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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

PT E PSDB: o bipartidarismo da mentira!




“Só existem dois grupos em verdadeira luta no Brasil:
os que estão roubando e os que querem roubar."

Tenório Cavalcanti

Por Waldo Luís Viana*

Num país como o nosso, sobre o qual a Justiça Eleitoral afirma ter um regime “hiperpartidário”, com quase 30 partidos, em sua maioria repartições de mero registro de candidatos e negociadores de repartição do horário público eleitoral – encontramos, na prática da esperteza, duas agremiações, quase iguais, semelhantes em tudo nos costumes de seus dirigentes, brigando entre si numa interminável disputa de poder, como se fossem os únicos comensais do butim, com o povo olhando, apinhado atrás dos cordões de isolamento.


O PT, muito hábil, conclama à velha luta entre ricos e pobres, confrontando os engravatados que falam inglês com os barbudinhos da máfia de pelegos sindicais.

Agora vem com a mesma estória das privatizações da Vale e das teles como massa de manobra para toldar os escândalos que abalam o seu governo “republicano”.


Se isso era tão importante investigar, porque os mandatos de Lula não o fizeram no espaço de oito anos?

Por que não houve qualquer devassa pra valer ou mesmo uma CPI qualquer?


É muito simples responder: porque, na hora das eleições, era muito mais útil confrontar as privatizações (que o povão não sabe muito bem o que é!) com o perigo de extinção do bolsa-família (benesse que, antes, os petistas denunciavam como meras compensações eleitorais).

Essa manobra de eleger um adversário e bater na mesma tecla, transformando um boato irreal em simulacro de verdade, é tática velha e carcomida da propaganda comunista.

Assim fez Stalin, em seus expurgos nos anos 1930, na União Soviética, e Teng Xiao Ping, que em 1976 denunciou ao povo o “bando dos quatro” sobre as sevícias perpetradas durante a revolução cultural chinesa.

Isso é tão velho se fazer em política – nomear um só adversário para o povão entender quem é o inimigo – que custa a acreditar como os malandros do PSDB não conseguiram (ou não quiseram!) denunciar e neutralizar a prática brandida pelos petistas.


Por sua vez, o PSDB, e seus adeptos de alta plumagem, não tem programa de governo a oferecer.
Apenas um duelo de vaidades, entre dois presidenciáveis, com cada metade do partido (desculpem o pleonasmo!) tentando se equilibrar em cima do muro entre os próximos e eventuais candidatos.

Finge-se de oposição, denunciando suavemente o PT, sempre querendo deixar o adversário “sangrar” em busca de uma pretensa “fadiga do material” que jamais acontece.
O partido no poder, temendo perdê-lo, faz habitualmente alianças, mesmo as mais espúrias com a direita oligárquica e os rentistas internos e externos, e se mantém altaneiro em sua posição, distribuindo as conhecidas migalhas ao povão que sinceramente agradece nos períodos eleitorais.

De fora ficam somente a educação, a saúde, as estradas, as ferrovias, os portos, o saneamento básico, os aeroportos, a defesa civil, a contenção de encostas e 80 impostos a pagar em troca de quase nada...
Os demais partidos assistem à pantomima como artistas coadjuvantes, pensando em abocanhar um naco da máquina estatal, irresponsavelmente distribuída para compor a tal “base aliada”, que só entra em guerra nas votações do Congresso, quando o seu apetite fisiológico e insaciável é contrariado.
O programa do PT, porém, é muito bem executado: “permanecer a qualquer custo no poder pra ver como é que fica...”

E não importam os meios, aliás, ao diabo os princípios!, desde que o Estado continue todo aparelhado pela “nossa gente” e a oposição “a pão e água” – da mesma forma como em outros tempos recomendava Bakunin, outro comunista histórico...

Hoje, entretanto, há ideólogos de esquerda mais perfumados, como Gramsci, que falam da estratégia de conquistar o poder “por dentro”, dinamitando a pretensa burguesia e suas instituições, bem como formulando uma nova hegemonia com os atores sociais que promoveriam a tal revolução, distante mas inevitável, como um demiurgo fatal!

