço no noticiário e na memória dos brasileiros para armazenar por muito tempo tantos escândalos, roubalheiras, pilantragens e sem-vergonhices envolvendo corruptos poderosos. Hoje, nos cálculos do governo, o país esquece a cada 15 dias o que aconteceu nos 15 dias anteriores.

Foi esse o prazo estabelecido pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para que o chefe da Casa Civil apresente as explicações solicitadas pelo DEM e pelo PPS. Ambos estão justificadamente intrigados com o assombroso surto de enriquecimento que acometeu o ministro, e que se tornou especialmente agudo depois da vitória de Dilma Rousseff. Até aí, nada demais, apressou-se a esclarecer Gurgel antes mesmo de repassar a Palocci as interrogações formuladas pelos partidos. “Exercício de consultoria não é crime”, pontificou. (Em princípio, não é crime exercer ofício nenhum, desde que o profissional não se valha dos instrumentos de trabalho para cometer delinquências).

“O procurador-geral só atua nas encrencas mesmo, só atua quando há crime”, enfatizou. “A prestação de consultoria pode ser reprovável em aspectos éticos, mas, em princípio, não constitui crime e, se não constitui crime, não justifica a atuação do Ministério Público”. Não é conversa de quem espera explicações para decidir o que fará, com a seriedade que se exige do chefe de uma das raras instituições respeitáveis do país. É conversa de quem espera que passem com mais rapidez as duas semanas que precedem o esquecimento.

A montanha de indícios veementes berra que Gurgel só não vê nada de estranho porque foi contaminado pela miopia conveniente que grassa no Planalto. Em 2006, o governo enxergou uma “movimentação financeira atípica” num depósito de R$ 35 mil na conta do caseiro Francenildo Costa. Em novembro e dezembro de 2010, Palocci movimentou pelo menos R$ 10 milhões ─ 285 vezes mais que Francenildo. O dinheiro que o consultor embolsou equivale a 18.348 salários mínimos. É suficiente para comprar 416 carros populares.O que fez Palocci em troca dessas quantias de espantar banqueiro americano? As autoridades financeiras taparam as narinas para o fortíssimo odor de tráfico de influência. E o procurador-geral não avistou nenhum sinal de “encrenca mesmo”.

Em países sérios, aliás, o Ministério Público nem precisaria dessas cifras estarrecedoras para entrar em ação. Bastaria a contemplação do cortejo de aliados dispostos a atestar “a lisura”, “o excelente caráter” ou “a integridade” do suspeito. Entre outros destaques, desfilaram em homenagem a Palocci figuras como Paulo Maluf, José Sarney, Romero Jucá, Renan Calheiros, Luiz Gushiken, Miriam Belchior, Ideli Salvatti, Gilberto Carvalho, Rui Falcão, Cândido Vaccarezza e Edison Lobão. Caso a história acabasse num tribunal, todos poderiam ser arrolados como testemunhas de defesa. Se comparecessem juntos à mesma audiência e tropeçassem num homem da lei, dificilmente escapariam de um processo por formação de quadrilha ou bando. Quem é absolvido por uma turma dessas fez mais que o suficiente para ser condenado.

O governo acredita que faltam seis dias para que expire o prazo de validade do escândalo. Pode descobrir que o país ficou menos desmemoriado e que os descontentes são mais numerosos do que imagina. É improvável que Palocci consiga escapar pelo atalho da mudez. A hora das explicações chegará. Se for convincente, merece o Ministério da Fazenda: esse é o lugar de quem consegue ficar milionário em quatro anos com uma empresa de um homem só. Se continuar mentindo, será devolvido à planície de onde nunca deveria ter saído.

23/05/2011

Exclusivo: ex-diretor da Globo diz ao 247 que Palocci levou o dossiê Francenildo aos Marinho

Foto: REPRODUÇÃO

Paulo Nogueira, ex-diretor da Globo, confirma: o dossiê Francenildo foi levado à Época por Antonio Palocci.

"A história precisa ser escrita com correção"
, diz ele; leia a entrevista completa, que toca numa ferida aberta da imprensa


Leonardo Attuch_247 – De Londres, o jornalista Paulo Nogueira, ex-diretor das Organizações Globo, que foi responsável por todas as revistas do grupo, acaba de conceder uma entrevista telefônica ao Brasil 247.

