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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Governo planeja concessão de 45 portos




Processo começará com a licitação de um novo terminal em Manaus, onde a situação portuária é considerada crítica

Renata Veríssimo e Célia Froufe
O Estado de S. Paulo


BRASÍLIA - Iniciado o processo de privatização dos aeroportos, o governo prepara, agora, as diretrizes para transferir ao setor privado a construção de novos portos marítimos no Brasil.


Com base na infraestrutura local e na demanda projetada de carga, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) já identificou 45 áreas consideradas prioritárias para o recebimento de investimentos privados. O processo começará com a licitação de um novo terminal em Manaus, onde a situação portuária é considerada crítica.

O novo modelo tem uma filosofia de gestão diferente da que vigora atualmente nos portos brasileiros. Embora toda a operação dos terminais já tenha sido privatizada na década de 1990, os chamados portos públicos ou organizados são administrados por uma autoridade portuária pública, como as companhias Docas. "Quem vencer vai administrar e operar tudo dentro do porto, com a supervisão da Antaq", explicou ao Estado o diretor da agência, Tiago Lima.

A Antaq, segundo ele, gostaria de ter lançado o edital de licitação para o porto de Manaus em maio, mas ainda aguarda as diretrizes de outorga que estão sendo fechadas pela Secretaria Especial de Portos (SEP).

As 45 áreas a serem licitadas nos próximos anos estão em 12 Estados, 7 deles nas Regiões Norte e Nordeste. As demais estão nas Regiões Sul e Sudeste.

Lima disse que foi identificada uma "demanda relevante de produtos" nessas áreas. "Teve uma primeira leva na década de 1990. Daí para frente não teve uma segunda geração. Essa pode ser a linha da segunda geração", disse o secretário de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda, Antônio Henrique Silveira, que participa de um grupo sobre a modelagem das concessões.

"A novidade agora é passar a conceder portos organizados para a iniciativa privada. Manaus é o primeiro."

Espera. A liberação das outorgas vem sendo discutida desde 2009. A demora da Secretaria de Portos na definição do Plano Diretor, que permitirá dar início ao processo, está sendo criticada pelo setor privado e investidores e já começa a incomodar o Palácio do Planalto. Está sendo cogitada a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff estabelecer as diretrizes por decreto.

De acordo com os dados da Antaq, portos e terminais brasileiros movimentaram 200,6 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2011, alta de 7,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Dois terços da carga são movimentados por terminais de uso privativo, nos quais, por meio de autorização do governo, as empresas movimentam basicamente carga própria.

Pelos terminais privativos passam as cargas de maior densidade, como minério de ferro, combustíveis, óleos minerais e outros derivados de petróleo.

Apesar das críticas pesadas do PT contra as privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso, Silveira não vê uma mudança de postura no governo Dilma.

"Eu não acho que seja necessariamente uma mudança de filosofia. O governo Lula teve várias experiências na área de infraestrutura",
disse o secretário, destacando as concessões em rodovias e ferrovias.

23 de junho de 2011

O verdadeiro motivo por trás dos recentes ataques de hackers


Invasão de sites oficiais é só primeira retaliação de italianos contra libertação de Battisti
Por Jorge Serrão

A libertação e concessão de visto permanente para o ex-terrorista italiano Cesare Battisti são o verdadeiro motivo por trás dos recentes ataques de hackers (sediados na Itália) aos sites da Presidência da República, da Secretaria de Imprensa da Presidência, do Senado, do Ministério dos Esportes e do Exército Brasileiro. Por enquanto, as retaliações ao Brasil por não extraditar Battisti ocorrem por meio de crimes eletrônicos.

Mas têm tudo para partir para o campo político e pessoal, com efeitos negativos nas áreas comercial, financeira e criminal.


Os invasores italianos tiveram acesso aos dados e movimentações de uma milionária conta corrente no banco norte-americano Wells Fargo.

O correntista (aparentemente vítima de violação) é o filho de um ilustre palestrante brasileiro que teve papel decisivo na permanência de Battisti no Brasil.


O padrinho (godfather) do italiano já recebeu avisos diretos para não pisar em território italiano.

Tanto que cancelou apresentações que faria por lá.

Os familiares dele também foram advertidos de que não serão bem recebidos por lá.

A cidadania italiana lhes será de pouca serventia.

Quem tem (dinheiro lá fora) tem medo – como nunca teve antes na História do Brasil.

O “amigo” de Battisti que se cuide...


Os ciberterroristas deram apenas um indicativo de que agem politicamente, sem explicitar os reais motivos da ação criminosa de invasão dos sites. Pelo microblog twitter, enquanto recrutavam hackers brasileiros para ajudá-los,os invasores italianos avisaram que promoviam uma “jangada contra governos corruptos”. Tecnicamente, eles não roubaram ou apagaram informações do governo brasileiro. Apenas congestionaram o acesso aos sites usando um sistema de robôs para promover um “Denial of Service” (ataque de negação de serviço).



Safadeza

Na ação mais sacana, o grupo de hackers LulzSecBrazil postou no twitter um link para um arquivo com supostos dados pessoais da Presidenta Dilma Rousseff.


Aparentemente, as informações sobre Dilma foram obtidas diretamente de Balanços Oficiais da Petrobrás.


Como manda a Lei das Sociedades Anônimas, todo ano, a companhia publica alguns dados pessoais que qualificam, juridicamente, quem são os membros de seu Conselho de Administração.