Só esqueceram que atualmente a burguesia é quase toda de esquerda – daquele tipo que chora pelo povo em comício e não quer dar aumento salarial para a empregada doméstica – aparelhista e pelega, prejudicada agora pelos expurgos anti-corrupção que estão atingindo o governo Dilma com um soco no estômago.

A corrupção de esquerda, aliás, é bonita, idealista e feita por motivos tão nobres que quase nos fazem chorar.

Coitadinhos dos consultores, meu Deus!

Tivemos a divulgação de um livro pela internet, “A Privataria Tucana”, sobre os pecados do ex-presidente tucano e seu mais influente ministro.

Ambos atacados duramente pelos adversários, mencionando-se que tenta divulgar fatos fartamente “documentados” e tendenciosos, com o único objetivo de servir como artilharia nas próximas eleições e nos fazer esquecer, como coisa menor, a bandidagem oficial.

É impressionante como sempre se encontra um jornalista de plantão para fazer esses papéis!

Assim caminha nosso regime hiperpartidário, que só tem dois partidos de fato, irmãos univitelinos na estratégia de discutir entre eles o comando do país.

Nessa briga, o PMDB torna-se o mais esperto, fingindo-se de primo participante e aliado de quem vencer, porque são oligarcas regionais que não precisam possuir a presidência da República para governar.

Esse, para quem conhece, é o mesmo esquema da República Velha, que terminou com Washington Luís, e se baseava em partidos regionais.

Os demais partidos do imenso leque atual também são apenas partidos de região, com caciques localizados, mas que se organizam nacionalmente por força de nossa legislação cruel e adredemente formulada.

Nesse sentido, jamais teremos reforma política, porque são os mesmos lobos que controlam o galinheiro.

E, pelo visto, pela ânsia dos ministros corruptos em não largar o osso, pela luta intestina por cargos, comissões, superfaturamentos e pelo conhecimento de como “funciona o Estado” para melhor roubá-lo e facilitar “os negócios” – a coisa continuará do mesmo modo e nós, atônitos, admirando o negro panorama!

Enquanto isso, o mundo gira e parece que entrou em crise ou recessão.

É costume de nossas autoridades dizer ao povo que o Brasil jamais será alcançado por crises e que Deus é brasileiro

Quando vêm as tragédias, os políticos aparecem com paliativos, porque rapidamente elas são substituídas por outras, sempre cíclicas, sempre repetidas e sempre sem solução.

O bipartidarismo da mentira não resolveu nossos problemas, somente nos aproximou da beira do abismo.

O problema é saber qual desses dois partidos, num verdadeiro jogo de comadres, irá dar o próximo passo...

*Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e confessa que, aos 56 anos, se sente cansado de votar.


Talvez haja outros desiludidos...

14 de dezembro de 2011

A QUADRILHA EM DOIS TEMPOS: À MARGEM DO ESTADO E DENTRO DELE



Só um recadinho aos tolos: se e quando eu quiser, comento atos praticados por criminosos que, em países com uma Polícia Federal e um Judiciário um pouquinho mais ágeis, já estariam curtindo uma temporada na cadeia.

Não costumo dar bola para o subjornalismo pendurado nas tetas do governo federal e das estatais.

Conheço bem os métodos da canalha.

Tirem deles o dinheiro oficial para ver se conseguem se sustentar…


Essa escória é um tipo relativamente novo, que surge junto com a chegada do petismo ao poder.

De modo mais agressivo e organizado, passou a atuar depois do mensalão.

Inventou-se a tese do “golpe da mídia”.
Era a senha para justificar a formação de um eixo criminoso, composto por ex-jornalistas convertidos em lobistas, negociantes e esbirros de políticos enrolados com a Justiça.

O dinheiro que os sustenta, reitero, é público.

Quem viu a imprensa séria dar bola para o Dossiê Cayman, uma fraude fabulosa, viu coisa pior do que isso que está em curso agora.

Com a Inernet ainda nos seus primórdios, a calúnia se espalhava mais lentamente.

Também naquele caso, o material criminoso estava recheado de supostos “documentos”. Essa gente conta com a militância dos bucéfalos, como sempre, e com a ignorância dos crédulos.


