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sábado, 29 de setembro de 2012

O crepúsculo de um mito


O tempo costuma ser o maior aliado da verdade, o que dá esperança aos defensores da decência

 
Adeus, mito Lula.

Já vai tarde!



Fidel Castro, repetindo o também tirano Adolf Hitler, disse certa vez que a História iria absolvê-lo. Winston Churchill, por sua vez, teria dito que a História seria boa com ele, afinal, ele mesmo pretendia escrevê-la.

Os vencedores dominam a prensa, principalmente em países sem ampla cultura de liberdade, como Cuba.

Mas, na Inglaterra, há liberdade, e se a História foi mesmo favorável a Churchill, isso se deve aos seus acertos maiores que erros, e não ao seu poder de influência sobre a imprensa e o pensamento.

Já Fidel certamente não será absolvido pela História, a despeito da ditadura e da máquina de propaganda que montou em sua ilha particular.

Em outras palavras, o tempo costuma ser o maior aliado da verdade, o que dá esperança aos defensores da decência.

Nem sempre ela vem à luz.

Mas quando há alguma liberdade de pensamento e de imprensa, cedo ou tarde os fatos emergem do pântano da ignorância, espalhando seu odor antes disfarçado.

É possível enganar algumas pessoas por muito tempo, mas é difícil enganar todos, o tempo todo.

Disse isso tudo para chegar ao Nosso Guia.

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva parecia acreditar na possibilidade de ser absolvido pela História.

Na verdade, vaidoso que só ele, Lula certamente tinha a esperança de ser reverenciado pela História.

O tempo mostraria que o Mensalão não passara de uma armação de golpistas da elite para manchar a honra deste grande estadista do povo.

Não tão rápido...



Aos poucos o Brasil vai mudando, e o mito Lula vai sendo desconstruído.

O julgamento da História, quando passar o burburinho do momento, será duro com o líder do PT.

Afinal de contas, ao contrário da propaganda dos “intelectuais” durante décadas, a verdade é que não há nada de louvável em sua trajetória.

Desde os tempos de sindicalista até a posição de ex-presidente, Lula tem sido uma pessoa que merece raríssimos elogios, e infindáveis críticas.

Rótulos como “egocêntrico”, “megalomaníaco”, “mitomaníaco”, “imoral” e “inescrupuloso” combinam infinitamente mais com sua pessoa do que os adjetivos criados pelos “intelectuais” bajuladores do “homem do povo”.

Lula sempre fez tudo em causa própria, sempre demonstrou uma sede incrível pelo poder, e se mostrou disposto a quase tudo em nome deste objetivo.

Com o tempo, isso tudo ficará mais claro para as pessoas.


O “legado” sócio-econômico, um dos poucos pilares que seus acólitos usam para sustentar a imagem do mito, também será desfeito com o passar do tempo.

Ficará evidente para muitos que tudo não passou de uma enorme onda de fora, mais especificamente da China, que inflou as economias dos países emergentes ricos em recursos naturais como o Brasil.

Tudo isso com o auxílio das turbinas monetárias dos bancos centrais de países desenvolvidos.

Até mesmo uma das poucas áreas que muitos ainda concedem o epíteto de “gênio” ao Lula será revisada em breve.

Lula não é um “gênio” da política.
Sim, ele tem algum carisma, em parte porque o povão se identifica com seu jeito.

Sim, ele tem alguma habilidade na comunicação com as massas, abusando de retórica sensacionalista e demagógica.

Por esta ótica, ele seria quase tão “gênio” quanto Hitler ou Mussolini, nada que uma pessoa minimamente íntegra poderia se orgulhar.

Mas nem mesmo isso é tão verdadeiro assim.

As pessoas se esquecem de que Lula perdeu três eleições seguidas para presidente!

Que grande comunicador invencível é esse?


Depois ele conseguiu eleger seu “poste”, mas, novamente, isso se deve bem mais ao crescimento chinês e às peripécias de Bernanke do que ao seu talento para transferir votos.

Lula contou mais com a sorte do cenário externo do que qualquer coisa.