Hoax

Tudo que agora saiu na Internet sobre Dilma já fora antes veiculado em caríssimos cadernos especiais, pagos a peso de ouro, em jornais de grande circulação.


Os dados da Presidenta também podem ser conseguidos em cartórios eleitorais, tribunais eleitorais e em vários documentos que podem ser baixados da internet, como prestação de contas e relatórios.


Portanto, a agora propalada “quebra de sigilo de Dilma por hackers” não passa de uma lenda de Internet (ou hoax).



Italianagem

Outra suposta vítima dos hackers foi o prefeito Gilberto Kassab – que tem ótimas relações pessoais com italianos.


A suprema maldade é que, por ironia do destino, um dos melhores amigos dele nasceu naquele país...


Até o santo nome da mãe do prefeito paulistano acabou informado pelos supostos hackers, junto com os números do CPF e do PIS, data de nascimento, telefones, signo e e-mails pessoais.


24 de junho de 2011


Mensagem de Anônimo Operação #AntiSec




Um jurista DE VERDADE fala sobre o caso Battisti:


“Uma página sombria na história da Praça dos Três Poderes”


Francisco Rezek, ex-ministro do STF, jurista de reputação internacional, juiz, por nove anos, da Corte de Haia, abriu um ciclo de palestras promovido pela Associação de Assessores e Ex-Assessores de Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Abaixo, segue o vídeo com sua intervenção.

A partir dos 25 minutos, ele comenta o caso Cesare Battisti. Transcrevo os principais trechos depois do filme.



Transcrição (a partir dos 25 min)

É inevitável que eu lhes fale uma palavra sobre o caso Battisti. Quando a decisão foi tomada (…), eu estava em Moscou e agradeci a Deus por estar em lugar tão remoto, incerto e não-sabido para muitos e não ter de atender à Jovem Pan, e não ter de atender ao Estadão, à revista VEJA, que queriam ouvir alguma coisa.

A decisão me chocou de tal maneira que achei que correria, se falasse naquele momento, o risco de dizer coisas de que poderia me arrepender (….). Vejam: a minha visão neste caso é totalmente isenta. Eu não tenho nenhuma participação pessoal — nem a origem italiana que pelo menos 30% dos brasileiros têm.

Mas o que eu achei uma lástima e me faz pensar que esse caso não honrará, no futuro, a história do Supremo Tribunal Federal é o fato de que o erro que se cometeu por maioria significou uma renúncia a um poder constitucional do Supremo.

Errar por absorção de poder, como fez o juiz John Marshall, nos primórdios da Corte Suprema americana, vá lá. Mas errar para renúncia ao poder, para a transferência de poder, me parece deplorável.

Me aborrece, por exemplo, saber que o raciocínio que, afinal, prevaleceu retrata uma não-leitura de tudo o que o Supremo já disse sobre o assunto no passado; uma não-leitura, sobretudo, do que disse Victor Nunes Leal sobre o tema e vai ser publicado agora num livro da Fundação Victor Nunes Leal a respeito da matéria.


(…) Houve quem se empolgasse com pareceres produzidos ad hoc para o caso concreto, sob encomenda da defesa. Eu achei que o aspecto mais penoso dessa novela triste que foi o caso Battisti é a renúncia ao Poder. Diria que, doravante, para ser coerente com o que decidiu há duas semanas, o Supremo, quando recebesse processos de extradição, não deveria pô-los em pauta, e sim mandá-los ao Palácio do Planalto para que decida.

Não se renuncia a uma competência constitucional dessa maneira por razões como aquelas que possivelmente motivaram os sentimentos respeitáveis, humanitários talvez, daqueles que formaram a maioria (…).


A concessão da extradição foi majoritária, mais majoritária ainda foi a anulação do ato do ministro da Justiça, que concedeu o estatuto de refugiado ao cavalheiro em questão atropelando um processo de extradição que se encontrava na mesa do Supremo.

Existem hoje no mundo certos países, não muitos felizmente, mas certos países, que fizeram da vingança armada e da vingança sangrenta a sua bandeira e que, de vingança em vingança, eliminam seus inimigos no cotidiano. A Itália certamente não é um deles. É um país em que o sentido de generosidade e de perdão é mais agudo do que o nosso. (…)


Na imensa confusão que foi criada no espírito coletivo pela defesa [discutiu-se] o que nunca se discutiu antes em extradição:

“Fez não fez, era ele não era ele, estava lá não estava lá”, tudo isso de uma impertinência colossal.

No contexto dos “Anos de Chumbo” em que Cesare Battisti, em nome dos Operários [Proletários] Armados pelo Comunismo fez aquilo que fez, um pequeno grupo, um outro grupo, mais jovem, Estudantes Armados pelo Comunismo, esse grupo seqüestrou o primeiro-ministro Aldo Moro e o manteve em cárcere privado, sob maus-tratos durante semanas, até um dia assassiná-lo e desová-lo no porta-malas de um carro, no centro de Roma.


Aldo Moro não era apenas um dos grandes estadistas da Europa da segunda metade do século 20. Era também um homem de um generosidade e de uma bondade pessoal que a todos cativava.

Pois bem: os seqüestradores e assassinos de Aldo Moro foram todos identificados de pronto, processados, apenados pela Justiça. Vão lá saber onde estão eles — não ontem, mas há anos já, todos na rua, exercendo suas profissões, trabalhando, se divertindo, vivendo normalmente.

Porque a anistia, o perdão não demoraram.