Qual é o jogo da canalha?

Amontoar uma batelada de acusações sem fundamento e depois sair cacarejando: “Por que não responde? Por que não responde?”

Quem cai na sua conversa acaba refém de seus métodos. É como se Marcola ou Fernandinho Beira-Mar resolvessem fazer um dossiê contra as ações da polícia.

ATENÇÃO!
- AS PRIVATIZAÇÕES FORAM VIRADAS DO AVESSO, INCLUSIVE PELOS PETISTAS!

- SE HAVIA IRREGULARIDADES, POR QUE O SENHOR LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA NÃO ACIONOU A POLÍCIA FEDERAL? POR QUE NÃO TORNOU PÚBLICAS AS SUPOSTAS FRAUDES?

- SE HAVIA, COMO DIZEM, EVIDÊNCIAS CONTRA TUCANOS, POR QUE NÃO AS TROUXERAM A PÚBLICO OFICIALMENTE?

A resposta é simples: porque não havia nada!


Não por acaso, as campanhas eleitorais do PT nunca se concentraram nas supostas fraudes. Preferiram o embate ideológico.

As estatais, passaram a dizer, foram vendidas “a preço de banana”, outra estupidez.

Segundo o TCU, “preço de banana” era o das concessões de aeroportos definidos pelos petistas.

Foi necessário elevar o preço mínimo, em um dos casos, em quase MIL POR CENTO!!!

Sai, canalha!

Essa gente acha que caio no truque.

Há vagabundos que, num comentário, falam a linguagem de sempre dos jumentos.

No seguinte, com o mesmo IP, chegam mansinhos: “Pô, Rei, você deveria comentar tal coisa; afinal, os petralhas estão…”

Vão pastar!


Acompanhei no detalhe o massacre a que foi submetido o então secretário-geral da Presidência do governo FHC, Eduardo Jorge Caldas Pereira.

No caso, os petistas ainda estavam na oposição e contavam com o auxílio da facção petista do Ministério Público.

Passados alguns anos, constatou-se que não havia uma só prova contra ele, um só indício, nada! Tudo era apenas parte de um projeto de poder.

Tratava-se apenas de uma “conspiração dos éticos”, como aqueles que estão na capa da VEJA desta semana, tramando, por telefone, recibos falsos para incriminar inocentes.

A canalha petralha chamaria àquilo tudo “prova”.


Se e quando quiser, falo do que eu quiser, ficou claro?

Eu não preciso recorrer ao mundo do crime para “bombar” o meu blog.

Os meus leitores decentes me bastam.

Os indecentes que passam por aqui o fazem porque querem e contra a minha vontade.

E o favor que sempre podem me fazer é ficar longe.

Falta de chute no traseiro é que não é.

Houvesse um mata-burros eletrônico, eu o adotaria.


Havendo algum leitor eventualmente desconfiado, que não tem muita certeza se aquela gente é criminosa ou não, se está a serviço do poder de turno ou não, uma dica prática: vejam quem lhes paga o salário, verifiquem se conseguiriam manter suas revistinhas ridículas e seus blogs e sites bisonhos SEM O DINHEIRO DAS ESTATAIS.

Se a resposta for “não”, vocês terão chegado a uma conclusão.


- já houve a escuta que resultou nas acusações fantasiosas sobre as privatizações;
- já houve o Dossiê Cayman;
- já houve o falso dossiê contra Eduardo Jorge;
- já houve o caso dos aloprados:
- já houve o dossiê contra FHC e Ruth Cardoso (calculem!), feito na Casa Civil;
- já houve o arapongagem da pré-campanha de 2010 por aquela turma chefiada, então, pelo “consultor” Fernando Pimentel;
- já houve a invasão do sigilo fiscal de tucanos e de familiares do candidato do PSDB à Presidência;
- há agora a retomada das acusações sobre as privatizações, tão falsas e estúpidas quanto aquelas feitas há mais de 10 anos.


Antes, tratava-se de uma quadrilha que operava à margem do estado.