Isso começa a ficar claro agora nas eleições municipais, durante o julgamento do Mensalão, em que Lula não chega a ser um grande puxador de votos para prefeitos.


Alguns já ensaiam até um afastamento gradual da figura do todo-poderoso, enquanto o próprio aproveita para se aproximar de Paulo Maluf.
O “gênio” da política, ao que parece, não passa de um analista cego que ignora as mudanças no país e a crescente demanda por mais ética por parte da classe média.

Não há muito espaço para o fisiologismo escancarado de Lula nessa configuração.

Posso estar sendo otimista demais, esperançoso ao extremo.

Reconheço.

Pode ter muito de desejo em minha análise.

Mas acredito, realmente, que o Brasil irá amadurecer com o tempo a ponto de compreender que Lula foi uma enorme mancha negra na política nacional.

Maluf, Collor, Sarney e tantos outros ainda estão por aí, é verdade, todos inclusive aliados do próprio Lula.

Há muita ignorância no país; os safados se fartam. Mas, ao menos, nenhum deles goza de uma aura de santo, de estadista, de líder popular disposto a sacrifícios pelo povo.

A imensa maioria os enxerga como são:
oportunistas inescrupulosos que só querem o poder. Lula, finalmente, fará parte dessa lista.

De preferência no topo dela, pois essa liderança ele merece.


O Brasil ainda vai conviver com os estragos institucionais e morais causados pela gestão Lula por muito tempo.

Mas tudo indica que o mito será destruído de vez.


Os canalhas que ajudaram a criá-lo farão o que sabem fazer: dissimular e fingir que nunca tiveram nada com aquilo, que estão muito decepcionados.

Alguns ainda insistem em inflar o mito, talvez calculando que o estrago não será fatal e que a lealdade, moeda importante na máfia, será muito bem compensada se o homem regressar com tudo ao poder. Quem viver, verá.

De minha parte, resta a consciência limpa de jamais ter acreditado, por um único segundo, nesse sujeito indecente, por ter combatido tudo o que ele representa desde o primeiro momento, por ter alertado em dezenas de artigos e vídeos para os riscos que ele representava.

Lutei a boa luta dentro de minhas limitações, e isso me dá orgulho.

É hora de aproveitar o regozijo merecido e observar o crepúsculo do mito Lula, ainda que a Justiça, para ser efetivada, tivesse que condená-lo como “o chefe” do maior escândalo de corrupção da história de nosso país.

Mas aí já seria sonhar alto demais.

Sou mais realista, e me contento com menos.

Basta vê-lo desmoralizado.

E saber que, para alguém vaidoso como ele, deve ser desesperador imaginar que o futuro reserva palavras nada bonitas sobre sua história, apesar da máquina de mentira a seu dispor.

Adeus, mito Lula. Já vai tarde!

 September 28, 2012

Ética ou caos


Editorial
Zero Hora

O rigor que vem sendo imposto pelo STF aos réus do mensalão, como bem ressaltou a ministra Cármen Lúcia, não pode servir para mais descrença na política.

Precisa, isso sim, ser visto como um sinal de que o país não admite mais conviver com a corrupção.


A pouco mais de uma semana das eleições municipais, não poderia ser mais oportuna a manifestação feita pela ministra Cármen Lúcia, no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), durante a sessão da última quinta-feira.

Ao julgar e condenar réus ligados a partidos políticos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a magistrada, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lembrou que boa parte dos 138 milhões de eleitores brasileiros vêm demonstrando não apenas desesperança, mas um desencanto com a política e acredita haver razões para isso.

Os brasileiros, ressaltou, não devem confundir os réus do mensalão com toda a classe política. Ao mesmo tempo, os eleitores não podem ignorar a importância do voto, que deve ser visto sempre como exercício de cidadania.

A particularidade de dois episódios tão importantes para a democracia estarem ocorrendo de forma simultânea _ a campanha eleitoral e o julgamento do mensalão _ reforça o significado da manifestação.

A repercussão gerada simultaneamente pelos dois eventos não pode servir para reduzir o impacto de um ou outro.

Ambos precisam ser vistos como alternativas para o país reforçar as exigências quanto à atuação de seus homens públicos.