Mas eu insisto: quem tem de fazer isso com Cesare Battisti são os italianos, não nós. Não é o Lula, não é o Supremo, não é o senador Suplicy, não é o professor Dallari, não é o ministro Genro. Me pareceu uma página sombria a história da Praça dos Três Poderes. Porque o festival de erronias dançou pela praça um minueto admirável. (…)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

MPF da Bahia quer explicações sobre traslado dos corpos de vítimas de acidente aéreo



O Ministério Público Federal da Bahia quer investigar o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar os corpos das vítimas do acidente com helicóptero em Trancoso, sul da Bahia, na última sexta-feira, 17 .
O GLOBO, A Tarde

A ação pediria explicações apenas sobre o transporte do corpo de Mariana Noleto, 19 anos, namorada de Marco Antonio Cabral, filho do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, mas decidiu-se por estender o objeto da apuração para o traslado de seis das sete vítimas do acidente.

- Apesar de solidarizar com a dor das famílias em luto, o MPF, considerando seu dever de zelar pelo bom uso da coisa pública, tem a obrigação constitucional de apurar o ocorrido - afirmou o Procurador da República em exercício, André Batista.
Ainda não foram confirmadas irregularidades no processo, mas a ação quer justificativas para a utilização dos aviões da FAB, já que existem voos comerciais de Porto Seguro para o Rio - e que as vítimas não estavam em exercício de função pública.

O MPF também requisitou ao Segundo Comando Aéreo Regional, responsável pela área, informações sobre o "custo financeiro e o fundamento normativo" da operação e quer esclarecimentos sobre de onde partiram as ordens para que fossem feitos os traslados. A assessoria de comunicação da Aeronáutica informou que vai esperar a notificação oficial sobre o caso para se posicionar.

No dia da tragédia, o governador aguardava para fazer o mesmo trajeto em uma segunda viagem. O grupo participaria da festa de aniversário do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, que tem contratos importantes com o governo do estado, como a reforma do estádio Maracanã para a Copa de 2014 e a construção do Arco Rodoviário.

Cabral foi à Bahia para a festa com o jato particular do empresário Eike Batista, que doou R$ 750 mil para a campanha eleitoral do governador e se comprometeu a investir R$ 40 milhões nas Unidades de Polícia Pacificadora.


O piloto estava com o certificado de capacidade física inválido desde agosto de 2006. Sua licença para voar com o helicóptero que caiu, o H350, venceu em junho de 2005. As outras licenças que ele tinha para voar são de aeronaves dos modelos BH06, (vencida em outubro de 2004), EC30 (dezembro de 2006) e RHBS (desde julho de 2005).

 22/06/2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

“Privatização” do Galeão é negócio que une Cabral, Eike, Cavendish e grandes empreiteiras




O generoso empréstimo de um sofisticado jatinho Legacy para um passeio particular na Bahia, onde comemoraria o aniversário de um empreiteiro que tem R$ 1 bilhão em contratos com o governo do Estado do Rio de Janeiro, é apenas uma pista de um ambicioso plano de negócios que une o bilionário Eike Batista e o governador Sérgio Cabral






Na verdade, ambos articulam um alto voo: a concessão do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim



Com Cabral de “padrinho” do meganegócio junto ao governo Dilma Rousseff, Eike já tem articulada uma parceria para abocanhar o Galeão junto com as empreiteiras Odebrecht, Camargo Correa (que está saindo da área de obras para ficar só com negócios de concessões de estradas e aeroportos) e OAS.


Fernando Cavendish

O amigo de Cabral e de Eike, empreiteiro Fernando Cavendish
, também entraria no empreendimento com sua Delta Construções. Dilma postergou a decisão sobre o modelo de concessão para o Galeão por causa das pressões do PMDB, via Cabral, para abocanhar o aeroporto estratégico para o turismo brasileiro.


Com amizade e sem licitação?

A Assessoria de Imprensa da Delta faz um convincente juramento:

" Sua atuação não é pautada pelo relacionamento pessoal do empresário Fernando Cavendish com o governador Sérgio Cabral".


A empresa alega que as concorrências das quais participa estão dentro da legalidade.


Mas dados vazados ao jornal O Globo por tucanos inimigos de Serginho Cabral revelam que a Delta foi contemplada somente este ano, até este mês, com R$ 58,7 milhões para a realização de obras, sem concorrências públicas.



Show do Bilhão

O valor representa 24,8% - praticamente um quarto - do total de R$ 241,8 milhões empenhados (recursos reservados para pagamento) só para a construtora no primeiro semestre de 2011.

De 2007 até hoje, a construtora acumula contratos - com e sem concorrência - de R$ 1 bilhão com o estado.


A Delta participa de consórcios à frente de obras caríssimas, como a do Maracanã e a do Arco Metropolitano.



Gol contra o cofre

A empresa também se mostrou craque em reajustar valores de obras.

A reforma do Maracanã, inicialmente orçada em R$ 750 mil, foi reajustada para R$ 1 bilhão.


A Delta alegou que parte da cobertura original do estádio está seriamente danificada e precisa ser refeita.


22 de junho de 2011



Os esquerdistas, contumazes idólatras do fracasso, recusam-se a admitir que as riquezas são criadas pela diligência dos indivíduos e não pela clarividência do Estado."

(Roberto de Oliveira Campos)

POR FALAR EM IMPUNIDADE...



Como anda o Caso Palocci...?


É para ficar naquilo mesmo ou vão fundo na investigação de um possível enriquecimento ilícito?


Imagem Silsaboia
E a história do mensalão?

Já caducou?