Ele conta como foi a operação, pilotada pelo ex-ministro Antonio Palocci, para desqualificar o caseiro Francenildo Costa em 2006.

Leia:

Brasil 247 – Como chegou à redação da Época o dossiê Francenildo?

PAULO NOGUEIRA – O assunto foi levado diretamente pelo ministro Palocci à cúpula das Organizações Globo.

247 – Quando você diz cúpula, a quem se refere? Ao Ali Kamel, o diretor de jornalismo?

NOGUEIRA – Não, o Ali Kamel respondia pela televisão. Eu me refiro aos acionistas.

247 – À família Marinho, portanto.

NOGUEIRA – Isso.

247 – E qual foi a motivação?

NOGUEIRA – Estávamos todos naquela briga das semanais, competindo pelo furo da semana. Só depois ficou claro que a revista Época foi usada como instrumento do ministro Palocci.

247 – Mas, quando surgiu também um crime, uma quebra de sigilo bancário de um indivíduo pelo Estado, você não pensou em abrir uma discussão sobre quebrar o sigilo da fonte e revelar que o ministro Palocci estava por trás de tudo?

NOGUEIRA – Aquilo seria um constrangimento para todos nós, e para a própria revista. E em qualquer empresa existem limitações. Além do mais, tem a vida que segue, a semana seguinte, o projeto de uma nova revista...

247 – Mas por que só agora você decidiu trazer este caso a público?

NOGUEIRA – Uma indignação, o desejo de que meus filhos vivam num país melhor. Tem um conceito do George Orwell que eu admiro muito: decência básica. Só isso. E agora, aqui em Londres, num período sabático, tenho mais liberdade. A história brasileira precisa ser escrita com correção. E fato é: o dossiê Francenildo foi levado à cúpula da Globo pelo ministro Palocci.

247 – O ministro Palocci foi inocentado no caso e a maior parte da culpa recaiu sobre os ombros do seu assessor Marcelo Netto.

NOGUEIRA – O Marcelo Netto tratou do assunto com a sucursal Brasília da Época. Todos sabiam que ele agia a mando do Palocci.

247 – Mas o fato é que ele foi inocentado no Supremo e voltou à vida pública. Se esse processo fosse reaberto, a pedido, por exemplo, do caseiro, você diria as mesmas coisas em juízo?

NOGUEIRA – Evidentemente, eu respondo pelo que eu escrevo. Estou em Londres e no próximo ano estarei de volta ao Brasil

Leia, abaixo, reportagem do Brasil 247, que contextualiza a história:

247 – No dia 27 de agosto de 2009, Antonio Palocci tirou um peso enorme das costas. Graças à competente atuação de seu advogado, o criminalista José Roberto Batochio, Palocci foi inocentado no Supremo Tribunal Federal, por cinco votos a quatro, da acusação de quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. A culpa recaiu sobre dois outros réus: seu assessor de imprensa, Marcelo Netto, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso. Os dados bancários de Francenildo, expostos pela revista Época, permitiram uma devassa na vida privada de um caseiro e revelaram até que ele era um filho não reconhecido – os depósitos atípicos, de R$ 24 mil, foram feitos pelo pai biológico para tentar encerrar uma ação de reconhecimento de paternidade. O caso Francenildo será sempre um símbolo da violência do Estado contra um indivíduo, mas Palocci escapou. No fim, tudo ficou na conta dos assessores “aloprados”, como se eles agissem à la Gregório Fortunato – personagem que, para salvar o chefe Getúlio Vargas, era capaz de cometer qualquer crime, inclusive o atentado da rua Toneleros.