Foi por isso que, num recado dirigido especialmente aos jovens, a integrante do STF fez um apelo à juventude para que não leve em conta fatos isolados para descrer da política.

Mas ressalvou: detentores de cargos políticos devem ser mais rigorosos no cumprimento de leis, pois nesses casos, é a ética ou o caos.

Desvios no âmbito do setor público como os que vêm ocupando a atenção na mais alta corte judicial do país, de fato, impõem não apenas um custo moral.

Significam também prejuízos financeiros consideráveis num país em que faltam recursos oficiais para tudo, inclusive em áreas às quais o poder público deveria dedicar atenção prioritária, pois são de sua exclusiva competência.

Como ressaltou a ministra, "um prejuízo no espaço político significa que uma sociedade inteira foi furtada".

Na prática, o dinheiro que um parlamentar ou homem público embolsa acaba faltando para a reforma da escola, para maior atenção à criança e à mãe, para a construção de um posto de saúde e para investimentos em estradas ou em saneamento básico, entre outras áreas que deveriam se constituir em prioridade do poder público.

E é contra essas subtrações que o eleitor deve se insurgir, pois não têm como ser toleradas.
O rigor que vem sendo imposto pelo STF aos réus do mensalão, como bem ressaltou a ministra Cármen Lúcia, não pode servir para mais descrença na política.

Precisa, isso sim, ser visto como um sinal de que o país não admite mais conviver com a corrupção e já se mostra em condições de puni-la.
29 de setembro de 2012


Relator prepara penas duras para Dirceu e Delúbio



Barbosa analisa na semana que vem o caso dos réus apontados pela Procuradoria-Geral como corruptores do esquema do mensalão

Felipe Recondo e Eduardo Bresciani
O Estado de S. Paulo

O relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, vai impor penas mais duras a três figuras centrais do escândalo: o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, considerado o "mentor" do esquema de pagamento de parlamentares no governo Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, considerado o "organizador", e o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, chamado de "operador" do mensalão.
Ed Ferreira/AE
Voto de Barbosa sobre lavagem mostra como ele deve calcular penas

Outros réus terão tratamento mais brando. Segundo dois ministros do tribunal ouvidos em conversas reservadas pelo Estado, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, por exemplo, poderá ter pena mais leve por ter prestado depoimentos que contribuíram para o Ministério Público embasar as acusações.

Ainda segundo os ministros ouvidos pela reportagem, o ex-presidente do PT José Genoino, apesar de ter assinado os empréstimos bancários considerados fraudulentos e que serviram para financiar o esquema e tentar ocultar a origem pública do dinheiro, poderá ter tratamento mais brando caso venha a ser condenado.

Ministros argumentam que Genoino não agia como presidente de fato do PT, função que seria ocupada na verdade por Dirceu.

A atuação desses réus apontados como os corruptores do esquema do mensalão será analisada a partir de segunda-feira, 1, na semana que precede as eleições municipais de 7 de outubro, pelo plenário do Supremo.

O voto de Barbosa com a condenação de réus por lavagem de dinheiro em etapa anterior do julgamento mostrou como ele deve calcular as penas. Na ocasião, a dosimetria foi divulgada por engano por sua assessoria.

Ao calcular a pena de Marcos Valério, Barbosa considerou que o empresário dirigiu "a atividade dos réus integrantes do chamado núcleo publicitário" e recordou que ele prestou "inestimável apoio empresarial" à estrutura do esquema. Por isso, estabeleceu a pena em 12 anos e 7 meses de reclusão.

Debate. A definição das penas, conforme ministros da Corte, deve gerar debates tão intensos quanto as discussões do julgamento do mérito.

A dosimetria pode definir se um réu cumprirá a pena em regime fechado ou em liberdade. Pelo Código Penal, quem for condenado a mais de oito anos começa a cumprir a pena em regime fechado, os que receberem penas entre quatro e oito anos podem ser enquadrados em semiaberto e quem ficar abaixo de quatro anos pode cumprir a punição em regime aberto ou até conseguir convertê-la em pena alternativa. Não contarão para este cálculo penas aplicadas que já estiverem prescritas.