A NATUREZA É AUTOSSUFICIENTE

O aquecimento global é uma farsa, uma crendice!

Entrevista com o *Professor Molion

Por Thomas Renatus Fendel


Leia no E-Jornal da Resistência Democrática

4a. Edição - Pg. 38 a 43










*Professor Molion: Luiz Carlos Baldicero Molion
é bacharel em Física pela USP, doutor em Meteorologia e Proteção Ambiental pela Universidade de Wisconsin, Estados Unidos.

Concluiu seu pós-doutorado no Instituto de Hidrologia, em Wallingford, Inglaterra, em 1982, na área de Hidrologia de Florestas.

É associado do Wissenschaftskolleg zu Berlin (Instituto de Estudos Avançados de Berlim), Alemanha, onde trabalhou como pesquisador visitante de 1989 a 1990.

Uma África




Dados da Unicef, Fundo da ONU para a infância, revelam que o Brasil está só três pontos acima do Congo em analfabetismo:

17% x 14%


22/06/2011

Herança maldita é a institucionalização da impunidade dos bandidos de estimação


Se conseguisse envergonhar-se com alguma coisa, o ex-presidente Lula estaria pedindo perdão aos brasileiros em geral, por ter imposto a Dilma Rousseff a nomeação de Antonio Palocci, e aos paulistas em particular, por ter imposto ao PT a candidatura de Aloízio Mercadante ao governo estadual.

Se não achasse que ética é coisa de otário, trataria de concentrar-se nas palestras encomendadas por empreiteiros amigos para livrar-se de explicar o inexplicável, como o milagre da multiplicação do patrimônio de Palocci e a comprovação do envolvimento de Mercadante nas bandalheiras dos aloprados.

Se não fosse portador da síndrome de Deus, saberia que ninguém tem poderes para revogar os fatos e decretar a inexistência do escândalo do mensalão.

Como Lula é o que é, aproveitou a reunião do PT paulista, neste 17 de junho, para tratar de todos esses temas no mesmo palavrório.

Com o desembaraço dos condenados à impunidade perpétua e o cinismo de quem não tem compromisso com a verdade, o sumo-sacerdote da seita serviu a salada mista no Sermão aos Companheiros Pecadores, clímax da missa negra em Sumaré.

Sem união, ensinou o mestre a seus discípulos, nenhum bando sobrevive sem perdas.

Palocci, nessa linha de raciocínio, perdeu o empregão na Casa Civil não pelo que fez, mas pelo que o rebanho governista deixou de fazer.

Foi despejado não por excesso de culpa, mas por falta de braços solidários.
Para demonstrar a tese, evocou o escândalo do mensalão, sem mencionar a expressão proibida. “Eu sei, o Zé Dirceu sabe, o João Paulo sabe, o Ricardo Berzoini sabe, que um dos nossos problemas em 2005 era a desconfiança entre nós, dentro da nossa bancada”, disse o mestre a seus discípulos.

“A crise de 2005 começou com uma acusação no Correio, de R$ 3 mil, o cara envolvido era do PTB, quem presidia o Correio era o PMDB e eles transformaram a CPI dos Correios, para apurar isso, numa CPI contra o PT, contra o Zé Dirceu e contra outros companheiros.

Por quê?

Porque a gente tava desunido”.

A sinopse esperta exige o preenchimento dos muitos buracos com informações essenciais. Foi Lula quem entregou o controle dos Correios ao condomínio formado pelo PMDB e pelo PTB. O funcionário filmado embolsando propinas era apadrinhado pelo deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, que merecera do amigo Lula “um cheque em branco”.

O desconfiado da história foi Jefferson, que resolveu afundar atirando ao descobrir que o Planalto não o livraria do naufrágio.

Ao contar o que sabia, desmatou a trilha que levaria ao pântano do mensalão.

Ali chapinhava José Dirceu, chefe do que o procurador-geral da República qualificou de “organização criminosa sofisticada” formada por dezenas de meliantes.

Tais erros não podem repetir-se, advertiu o pregador. É preciso preservar a coesão do PT e da base alugada, contemplando com cuidados especiais os parceiros do PMDB. Para abafar focos de descontentamento, a receita é singela: “A gente se reúne, tranca a porta e se atraca lá dentro”, prescreveu.

Encerrada a briga de foice, unifica-se o discurso em favor dos delinquentes em perigo.

“Eu tô de saco cheio de ver companheiro acusado, humilhado, e depois não se provar nada”, caprichou na indignação de araque o padroeiro dos gatunos federais.

Aos olhos dos brasileiros honestos, figuras como o mensaleiro José Dirceu, a quadrilheira Erenice Guerra ou o estuprador de sigilo bancário Antonio Palocci têm de prestar contas à Justiça.

Para Lula, todos só prestaram relevantes serviços à pátria.

A lealdade ao chefe purifica.


“Os adversários não brincam em serviço”, fantasiou. “Toda vez que o PT se fortalece, eles saem achincalhando o partido”. É por isso que Mercadante está na berlinda: segundo Lula, os inimigos miram não no comandante de milícias alopradas, mas no futuro prefeito da capital. “Nunca antes na história deste país tivemos condições tão favoráveis para ganhar as eleições no Estado”, festejou no fim do sermão.

Se há pouco mais de seis meses o PT foi novamente surrado nas urnas paulistas, o que ampara o otimismo do palanque ambulante?

Nada.

É só mais um blefe.