Hoje, trata-se de uma quadrilha que se aproveita das benesses do estado.

Quando FHC estava no poder, o governo se esforçava para vencer a oposição.

Os lugares se inverteram, e o PT se organiza para eliminar a oposição.

Não por acaso, há eleições no ano que vem.

Nomes de quadrilheiros e das obras saídas de suas entranhas continuam vetados.

Se e quando eu decidir citá-los, então cito.

Quanto à imprensa, é bom lembrar que, não faz tempo, uma súcia tentou meter jornalistas na cadeia simplesmente porque faziam o seu trabalho.


13/12/2011


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

FORAM AS FORÇAS ARMADAS QUE ENFRENTARAM O COMUNISMO GENOCIDA




Por Geraldo Almendra

O PT relativizou a moralidade no país e, com o aval dos Tribunais Superiores, apagou a fronteira entre o certo e o errado para todos os seus militantes ou cúmplices, muito especialmente para os esclarecidos canalhas.
Em 1964, diante de um clamor social, dos quais participaram muitos grupos que, durante a Fraude da Abertura Democrática, se colocaram como lacaios corruptos subornados pelo PT, as Forças Armadas se dispuseram a enfrentar os que queriam transformar o Brasil em uma Cuba Continental.

Temos que observar que durante o Regime Militar não se organizaram grupos de civis contrarrevolucionários voluntários para ajudar as Forças Armadas e as forças policiais no combate, de qualquer forma possível, aos terroristas que hoje estão no poder. A maioria dos civis que participaram da gestão militar do país estava, na verdade, lutando no submundo da canalhice política para enfraquecer o poder dos que estavam tirando o país da miséria econômica, social e política e o colocando como uma das mais promissoras nações do mundo.

A coragem da luta durante o Regime Militar se limitou aos lados que combatiam – Forças Armadas, as forças policiais e os guerrilheiros-terroristas – que tiveram muitas perdas de vidas, mas que são consequências diretas dos atos de quem escolhe a luta armada para defender seus ideais, não cabendo a ninguém o direito de ser indenizado pelo sofrimento decorrente de sua luta por aquilo que acredita.

Depois de decretado o Regime Militar os civis seguiram suas vidas normalmente deixando para nossos soldados e policiais a dura tarefa de protegê-los da sanha comunista.

Decorridos poucos anos, na verdade, a própria sociedade civil, seguindo seu DNA da prática do ilícito e da imoralidade como históricas normas de conduta social, em pouco tempo acharam que o Regime Militar não seria uma coisa tão boa quanto eles pensavam e muitos representantes de classes, especialmente da academia e dos artistas, se associaram ao comuno-sindicalismo, sob a liderança do mais sórdido político de nossa história para obrigar as Forças Armadas a voltarem para os seus quarteis, mesmo diante de uma gestão do Estado que elevou o país à qualificação de uma das maiores potências econômicas do mundo daquela época, e em que as obrigações sociais do Estado eram cumpridas com rigor.

A classe política, seguindo seus instintos de corrupção, corporativismo e prevaricação, não demorou a exercer o sórdido papel da redistribuição dos ovos da serpente do suborno e da corrupção, através de lideranças safadas, dentro e fora do poder público, que plantaram muitas das sementes do término do Regime Militar para iniciar uma “abertura democrática”, que simplesmente se mostrou e ainda se mostra como uma absurda fraude, pois na verdade, está agora servindo de base para um dos regimes civis ditatoriais fascistas dos mais sórdidos e mais corruptos da Civilização Ocidental.

A Fraude da Abertura Democrática se mostrou e tem se mostrado como um grande investimento para os canalhas da esquerda vazia de uma ideologia honesta, mas rica em criatividade para fraudar o país de todas as formas possíveis com a ajuda de integrantes de todas as classes sociais do país, seja pela falência da educação e da cultura, assim como pela imoralidade dos milhares de canalhas esclarecidos que se aliaram ao PT no processo de degeneração das relações públicas e privadas.

Os retornos obtidos pela prática contumaz do ilícito sob todas as suas formas derrotaram com larga margem os que tentaram e ainda tentam viver de forma honesta do fruto do trabalho e da aplicação nas formas disponíveis de aperfeiçoamento profissional, educacional e cultural.