Palocci foi absolvido, o caso foi encerrado e fogos de artifício foram disparados no meio empresarial. Aos poucos, ele começou a se recolocar no jogo político, até assumir a coordenação de campanha da presidente Dilma Rousseff. Mas o crime do passado, agora, volta a assombrá-lo. De Londres, o jornalista Paulo Nogueira, que era diretor editorial das Organizações Globo, respondendo por revistas como Época, Época Negócios, Marie Claire e Quem, tem publicado posts sobre uma das feridas abertas da casa da família Marinho. “Foi o Palocci quem passou para nós o dossiê calunioso”, disse Nogueira. “Palocci foi quem fez chegar a nós, na redação da Época, informações que supostamente desqualificariam um caseiro de Brasília que dissera que ele frequentava uma mansão pouco recomendável quando ele era ministro da Fazenda. Na época, eu era diretor editorial das revistas da Globo, a principal das quais era e é a Época. Foi um dos episódios mais desagradáveis de minha carreira”, continua o jornalista.

De acordo com o relato do ex-diretor da Época, o dossiê não foi levado diretamente aos jornalistas, mas sim à cúpula das Organizações Globo.

“Muitos políticos preferem conversar diretamente com os donos, e não com os jornalistas. Não é uma peculiaridade brasileira. Churchill só falava com os proprietários quando era primeiro-ministro do Reino Unido”, diz Nogueira.

“Foi um momento particularmente penoso em minha carreira de editor, por motivos óbvios. Ninguém vai fazer jornalismo para depois ajudar um ministro a desmoralizar um caseiro de forma fraudulenta. Nossos sonhos e ilusões são bem mais elevados.”

Paulo Nogueira, no entanto, afirma que Época não se envolveu nessa operação totalmente ciente da fraude.

“Imaginávamos, ao publicar a história, que de fato tinham sido feitos depósitos na conta do caseiro. Logo ficou claro que não. Também ficou clara em pouco tempo a desfaçatez de Palocci ao dizer que não fizera o que fez”.

Mas, por que só agora vir a público e fazer tais revelações, Paulo Nogueira?

Esta foi a pergunta feita por um de seus leitores. Paulo responde:

“Ora, contei que foi o Palocci porque a ocasião é propícia. Lá está ele num cargo importante de novo sem as qualificações morais necessárias. Claro que ele não teve nada a ver com minha saída da Globo”. O jornalista foi afastado do comando das revistas, numa disputa interna, há pouco mais de dois anos.

Lá atrás, a reportagem de Época que tentou virar o jogo do caso Francenildo chamava-se “Quem está dizendo a verdade?”.

Foi assinada pelos jornalistas Andrei Meirelles e Gustavo Krieger – este, hoje, está trabalhando do outro lado do balcão, participando da “gestão de crise”, do caso Palocci, como diretor da FSB em Brasília (leia mais a respeito).
23 de Maio de 2011

O laranja de Romero Jucá

O laranja de Romero Jucá

REVISTA ÉPOCA

Diego Escosteguy e Murilo Ramos.
Com Marcelo Rocha

Um lobista conta a ÉPOCA que buscava dinheiro vivo com doleiros para negócios suspeitos, que era usado para ocultar o nome de Jucá em empresas e que uma empreiteira deu um imóvel ao senador

Romero Jucá é um profissional.

Em 30 anos consagrados integralmente ao serviço público, Jucá percorreu uma trajetória invejável. Nos anos 70, era um mero assessor na prefeitura do Recife, em Pernambuco.

Nos anos 80, tornou-se presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e, em seguida, governador de Roraima, nomeado pelo então presidente da República, José Sarney, com quem muito aprendeu.

Nos anos 90, virou secretário nacional de Habitação do governo Fernando Collor de Mello e se elegeu senador por Roraima. A partir dos anos 2000, dedicou-se a liderar os trabalhos do governo no Senado. Primeiro pelo PSDB, depois pelo PMDB.

Destacou-se tanto na lida que foi líder no governo Fernando Henrique Cardoso, permaneceu líder nos dois governos do petista Luiz Inácio Lula da Silva e mantém-se líder no governo Dilma Rousseff.

A identificação entre cargo e político é tamanha que, em Brasília, subentende-se que, havendo governo, Jucá será fatalmente seu líder no Senado.


Romero Jucá é um profissional. Em 30 anos consagrados integralmente ao serviço público, as finanças de Jucá percorreram uma trajetória invejável.