O PSDB costuma embarcar em todos. Não conseguiu sequer deixar claro que o Brasil Maravilha esculpido em milhares de falatórios só existe na imaginação dos arquitetos malandros e na papelada registrada em cartório.

Cumpre à oposição mostrar que o homem que brinca de xerife é o vilão do faroeste de quinta categoria.

Os brasileiros precisam aprender que o câncer que corrói o organismo político nacional não é a corrupção simplesmente ─ essa existe em qualquer paragem.

É a certeza de que não haverá sanções legais.

Ao longo de oito anos, enquanto cuidava de promover a ignorância à categoria das virtudes, Lula institucionalizou a impunidade dos corruptos e acelerou a decomposição moral do país.

O Brasil deste começo de século lembra um grande clube dos cafajestes sustentado por milhões de eleitores para os quais a vida consiste em não morrer de fome.

Essa sim é a herança maldita.

21/06/2011

 

A INOCÊNCIA DA CANALHA COMUNISTA


4º Edição

Por Rivadávia Rosa

É admissível que os comunistas de boa formação e inteligentes, membros de partidos que eram controlados do ponto de vista doutrinário, lealdade, confiabilidade e sob o ‘centralismo democrático’ de Moscou e que fielmente, mas como lobos selvagens praticavam o ‘justiçamento’ - seriam ingênuos e decididamente não sabiam da existência dos campos de concentração e de um procedimento singularmente “simplificado” de administração da justiça na União Soviética antes de 1930 e intensificado depois dessa data com os Processos de Moscou, com os assassinatos em massa e genocídios de etnias; também acho que é tremendamente injusto e injustificado concluir que não se sentiam incomodados com esse estado de coisas, tal como hoje, em que ainda defendem o democida Fidel e aplaudem a novíssima vocação chavista de tentação totalitária; e obviamente como devotos convictos da luta (sem) de classes não devem duvidar em nenhum momento da validade do conceito de ‘culpa objetiva’, pois se admitissem os faria engolir milhões de ocorrências nada agradáveis e de ‘excesso moral’ contra milhões de vítimas ‘subjetivamente inocentes’. 
Simples: a culpa é dos norte americanos ...

E assim - eles continuam absolutamente 'inocentes'...

A 'ideologia os protege'...

terça-feira, 21 de junho de 2011

Minha Casa Civil, Minha Vida


Ministério Público retoma investigações sobre aloprados


Reportagem de VEJA comprova relação de Aloizio Mercadante com o episódio; caso estava parado por falta de novos elementos

A Procuradoria da República em Mato Grosso pediu que a Polícia Federal (PF) retome as investigações sobre o escândalo do Dossiês dos Aloprados. O procurador Douglas Santos Araújo fez o pedido nesta segunda-feira.

O inquérito, que está em poder da Justiça Federal, deve ser devolvido ao Ministério Público. Como o antigo responsável pelo caso, Márcio Lúcio de Avelar, deixou o posto, um novo relator será sorteado.

A Procuradoria foi responsável por investigar o caso dos aloprados em 2006, mas as investigações pararam por falta de novos elementos. Com as revelações de VEJA, o caso foi retomado.

Os procuradores não dão detalhes sobre o tipo de diligências solicitadas à Polícia Federal.

Mala - O caso veio à tona Em 2006. Às vésperas do primeiro turno das eleições, a PF prendeu em um hotel de São Paulo petistas carregando uma mala com 1,7 milhão de reais.



O dinheiro seria usado para a compra de documentos falsos ligando o tucano José Serra, candidato ao governo paulista, a um esquema de fraudes no Ministério da Saúde.

Reportagem de VEJA desta semana
desvenda o mistério cinco anos depois. A revista teve acesso às gravações de conversas de um dos acusados do crime, o bancário Expedito Veloso, atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal.

VEJA demonstra que o mentor e principal beneficiário da farsa foi o ex-senador e atual ministro da Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante. Procurado pela reportagem, Expedito confirmou o teor das conversas, ao mesmo tempo em que se mostrou surpreso com o fato de terem sido gravadas. "Era um desabafo dirigido a colegas do partido", disse.

Não é a primeira vez que o nome do ministro surge na investigação. A PF chegou a indiciá-lo por considerar que era o único beneficiado pelo esquema. Mas a acusação acabou anulada por falta de provas. "Agora surgem elementos mais do que concretos para esclarecer de uma vez por todas a verdade sobre o caso", diz a reportagem.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Charge

a copa e o copo

REVISTA VEJA REVELA QUE MINISTRO MERCADANTE COMANDOU OPERAÇÃO DOS ALOPRADOS

Aloizio Mercadante

Reportagem de Hugo Marques e Gustavo Ribeiro, na revista Veja que está nas bancas, evidencia que a presidente Dilma Rousseff tem em seu ministério um homem capaz de organizar uma farsa, com o auxílio de dois bandidos e de uma quadrilha de petistas, para incriminar um adversário político e tentar vencer as eleições.

Seu nome:

ALOIZIO MERCADANTE, que ocupa a pasta da Ciência e Tecnologia.


É o que diz um dos petistas que operaram o esquema.

Ele assegura que Mercadante foi o grande chefe da operação que ficou conhecida, em 2006, como o “Caso dos Aloprados”, quando um grupo de dirigentes do PT comprou, por R$ 1,7 milhão, um falso dossiê que procurava ligar o então candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), à máfia dos sanguessugas. Mercadante, candidato do PT, seria o principal beneficiário caso a tramóia tivesse dado certo.