A fixação das penas é a última etapa do julgamento. Depois que todos os réus forem condenados, o relator julgará qual a pena mais adequada para cada réu, levando em conta os antecedentes dos crimes, o volume de dinheiro envolvido, o motivo do crime e a reprovabilidade da conduta.

Antes de iniciarem esta definição, os ministros deverão discutir se aqueles que votaram pela absolvição participarão ou não deste cálculo das penas.

No entendimento de alguns ministros, quem absolveu deve votar, sim, na dosimetria, aplicando a pena mais baixa. Outros, no entanto, entendem que isso não seria possível por não ser racional "absolver fixando pena".

O ministro Luiz Fux, que tem seguido a maioria das condenações de Barbosa, é um dos que já defenderam publicamente a exclusão de quem votou pela absolvição do cálculo das penas.
28 de setembro de 2012

A organização milionária da mulher de Delúbio

 

Mônica Valente comanda o escritório brasileiro de associação que recebe R$ 7 mi por ano para representar sindicatos   

                               
IstoÉ

Josie Jeronimo

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DONA DO COFRE
O ex-tesoureiro do PT (á esq.), Delúbio Soares, diz que depende da mulher,... Mônica Valente, para honrar suas despesas. Ela cobra um euro por filiado à associação que dirige
Exonerado do cargo de professor da rede pública de Goiás e vivendo oficialmente da renda de uma imobiliária virtual, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares costuma dizer que depende da mulher para honrar suas despesas. Mas não deve ser com os rendimentos do ofício de psicóloga que Mônica Valente tem conseguido ajudar o marido. Desde a militância à frente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na década de 90, Mônica aprofundou sua atuação profissional no mundo dos sindicatos de servidores.

Membro do diretório nacional do PT, a mulher de Delúbio comanda o escritório brasileiro da Internacional do Serviço Público (ISP), entidade que desempenha o papel de intermediário entre os sindicatos de funcionários públicos e organismos globais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A adesão das confederações à ISP custa um euro por filiado. Em conjunto, as 26 confederações filiadas à associação comandada por Mônica Valente repassam para ela R$ 7 milhões por ano das receitas obtidas com o imposto sindical. As informações foram confirmadas à ISTOÉ por dirigentes de entidades ligadas a esse braço brasileiro da organização internacional.

O destino desse dinheiro todo, porém, é um mistério até mesmo para as entidades que pagam pela filiação. A ISP recebe recursos das confederações que representam os servidores públicos e não presta contas. Por isso, a filiação à ISP gera polêmica na base das confederações.

Sindicalistas contrários ao repasse de dinheiro à associação alegam não entender para que serve o dinheiro aplicado na entidade para a representação internacional.

Argumentam que os resultados da atuação da organização comandada pela mulher de Delúbio deixam a desejar. Em dez anos de existência, por exemplo, apenas uma denúncia contra cerceamento dos direitos trabalhistas teria sido aceita pela OIT. “Ela não tem participação nas principais causas, não tem programa. É mais uma entidade em que os dirigentes se apegam à estrutura para ter benefícios.

Recebe arrecadação das entidades e não tem transparência”, critica Sandro Pimentel, um dos coordenadores da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra). Servidores do Judiciário tentaram impedir na Justiça o desconto nos salários para bancar entidades, que segundo Adilson Rodrigues, diretor do Sintrajud, nem deveriam existir.

“É um absurdo descontar um dia do salário do trabalhador para sustentar sindicatos de fachada. Os dirigentes se lambuzam no dinheiro suado do servidor. No dia a dia, a ISP é fictícia. A atuação internacional de um sindicato é algo pontual, não de filiação em tempo integral. Gastamos dinheiro para bancar uma entidade fajuta”, acusa Rodrigues.

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A denominação “internacional” que a associação comandada por Mônica carrega também não combina com a estrutura que o ISP tem no Brasil. Como uma espécie de “franquia” do órgão internacional, a associação registrou CNPJ em São Paulo em 2001, antes da entrada da mulher de Delúbio. Embora tenha mais de dez anos de existência e opere uma verba milionária, a associação que embolsa recursos das confederações sindicais se resume a uma sala no centro da capital paulista e é tocada hoje por apenas duas pessoas.