De garoto que cresceu à míngua no Recife, Jucá tornou-se um político rico. Amealhou, apenas em valores declarados à Justiça Eleitoral, R$ 4,4 milhões em patrimônio – tudo registrado em nome de familiares, sem computar as empresas que florescem em nome de seus parentes.

Enquanto o patrimônio de Jucá e o de sua família cresciam às franjas do poder público, crescia também o número de processos contra ele. Jucá já foi acusado – e com abundantes provas – de quase tudo. No governo Sarney, à frente da Funai, foi acusado de cobrar propina para permitir exploração ilegal de madeira em terras indígenas. No governo Collor, foi acusado de desviar à sua fundação dinheiro federal destinado a “ações sociais”.

Nos governos FHC e Lula, já como senador, foi acusado de comprar votos, de dar calote em bancos públicos, de receber propina de empreiteiras, de empregar parentes, de fazer caixa dois...


Com tantas acusações, Jucá começa a competir em feitos que atingem os cofres públicos com nomes bem mais conhecidos no plantel nacional de réus por corrupção, gente como Joaquim Roriz e Paulo Maluf.

Nas últimas semanas, na tentativa de iluminar as ações profissionais de Jucá, ÉPOCA entrevistou lobistas, doleiros, ex-funcionários, empresários e laranjas ligados ao senador. A reportagem obteve documentos e depoimentos inéditos sobre as negociatas de Jucá – entre eles contratos de gaveta, procurações para laranjas e acordos comerciais.

Um dos principais lobistas associados a Jucá, Geraldo Magela Fernandes, aceitou contar, em entrevista gravada, o que fez e presenciou em 30 anos de relação com Jucá.


Dessa investigação, emergem fortíssimas evidências de que:


* Jucá ganhou um apartamento em Brasília da Via Engenharia, empreiteira então presidida pelo empresário José Celso Gontijo, amigo dele há 20 anos e, como ele, presença constante no noticiário. Quando os dois fecharam a operação, em dezembro de 2001, a Via Engenharia prosperava no setor de obras públicas, precisamente em áreas sob a influência de Jucá. Para tornar possível a transação com a Via Engenharia, bastaram a Jucá um laranja e um contrato de gaveta, a que ÉPOCA teve acesso. Três anos depois, enquanto a empreiteira ainda construía o apartamento, a família Jucá, sem ter desembolsado um centavo, repassou a propriedade do imóvel à própria Via. Ao final, a heterodoxa operação rendeu à família Jucá meio milhão de reais.

* Jucá paga tudo em espécie – um indício de que a origem de seus rendimentos pode ser duvidosa. “O Jucá só mexe com dinheiro vivo”, diz Magela. Para cobrir os gastos com uma TV de sua propriedade, Jucá pagava a Magela uma mesada que variava entre R$ 30 mil e R$ 60 mil. Eram constantes também, segundo Magela, os pagamentos avulsos, acima de R$ 100 mil, para cobrir despesas extras dessa TV, como reformas de estúdio e compras de equipamentos. Magela conta que Jucá fazia os pagamentos em seu gabinete no Senado ou em sua fazenda no município de Boa Vista, em Roraima. “Ele tirava o dinheiro da gaveta e me entregava”, diz. Em sua campanha ao Senado em 2002, Jucá gastou, de acordo com o relato, cerca de R$ 15 milhões em dinheiro vivo, quase tudo caixa dois. “Eu era o responsável pela contabilidade da campanha e declarei só 1% das despesas”, diz Magela.
* Para movimentar tanto dinheiro, Jucá recorria a serviços de doleiros conhecidos. Além do principal doleiro de Roraima, conhecido como Pedro Reis, que chegou a ser sócio de seus filhos e seu suplente no Senado, Jucá era, segundo Magela, cliente especial do lendário doleiro paulista Antônio Pires de Almeida, preso em 2005 pela Polícia Federal, acusado de movimentar ilegalmente US$ 1,8 bilhão em contas secretas nos Estados Unidos.

Magela conta que Jucá o tratava respeitosamente por Seu Pires e, às vezes ao lado do irmão e empresário Álvaro, visitava o escritório do doleiro em São Paulo.