Os mais de cem escândalos impunes que foram denunciados durante os dois desgovernos anteriores do PT e as denúncias com evidências inquestionáveis de que grande parte dos ministérios da presidente Dilma, se não todos, estão envolvidos em uma grande rede de corrupção que não tem mais controle da própria presidente – que negocia com os bandidos e com o presidente de fato do país que despacha no submundo da corrupção e da prevaricação –, nem da PF e muito menos de uma Justiça que tem se mostrado cúmplice e omissa diante da transformação do poder público em um covil de bandidos, colocam a sociedade diante da fronteira de um regime ditatorial civil fascista corrupto dominado não mais por uma ideologia viés do “socialismo”, e sim dominado por um comuno-sindicalismo-corrupto-marginal que tem um projeto de poder absolutamente fascista e que já conquistou a simpatia e o apoio dos campos universitários federais.

Como não temos mais as Forças Armadas para fazer o mais importante de seus deveres de casa no momento – salvar o país do controle de uma corruptocracia civil, estruturada em seguidos estelionatos eleitorais –, e muito menos percebemos qualquer demonstração de coragem ou revolta da sociedade civil diante da transformação do país em um Paraíso de Patifes, concluímos que o Brasil já perdeu os caminhos da busca de sua identidade de nação livre e democrática diante dos efeitos da absurda Fraude da Abertura Democrática nas relações públicas e privadas.

Somente tem nos restado acompanhar mundo afora os movimentos de transformações sociais que levam milhares de cidadãos às ruas, não para pedir a liberação da promiscuidade geral e irrestrita das relações sociais com o livre consumo de drogas e práticas de destruição da família, mas sim para lutar por causas de liberdade e democracia com respeito aos mais básicos princípios morais e familiares que devem nortear qualquer sociedade organizada com o poder exercido de uma verdadeira Justiça.
Deve-se enfatizar que a crise na Europa tem um “ilustre” culpado: o Estado assistencialista, estatizante e empreguista que está demonstrando mais uma vez ao mundo uma fragorosa derrota do socialismo utópico-corrupto diante do capitalismo que distribui muito mais riquezas do que sofrimentos, respeitando-se os princípios do mérito, do empreendedorismo, e da luta voluntária pela educação e cultura, caminhos tutelados por um poder público digno dos contribuintes que o sustenta.

Todos os dias nós temos que fazer uma mesma pergunta: por que somos tão covardes que não conseguimos nos unir para lutar com o objetivo de destituir o Covil de Bandidos que está fomentado um futuro para nossos filhos com apenas dois caminhos: ser omisso e um covarde escravo ou cúmplice do Covil de Bandidos ou ser um dos bandidos?


12/12/2011

EDIÇÃO DE DEZEMBRO DA REVISTA PIAUÍ


Diário da Dilma:
No, I don´t care!