Hamilton Lacerda, seu braço direito, foi preso pela Polícia Federal segurando a mala de dinheiro (ele acabou de retornar ao partido e pretende ser candidato no próximo ano).
Expedito Veloso
Veja descobriu toda a trama ao inquirir Expedito Veloso, que na época era "diretor de gestão de riscos" do Banco do Brasil.

Ele fazia parte do núcleo central da campanha de Lula à reeleição e foi escalado para integrar a operação.

Foi ele quem confessou os detalhes da trama criminosa a companheiros de partido.

Veja teve acesso à confissão gravada.

Colocado diante do fato, Expedito Veloso, que agora é secretário-adjunto de desenvolvimento do governo petista do Distrito Federal, não teve como negar.

Leia um pequeno trecho da entrevista:

Pergunta
- O senhor apontou o ministro Aloizio Mercadante como mentor beneficiário da operação… Foi uma conversa interna, uma conversa partidária…
Resposta
- Isso vai me complicar. Acabei de sair do banco. Paguei muito caro por isso. Não tenho interesse em que esse assunto venha à tona.

Pergunta
- Qual foi sua participação na montagem do dossiê?
Resposta
- Absolutamente lateral. Analisei os documentos. Só isso. Cumpri uma missão política de campanha.

Pergunta
- O senhor confirma tudo o que disse nas conversas gravadas?

Resposta
- Eu estava querendo mostrar às pessoas que eu não era um aloprado. Não me lembro dos detalhes, mas tudo o que você relata que ouviu eu realmente disse.
Era um desabafo dirigido a colegas de partido.
“Missão política de campanha”!
É o nome que os petistas costumam dar para seus crimes. Delúbio Soares também cumpria uma “missão política”, plenamente aceita no PT.
Tanto é assim que ele está de volta.
Ao censurar Antonio Palocci pelo seu rápido enriquecimento, a advogada Gleisi Hoffmann, agora ministra da Casa Civil, lembrou que era coisa diferente do Mensalão, que buscava beneficiar o partido.
Vale dizer: mensalão pode, enriquecimento pessoal não!
É a lógica petista.

Diz a matéria da revista Veja:

"O plano foi tocado pelo núcleo de inteligência do PT, mas com o conhecimento e autorização do senador (Mercadante)“, disse Expedito Veloso.

“Ele, inclusive, era o encarregado de arrecadar parte do dinheiro em São Paulo” (…) Expedito Veloso conta que o ministro e o PT apostavam que a estratégia de envolver o adversário José Serra no escândalo de desvio de verbas públicas lhe garantiria os votos necessários para, quem sabe, ganhar o pleito.

“A avaliação era que o dossiê poderia levar a disputa ao segundo turno. De Brasília, o núcleo de inteligência do partido deu o sinal verde para a execução do plano.

Por intermédio de Valdebran Padilha, tesoureiro informal do PT em Mato Grosso, o comitê paulista negociou diretamente com os empresários mato-grossenses Darci e Luiz Antonio Vedoin, que ncobraram 1,7 milhão de reais para falsificar documentos e conceder uma entrevista na qual acusariam José Serra de envolvimento com fraudes no Ministério da Saúde”
.

Rememorando: a revista escolhida para a operação foi a IstoÉ. 

Segue mais um trecho de reportagem da VEJA:

"Havia um grupo encarregado exclusivamente de avaliar os danos que os documentos causariam à candidatura tucana. Faziam parte desse grupo o presidente do PT à época. Ricardo Berzoini, o próprio Veloso e Jorge Lorenzetti, churrasqueiro e amigo do então presidente Lula.

O segundo grupo tinha como função fazer chegar as informações à imprensa domesticada.

Dele participavam Oswaldo Bargas, amigo de Lula desde os tempos de militância no ABC paulista, e Hamilton Lacerda, coordenador de campanha de Mercadante. Por fim, o terceiro destacamento tinha a atribuição mais delicada: arrecadar o 1,7 milhão de reais pedido pela quadrilha para montar a farsa.

Em suas confissões, o bancário revela que foi justamente uma falha desse terceiro grupo que levou ao fracasso da operação.

Segundo ele, os petistas ficaram quatro dias em São Paulo aguardando o dinheiro, que demorou a chegar. E, quando apareceu, a polícia estava no rastro"
.

A reportagem também traz uma outra informação importante no que diz respeito ao dinheiro: quem conseguiu parte da bolada foi o então candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, Orestes Quércia.

Mercadante havia prometido dar um naco da administração ao peemedebista se a operação tivesse sido bem-sucedida.

Cinco anos depois, a Polícia Federal não tinha chegado a lugar nenhum.

Agora, um homem que participou do esquema, uma petista que cumpria “uma missão política”, conta tudo.

E a revista Veja soube antes que a polícia.

Um ministro de Dilma, Aloizio Mercadante, aparece metido na sujeira do aloprados até a raiz de seus poucos cabelos e de seu farto bigode.

Outro petista, dado como ministeriável,  também sai lanhado das confissão de Expedito Veloso.

Seu nome: Carlos Abicalil, que se fez notar pelo esforço para enterrar a CPI do Mensalão quando deputado.

Diz outro trecho da reportagem de Veja:

"A partir das inconfidências de Expedito Veloso, descobre-se que a sórdida investida contra os tucanos em São Paulo não foi a primeira e que os alvos nem sempre são necessariamente de partidos adversários.

A bruxaria não poupou os próprios petistas.