“Romero me apresentou pessoalmente ao Seu Pires e me autorizou a apanhar dinheiro no escritório dele”, diz Magela. “Busquei dinheiro lá ao menos 12 vezes.”

Os recursos eram, segundo ele, repassados a Jucá ou gastos em campanhas políticas. Quando era ministro da Previdência, no primeiro mandato do presidente Lula, Jucá também manteve conversas misteriosas com o doleiro Lúcio Funaro, envolvido no escândalo do mensalão. Segundo contou a amigos, Funaro fez negócios no mercado de empréstimo consignado do INSS, cujo presidente era indicado por Jucá.

* Os negócios da família Jucá crescem na mesma medida que a influência política do senador. Cada ano à frente da liderança do governo no Senado significa a abertura de mais uma ou duas empresas ligadas a Jucá, em nome de laranjas ou familiares. Hoje, a família de Jucá detém participação em ao menos dez empresas, cujas atividades vão desde venda de combustível até administração de shopping centers (leia o quadro).

Algumas delas, como a Diagonal Urbana e a Alfândega Empreendimentos, faturam milhões de reais em contratos com o governo e em patrocínios liberados pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet.

Magela, a principal testemunha contra Jucá, também é pernambucano e conheceu Jucá no final dos anos 70, quando ambos trabalhavam na prefeitura do Recife. No governo Sarney, Magela virou assessor de Jucá na Funai. Quando Jucá se elegeu ao Senado, em 1994, Magela fazia lobby para empresas da indústria farmacêutica e passou a frequentar o gabinete do amigo. Anos depois, em 1999, Jucá pediu a Magela que criasse uma empresa para administrar a TV Caburaí, retransmissora da Rede Bandeirantes em Roraima.

A concessão da TV estava em nome de uma fundação, cujo presidente era contador de Jucá. “Criei a empresa e fizemos um contrato de boca, um acordo de cavalheiros”, diz Magela. “O nome do Romero não podia aparecer, por isso entrei como laranja. Eu administraria a TV, que estava em dificuldades financeiras, e ficaria com 20% a 30% do lucro. A ideia era usar o canal para fazer propaganda política para a campanha de Teresa Jucá (então mulher do senador) à prefeitura de Boa Vista.”


O problema, diz Magela, era que a TV dava prejuízo. “O dinheiro que vinha em publicidade do governo federal, do Estado de Roraima e da prefeitura de Boa Vista não cobria todas as despesas”, afirma. “Por isso, Romero tinha de complementar todo mês (com os pagamentos em dinheiro vivo). A TV sempre foi apenas um instrumento político.”

Em 2003, Jucá pediu a Magela que transferisse a TV ao estudante universitário Rodrigo Jucá, filho do senador. “Achei bom. Eu só tinha prejuízo lá”, diz Magela.

Ele assinou uma procuração com esse fim e a repassou ao filho de Jucá. Um ano depois, verificou que Rodrigo Jucá não formalizara a transferência – e estava administrando a TV em seu nome, sem pagar impostos e débitos trabalhistas.

“O Romero prometeu acertar isso, mas sempre enrolou”, diz Magela. Há dois anos, ele descobriu que devia cerca de R$ 3 milhões à Receita e ao INSS. “Reclamei com o Romero, eles refinanciaram a dívida no meu nome, mas duvido que vão pagar. Tenho certeza de que vai sobrar para mim”, afirma.

Hoje, a TV continua funcionando normalmente – mas em nome de Rodrigo Jucá.


“O Romero só mexe com dinheiro vivo”
, diz o lobista Geraldo Magela, laranja confesso do senador

No curso da Operação Navalha, na qual a Polícia Federal desbaratou um esquema de propina comandado pelo empreiteiro Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, Magela chegou a ser preso, acusado de envolvimento nos desvios.

A PF apreendeu planilhas da empreiteira em que o nome de Magela aparecia vinculado ao de Romero Jucá, ao lado de valores. “Eu tinha contrato com a Gautama, me relacionava com o Romero, mas nunca paguei nada”, diz Magela.


A sociedade oculta na TV não foi o único negócio fechado entre Jucá e Magela. Em 2001, o senador tornou-se dono oculto de um apartamento da Via Engenharia, presidida pelo empreiteiro José Celso Gontijo.