1º de novembro_Ai que dor de cabeça! Ressaquinha de Campari: ontem fiz uma festa de Halloween com um pessoal aqui em casa. O Gilbertinho veio de padre, uma falta de criatividade! Foi tudo muito discreto porque se o Aldo Rebelo descobre…
2 de novembro_Fui visitar Lula na segunda lá no hospital, coitadinho. Para aliviar o astral, cheguei fazendo troça: “Ô Lulinha, bem que te avisei que botar aquele cocar de índio ia dar zebra”. Pela primeira vez ele riu de uma piada minha. Tenho certeza que ele vai sair dessa. Vaso ruim não quebra!
3 de novembro_Esse discurso do G20 está me tirando o sono. Você delega e vem cheio de erro de concordância. Aí reclama e justificam: “A tradução simultânea conserta.” Depois vão para a imprensa dizer que sou exigente.
4 de novembro_Não tenho nenhuma intenção de dar dinheiro ao fundo de estabilização europeu. Minhas verbas já estão com umas ONGs que o Lupi recomendou e com o fundo de estabilização do meu topete. Mas tenho que respeitar os países endividados: em festa de formiga não se elogia tamanduá.
5 de novembro_Como aquela madame do FMI é elegante! Não dei bandeira na hora, mas pedi para o general araponga investigar onde ela faz compras.
6 de novembro_Ah, ah, ah, diário mon amour: a loira não vai ser candidata a prefeita de São Paulo. Pôs mais botox à toa! E nem adianta querer o lugar do Fernandinho. Depois de me livrar de um ministro da Educação tipo calamidade, vou colocar a Marta? Não estou louca ainda!
Estava na cozinha preparando uma omelete quando ouvi mamãe gritar “bingo!”. Titia veio correndo e as duas se escangalharam de rir. Depois, li as denúncias contra o Lupi e entendi que mamãe ganhou a aposta.
8 de novembro_Fiz duas sessões de VelaShape. Tive que marcar em nome da cunhada da Erenice e fui de peruca loira para ninguém me reconhecer. Perdi 2 centímetros de cintura e 1,5 de quadril. Já dá para entrar naquelas calças de helanca que comprei no free shop. São boas porque não amassam e marcam pouco.
9 de novembro_Esses estudantes que ocuparam a reitoria da USP me deram uma ideia. Vou organizar uma ocupação na Esplanada dos Ministérios para protestar contra a presença de ONGs. Acionei amigos subversivos que não via há décadas.
No final do dia, o João Santana apareceu todo esbaforido no meu gabinete. É a única pessoa que tem permissão para entrar pela passagem secreta atrás da estante. Enfático, me convenceu a desistir da ideia da ocupação.
10 de novembro_Não acredito que o Serginho Cabral fez aquela festa toda por causa dos royalties e não me convidou. Para contar piadas infames sobre o Lula ele me liga. Mas para ver show do Lulu Santos na Cinelândia, nada de telefonar para a Dilminha.
11 de novembro_Cheguei da ginástica matinal e titia estava com os olhos brilhando: “Você soube que um ministro fez uma declaração de amor para você diante de todas as câmeras?” Curiosa, mas disfarçando, perguntei qual. “Aquele que começa com L”, respondeu.
Meu coração palpitou entre a euforia e o éden. Finalmente o Lobão tinha se vergado aos meus encantos e, romântico como Pepino di Capri, declarou-se em rede nacional.
Como quem não quer nada, fui para o quarto. Descobri que o “L” era de Lupi, aquele bofe!
12 de novembro_Fui à posse do Kalil, em São Paulo, e aproveitei para fazer uma consulta. Tenho arritmia toda vez que chego perto do Sarney. Ele me disse que era normal e que padecia do mesmo mal.
Esse Lupi está descontrolado. Tive que chamá-lo em meu gabinete e aplicar um “meu querido”.
13 de novembro_O PSDB me mata de rir. O slogan deles agora é Yes, we care. Ô gente pedante e entojada! Continuo nadando de braçada. Apesar de tudo, encarava o Fernando Henrique numa boa: No, I don’t care!
15 de novembro_Marisa ligou para transmitir um trocadilho do Lula. “Papademos papou Papandreou”, disse ela meio sem graça. É bom ver que ele continua ativo na articulação.
16 de novembro_Achei que o Lula está muito bem careca e sem barba. Aqueles dentes recapeados ficaram um pouco à vista demais, parece o Al Pacino. Os dentes, quero dizer. Mas, com a ajuda do Santana, ele está batendo o maior bolão. A Marisa é que podia dar um help e parar de fumar. Ou não aparecer na janela.
17 de novembro_Bem feito para o Berlusconi! Ficou falando aquelas grosserias para a Angela Merkel e deu no que deu. Vai ter que pagar mais caro agora pelo buga-buga! A tintura dele consegue ser pior do que a do PMDB inteiro. E olha que eles são liderados pelo Sarney.
18 de novembro_A gente batalha meses para lançar um programa bacana para beneficiar pessoas com deficiência e tem instantes de alegria. Mas volta para o gabinete e encontra o quê? Disputa por royalties de petróleo, denúncia de corrupção e parlamentares do PMDB em qualquer direção que se olha. Estou precisando de férias.
Fiquei emocionada ao ver o Romário. Lembrei o quanto eu e mamãe vibramos no Tetra e como fiquei frustrada quando ele foi cortado na Copa seguinte.
19 de novembro_Como essas denúncias cansam a gente! Ainda bem que o Gabrielzinho vem visitar a vovó.
20 de novembro_Esse Mario Monti tem cara de bancário e parece ser bem mais respeitador. Mas não se pode dar confiança aos italianos.
21 de novembro_Bonitinho o vídeo com os atores da Globo criticando Belo Monte. No mesmo dia, recebi a resposta: Lobão veio de blazer de seis botões, foulard e gola roulé. Declamou, pausadamente, seus argumentos. Homem charmoso e contemporâneo age assim.
23 de novembro_O Beltrame está fazendo e acontecendo. A Globo nunca me deu essa colher de chá. Falando em Beltrame, o gaúcho é um pedaço! Vou marcar mais duas sessões de VelaShape e uma esfoliação no rosto. O Kamura ficou de vir aqui também. Estou tão cheia desse meu cabelo.
24 de novembro_Quando fiz o discurso sobre a Comissão da Verdade, rejeitei quaisquer sentimentos revanchistas. Me sinto tão evoluída que sou até capaz de usar “quaisquer” em uma frase. Tenho vontade de sapecar um “meu querido” na fuça dos torturadores, mas o Santana disse que convém deixar esse revanchismo guardado no peito.
25 de novembro_Haddad e Chalita, ô dupla!
26 de novembro_Alguém é capaz de dizer o tamanho da mancha de óleo derramada no mar? Agora o Serginho não atende minhas ligações, o Pezão se finge de morto e o Lobão tergiversa. Vou ter que medir pessoalmente com uma régua?
27 de novembro_Comprei um punhado de ginkgo biloba para o Lupi. Dizem que reativa a memória. Mas a Ideli veio me falar que também é bom para emagrecer. Resolvi guardar lá em casa.
28 de novembro_Como quem não quer nada, perguntei ao Temer quando sairiam as fotos da cunhada dele na Playboy. Ele ficou roxo. Disse que não via a cunhada faz tempo. Aí eu tripudiei: “Ela é tão parecida com a Marcela, não é?”