Expedito revelou que, antes da prisão dos aloprados, ocorreu outro episódio, envolvendo os mesmos personagens, usando os mesmos métodos, só que, dessa vez, agindo em Mato Grosso.

Os alvos: os então senadores Serys Slhessarenko, do PT, e Antero Paes de Barros, do PSDB.

Eles disputavam o governo do Estado com Blairo Maggi (PR), que concorria à reeleição, quando surgiu um dossiê envolvendo a petista e o tucano com a máfia dos sanguessugas.

Suas candidaturas foram fulminadas pelas denúncias.

Foi mais uma armação dos aloprados, segundo as revelações gravadas.

O mentor dessa vez foi o ex-deputado petista Carlos Abicalil, atual secretário do Ministério da Educação.

O financiador e beneficiário: o governador Blairo Maggi.

Até o custo era parecido com sua congênere paulista.

Disse Expedito Veloso: “O Abicalil já tinha negociado com Blairo Maggi para foder a Serys e o Antero Barros.

Pagaram 2 milhões aos Vedoin para incluir os dois indevidamente na lista dos sanguessugas. (…) Saiu uma reportagem antes da eleição que arrebentou os dois”
.

Serys confirma que Expedito a procurou no ano passado e fez uma confidencia:

“Ele disse que meu envolvimento com aqueles bandidos foi tudo uma armação criminosa contra mim, patrocinada pelos colegas do partido”.

O ex-senador Antero também soube da fraude.

“Liguei para o Serra e avisei que estavam fazendo a mesma patifaria contra ele".

Pois é, Fernando Haddad está quase fora do Ministério da Educação e quem é candidato para ocupar o seu lugar?

Ele, Carlos Abicalil.
 junho de 2011

‘Não é possível chamar o governo de que está garantindo roubalheira’

Celso Arnaldo captura a presidente no show de dilmês erudito:
‘Não é possível chamar o governo de que está garantindo roubalheira’


Num dos seus piores momentos em quase seis meses de governo, Dilma Rousseff foi capturada por Celso Arnaldo em Ribeirão Preto. Sorte dos leitores, presenteados com um dos melhores momentos do grande caçador de cretinices.

Os 4 primeiros minutos do vídeo são antológicos.

O texto também.

Confira:
POR CELSO ARNALDO ARAÚJO

O nome da seção do Blog do Planalto já não é bom: “Atividades da presidenta”. Soa esquisito. Na verdade, quem soa sempre esquisito é a presidenta – mas esquisito mesmo é o assunto principal da entrevista dada em Ribeirão Preto: o “Regime de Contratação Especial para as Obras da Copa”, como ela diz. O nome da maracutaia é esse mesmo? Como a Professora Doutora que nunca foi, nem nunca poderia ter sido, pois só pôde ser presidente, ela começa a explicar o inexplicável com uma pergunta retórica de caráter pedagógico:

– O quiquié que foi chamado de, é, sigilo de orçamento?

Você quer mesmo saber por que a Câmara aprovou, a pedido do governo, a tática do “treino secreto” para o timaço que está na jogada da Copa de 2014? Ouça a presidenta com atenção, como o Tinga ouve a preleção do Felipão:

“Trata-se do seguinte. É inclusive integrante das melhores práticas do OCDE e da União Europeia. Pra evitar que a pessoa que está, o licitante, né, quem está fazendo a oferta, utilize a prática de elevação dos preços e de formação de cartel, qual é a técnica que se usa? Você não mostra pra ele qual o seu orçamento. Mas o, quem te fiscaliza sabe direitinho qual é o valor. Aí cê faz a licitação. Aí quiqui acontece? Ele não vai saber qual é o preço que cê acha que pode pagar. Isso significa que ele vai dar um preço menor. E se der fora de orçamento, o órgão de controle sabe que deu fora do orçamento. E além disso ocê explicita o orçamento na sequência. Eu lamento a má interpretação que se deram (sic) a esse ponto.”

Depois dessa explicação meridiana, cartesiana, republicana, é mesmo de se lamentar a interpretação que “se deram” ao Regime Diferenciado de Contratações. É verdade que, nessa defesa da tática RDC feita pela presidente, houve farta distribuição de caneladas, furadas e bolas murchas pelos craques que atendem pelos nomes de “pessoa”, “cê”, “ocê” e “ele”: quem é quem nesse jogo?

Mas só mesmo por má-fé, ou má informação, alguém poderia desconfiar da lisura na contratação no escuro de obras desse vulto no Brasil. Se nos Pan-Americanos de 2007 foi aquela roubalheira desenfreada, e era tudo às claras, que tal darmos uma chance ao não-sabido?

Ficou ainda algum lado do campo desguarnecido? Dilma reforça a defesa:

“Em momento algum se esconde o valor do órgão de controle, tanto interno quanto externo (…) Segundo: quem não sabe o valor é quem está dando o lance. Puqui que ele não sabe? Porque se ele souber que eu dou, vamos supor, vamos fazer uma hipótese, vamos supor que ele ache que é cem, um número cem, vamos supor que no orçamento do governo teja, esteja, 120. A hora que ele vê que é 120 o valor mínimo, ele vai pra 120. Este foi um recurso que nós usamos pra diminuir os preços das obras da Copa. Não há da parte do governo nenhum interesse em ocultá. Pelo contrário, de quem que não se oculta? Não se oculta da sociedade, depois que ocorreu o lance, e não se oculta, antes do lance, dos órgãos de controle.”