Naquele ano, a Via recebera R$ 12 milhões do governo federal. “O Jucá pediu que eu fosse à sede da Via registrar o apartamento no meu nome”, afirma Magela. “Bote no seu nome e depois a gente vê como transfere para mim”, disse o senador, segundo o relato de Magela.

Magela conta que foi então à empreiteira e assinou o contrato com seus dados. “Nunca paguei nada. Só fiz um favor para o Romero”, diz ele.


Gontijo sempre frequentou o gabinete de Jucá. “Ele ficava atrás de verbas para as obras dele em Brasília”, diz Magela.

Gontijo ficou famoso há pouco mais de um ano, após a exibição de um vídeo em que aparece entregando dinheiro a Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM.

Nos anos seguintes ao negócio, uma das empresas de Gontijo ganhou contrato em Roraima – e passou a faturar muito no governo federal.

Procurado, Gontijo admitiu a “amizade” com Jucá, disse frequentar o gabinete para tratar de “questões pessoais”, mas se recusou a dar maiores explicações a respeito das acusações de Magela.


Semanas depois de ter atendido Jucá, Magela conta que foi surpreendido com outra solicitação do senador. Dessa vez, para devolver o apartamento de três quartos que acabara de assumir e trocar por outro, maior e mais confortável, também oferecido pela Via. Em dezembro de 2001, Magela afirma ter fechado um contrato de promessa de compra e venda com a construtora.

“Passei a papelada para o senador e depois assinei, no gabinete dele, uma procuração dando poderes para o Rodrigo Jucá ficar com o apartamento”,
diz. Questionada sobre a forma de pagamento do imóvel, a Via não respondeu.


Três anos mais tarde, em julho de 2004, de acordo com documentos obtidos por ÉPOCA, o apartamento foi transferido de Magela a Álvaro Jucá.

O curioso na história é que Rodrigo Jucá, filho do senador, aparece como procurador tanto de Magela quanto de seu tio, Álvaro. Rodrigo, na ocasião, tinha 23 anos. Em dezembro daquele ano, o negócio entre a família Jucá e a Via foi desfeito. Álvaro teve direito a receber R$ 550 mil para abrir mão do apartamento. “Acho que eram contratos de gaveta”, diz Marcello Paes, atual dono do imóvel.

“Comprei o apartamento da Via em 2006. Sou o primeiro morador. Nunca ouvi dizer que esse apartamento tenha pertencido a alguém da família do senador Jucá.” A Via confirmou que a operação de R$ 550 mil foi “efetivamente realizada e liquidada”.


Tradução: o dinheiro foi pago. Apesar dos contratos e da confirmação da empreiteira, Álvaro Jucá nega a existência da operação. “A vinculação de meu nome à compra de qualquer imóvel junto à Via Engenharia é uma inverdade absoluta”, diz Álvaro. Procurados pela reportagem, Romero Jucá e seu filho, Rodrigo, não responderam aos pedidos de esclarecimento sobre os negócios da família.


Encontrar o nome de Romero Jucá associado a empresas e imóveis é algo difícil. Mas sobram laranjas, como o motorista João Francisco de Moura, um dos sócios da Paraviana Comunicações, que administra duas rádios e uma TV da família Jucá em Roraima. Em e-mail encaminhado a ÉPOCA, João Francisco disse que se tornou sócio da empresa a pedido de Magela e não conhece seu outro sócio na Paraviana, Márcio Oliveira. Em tese, os dois pagaram R$ 2 milhões pela outorga de funcionamento dos veículos de comunicação. João Francisco é vendedor de equipamentos agrícolas no entorno do Distrito Federal. “Tenho medo do poder do senador. Nunca tratei nada com ele”, afirma.

Claro que não.

Romero Jucá é profissional.

CHEQUE EM BRANCO




O Expirado, aquele que desgovernou estepaiz por oito anos, colecionando escândalos dos mais diversos naipes, montados em salas do quarto andar do Palácio do Planalto, onde funciona a Casa Civil, já deu "cheque em branco" para quase toda sorte de "elementos" que faziam parte de seu desgoverno. O talão do homem não tem fim, e pelo que consta, a conta-corrente deve ter fundos ilimitados, pois Antônio Palocci, o primeiro-ministro do atual desgoverno da Idade das Trevas III, descontou o dele. Vinte vezes.