11/12/2011

Lupi, o injustiçado



  gmfiuza

Seja qual for a verdade dos fatos que provocaram sua queda, ele foi injustiçado.

O ministro do Trabalho construiu uma rede de promiscuidade com ONGs companheiras, envolvendo pelo menos 280 milhões de reais em convênios voadores.




Não foi demitido por isso.

Andou em avião arranjado pelo dono de uma dessas ONGs, em missão oficial.

Não foi demitido por isso.

Mentiu descaradamente à presidente da República, dizendo que nunca entrara no tal avião.

Não foi demitido por isso.



Desafiou publicamente a autoridade da presidente, afirmando que só sairia do Ministério abatido à bala.

Não foi demitido por isso.

A bala finalmente acertou-lhe a cabeça, quando a Comissão de Ética Pública da Presidência recomendou expressamente a Dilma Rousseff a sua demissão, pelo conjunto da obra.

Não foi demitido por isso.

A preservação do cargo de Carlos Lupi ao longo de toda a sua temporada de achincalhe aos bons costumes foi garantida, bravamente, por Dilma e Lula – a turma do casco duro.

Todos os envolvidos na investigação da cachoeira de delitos no Trabalho – Ministério Público, imprensa, Polícia Federal, Controladoria-Geral da União, Comissão de Ética Pública – foram desautorizados pela firme decisão da presidente Dilma de prestigiar o delinquente.

Depois de tão brava resistência do governo popular contra a conspiração das elites, um passarinho vai ao ouvido do ministro dizer-lhe que ele não passa de segunda-feira.

Não é justo.



Carlos Lupi deveria botar a boca no trombone, denunciando a incoerência de seus ex-chefes, em contradição com as boas práticas do fisiologismo.

Não é possível que um ministro tão falante vá se calar logo agora.

Fale, ex-ministro.

O Brasil finalmente quer escutá-lo.

 05/12/2011