Transparência é tudo e mais um pouco. Tente superar as barreiras linguísticas quase instransponíveis do dilmês. Atenha-se ao conteúdo implícito nas entre(mal traçadas)linhas: pela primeira vez, um presidente da República admite que, pelo regime normal de concorrências públicas, já que o RDC é uma exceção absoluta, o que custa 100 sempre sai por 120, no mínimo. E o governo sempre paga. Agora, no escuro, o que é 100 vai custar 100 – e Jair Bolsonaro vai passar o domingo que vem todinho na Avenida Paulista.

Mas a confissão explícita não alivia Dilma. Ao contrário — a presidenta está indignada:

“Eu sinto muito essa, essa má interpretação daquele artigo. E acredito que nada, é, que pode ser corrigido, porque as pessoas conversando elas esclarecem e cada uma vai explicar do que que entendeu, aonde que tá o problema, aonde que tá, porque também tem limite, não é possível chamar (sic) o governo de que está garantindo roubalheira ou qualquer coisa assim. Isso foi negociado com o TCU”.

“Chamar” o governo de que está garantindo roubalheira?

Não conheço ninguém que fale português e tenha dito isso.

Terá sido o Joseph Blatter?



18/06/2011

Este nosso Brasil

Não gosto do meu ceticismo e assombro diante de muitas coisas, no que diz respeito ao Brasil, mas eles existem.

Cada vez mais me espanto, e cada vez menos acredito.

POR LYA LUFT

REVISTA VEJA

Não funciona, comigo, aquela conhecida frase dos mais velhos "a mim, nada mais me espanta".

Pois a mim tudo ainda me choca, ou intriga, faz rir ou chorar ou me indignar como sempre, pois, vivendo mais, conheço mais as dores humanas, nossa responsabilidade, nossa miséria, nosso dever de solidariedade e trabalho, a necessidade de competência e honradez, de exemplo e seriedade.


Seja como for, coisas bizarras acontecem neste Brasil nosso tão amado e tão negligenciado.

Ao qual faltam, quem sabe, atenção, consciência, indignação, exigências junto dos que nos lideram ou governam, ou representam, educam ou deveriam educar, amparam ou deveriam amparar.
Outro dia escrevi sobre o tal livro com erros de português, metade aplaude, metade diz que a gente não entendeu nada, ou que é isso mesmo.

Autoridades fazem as mais estapafúrdias afirmações.

Logo apareceram outros livros escolares com erros crassos.

Não são novidade livros didáticos com erros, e ninguém dava bola.

Ninguém percebia, quem percebia ficou na moita, para que se incomodar? O mundo é assim, a vida é assim, o Brasil é assim.

Aí eu protesto.

O Brasil é bem melhor que isso, mas tem gente que gosta que ele pareça assim, alegrinho, divertido, hospitaleiro e alienado.

Afasta preocupações e cobranças, e atrai turistas.

No governo, no Senado, na Câmara, pessoas altamente suspeitas, condenadas ou não, sendo processadas ou não, continuam em altos cargos ou voltam a eles, e são aplaudidas de pé enquanto nós, os que tentamos ser honestos e pagamos pelo circo todo trabalhando às vezes até o anoitecer da vida e das forças, se não cuidarmos levamos multa cuspida, advertência, punição, ainda que esta venha através de impostos cruéis.


Às vezes parece que nem sabemos direito quem nos governa, quem são os lideres, os grandes cuidadores do país.

Saber causaria angústia, então fechamos os olhos.

Desconhecidos, ou sabidamente ruins, alguns meras promessas, estão em altíssimos postos, parte de nosso destino depende deles.


Nas pesquisas, nas quais nunca acreditei muito, a opinião pública consagra tudo isso na maior naturalidade. E eu me pergunto se realmente observamos, refletimos, concluímos algumas coisas, disso que acontece e tanto nos diz respeito, como o pão, o café, o salário, a vida.

Temos uma opinião formada e firme?

Lutamos pela honra, pela melhor administração, pela segurança, pela decência, pela confiança que precisamos depositar nos líderes, nos governantes, nos nossos representantes ... ou nos entregamos ao fluxo das ondas, interessados muito mais no novo celular, no iPod, no iPad, no tablet, na fofoca da vizinhança, na troca da geladeira, na TV plana, no carrinho dos sonhos, pago em oitenta prestações impossíveis?


Acho que andamos otimistas demais, omissos demais, alienados demais.

Devemos ser pacíficos e ordeiros, mas atentos. Aplaudir o erro é insensatez, valorizar o nebuloso é burrice, achar que tudo está ótimo é tiro no pé.


Logo não teremos mais pé para receber a bala, e vamos atirar na cabeça, não do erro, do desmando, da improvisação ou da incompetência, mas na nossa própria cabeça pouco pensante e, eu acho, nestes dias, otimista demais.
Sofremos e torcemos pelo nosso país ou, ao primeiro trio elétrico que passa, ao primeiro show espetacular, esquecemos tudo (ser sério é tão chato ... ) e saímos nos requebrando, e aplaudindo, aprovando sempre, não importa o quê?


Começo a ter medo. Não o medo que temos diante de um cano de revólver, ou do barulho de um assaltante na casa, não o medo de que algum mal aconteça às pessoas amadas, mas um receio difuso, sombrio, de que estejamos bailando feito alucinados ou crianças inconscientes à beira de um abismo disfarçado por nuvenzinhas coloridas chamadas alienação, para dentro do qual vão escorregando, ou despencando, os nossos conceitos de patriotismo, decência, firmeza, lucidez, liderança, e uma esperança sem ufanismo tolo.