É a inacreditável lógica petista, aquela que determina que quem é de seu bando não é "pessoa comum", portanto não deve nada a seu ninguém, muito menos, qualquer explicação à Justiça. Foi assim com o companheiro Sarney, com Renan Calheiros. Erenice Guerra provou da benemerência reservada aos incomuns, bem acima dos 6% de suas taxas de sucesso. Delúbio Soares, operador do mensalão da Sofisticada Organização Criminosa de José Dirceu, recebeu indulto, voltando à casa petista com festa, pompa e circunstância.


Inútil nestepaiz invocar leis, Constituição Federal ou coisa que o valha. No entanto, o ministro-chefe da Casa Civil teria, na falta de obrigação legal, a obrigação moral de explicar, em detalhes, o seu enriquecimento muito acima dos padrões normais até para grandes empreendedores. Para isso, precisaria ter e fazer uso, desse valor que a maioria de nós aprendeu a ter desde o berço: decência. Não tem, nem ele, nem o desavergonhado desgoverno, que manobrou na Câmara dos Deputados, cancelando todas as sessões das Comissões daquela Casa, para evitar que Palocci fosse convocado a prestar esclarecimentos sobre seu.... sucesso no mundo dos negócios privados, digamos assim.


Como diz BSchopenhauer, é impressionante
como estepaiz suporta estepaiz! O desgoverno petista tem maioria absoluta nas duas Casas representativas. Poderia vencer "no voto", derrubando qualquer requerimento de convocação do seu rico ministro. No entanto, até dentro da "Casa da Democracia", o PT manobra com métodos de ditadura. Dissolver comissões está a quantos passos de dissolver o Congresso, em si? O quê? Eu não me espantaria...

Por obra e graça do método esquerdistamente preconceituoso e excludente de criar castas para "lutar por conquistas", estepaiz está tão mergulhado no discurso de que é preciso TER DIREITOS, que ninguém mais fala em TER DEVERES. Esse é o principal objetivo desse tipo de política social: destruir os conceitos morais, e por que não, da legislação, que estabelecem os deveres do cidadão. Através do controle da massa pela propaganda de que a felicidade lhes é devedora, e por isso, ela, a massa, carece de direitos, vai estabelecendo sua ideologia. Enquanto estão ocupados na luta por seus "direitos", vão desconhecendo suas obrigações cívicas, legais e morais. Lei, na minha ignorância politicamente incorreta, existiria para estabelecer limites. No conceito petistamente correto, a lei torna-os elásticos, mas apenas para determinados grupos de seu interesse.


Se o cidadão não se sente imbuído da obrigação legal e moral do cumprimento dos próprios deveres, não cobrará, jamais, das cavalgaduras que nos desgovernam, para que cumpram com os seus. Princípio basiquinho de regimes totalitários insidiosos, que se instalam sorrateiramente e não pela força de armas. Incrível como suportamos que as gerações sejam formadas cada vez mais com cada vez menos capacidade de pensar sobre tudo o que lhes é imposto. Num país em que o seu Ministério da Educação reverencia o erro e os professores do ensino fundamental idolatram "pensadores" como Marcos Bagno sem ter noção da obra de Ruy Barbosa, como esperar que universitários conheçam Alexander Solzhenitshyn ao invés de... Marilena Chauí?


Temo que o Brasil não saia mais desse ciclo imbecilizante, imoral e criminoso que se instalou nos últimos 9 anos. E a que preço? Ora, preço de um cheque em branco, passado de bom auto-engano via voto, nas urnas de todo país! O cheque será descontado. Muito será pedido, de todos, para pagar essa fatura, que segue para os bolsos petralhas, com vigor.

"Passamos tanto tempo enfatizando direitos, que negligenciamos o ensino de obrigações. A quem muito foi dado, muito será pedido”. (Solzhenitsyn)

PALOCCI! O CARA!

Ministro vira game na internet

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