Além de Mônica, a entidade também é representada por Jocélio Drummond. Durante a semana, a reportagem de ISTOÉ procurou a mulher de Delúbio e outros representantes da ISP, mas a secretária da organização insistiu que a entidade não contava com nenhum outro responsável além de Mônica e Jocélio, ambos fora do País, em viagem à Argentina.

No papel de representantes dos servidores públicos brasileiros no plano internacional, os dois se revezam realizando palestras, recrutando integrantes das confederações para formar grupos de trabalhos – com o objetivo de discutir temas do funcionalismo – e participando de congressos dos sindicatos filiados.

Em eventos da sede da Internacional, eles se apresentam como representantes do escritório brasileiro. Durante a greve dos servidores federais, este ano, a ISP também prestou consultoria às confederações analisando os pleitos dos servidores que seriam apresentados ao governo.

“O principal trabalho na ISP é orientar nas demandas do funcionalismo e discutir o direito de greve”, diz João Domingos, presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), entidade que reúne 2,5 milhões de funcionários de órgãos municipais, estaduais e federais.

Mônica Valente não é novata no meio sindical. Antes de assumir a defesa de causas do serviço público, ela militou na ONG Instituto Observatório Social (IOS), ligada à CUT. O IOS atua hoje como parceiro da associação da mulher de Delúbio.

Em 2011, o instituto recebeu R$ 200 mil da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e o mesmo valor da Petrobras para ação de comunicação institucional. Agora, no entanto, Mônica manipula um orçamento bem mais polpudo. A maior parte dos recursos milionários que bancam a entidade vem de descontos do contracheque de servidores públicos federais para as confederações.

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­

A obri­gação de dar um dia trabalhado por ano aos movimentos sindicais está prevista na Constituição. Mas um processo em tramitação no Tribunal de Contas da União (TCU) questiona a legalidade da transferência de dinheiro para as confederações de representação do serviço público, cujos funcionários não são regidos pela CLT.

Servidores também entram na Justiça para questionar o desconto. Mesmo assim, entidades como a administrada por Mônica Valente recebem mais de R$100 milhões todos os anos.


 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

CUT, que tentou tumultuar entrevista de Serra, já foi multada em julho deste ano por fazer campanha eleitoral petista





Por Reinaldo Azevedo

A CUT, como vocês leem no post abaixo, mandou um “repórter” com o fito exclusivo de tumultuar uma entrevista coletiva do tucano José Serra, candidato à Prefeitura de São Paulo.

Eles são novos nisso???

Não!!!

Como escrevo ali, são useiros e vezeiros do expediente.

E posso provar o que digo.

Leiam trecho de uma informação publicada no site do Tribunal Superior Eleitoral no dia 30 de julho deste ano:

TSE multa CUT e Editora Atitude por propaganda ilegal em favor de Dilma
O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicou na noite desta terça-feira (10) multas de R$ 15 mil à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Editora Gráfica Atitude Ltda. por fazerem propaganda eleitoral ilícita em favor da então candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência da República, Dilma Rousseff, e contrária a José Serra, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) ao cargo em 2010. Os ministros do Tribunal entenderam que tanto a CUT como a gráfica desrespeitaram a legislação eleitoral ao promoverem a candidatura de Dilma em jornal bancado pela central e em revista produzida pela editora, respectivamente em setembro e outubro de 2010.

Dispositivo do artigo 24 da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) proíbe que sindicatos contribuam direta ou indiretamente com recursos para campanhas de candidatos ou partidos.

Na condição de relatora, a ministra Nancy Andrighi considerou que o Jornal da CUT, de setembro de 2010, e a Revista do Brasil, da Editora Atitude, de outubro de 2010, divulgados inclusive pelo site da central sindical, enalteceram a candidatura de Dilma Rousseff em manchetes, textos e editoriais, como se a candidata fosse a mais apta a ocupar o cargo público pretendido. Além disso, segundo a ministra, as publicações fizeram propaganda negativa de José Serra, então candidato do PSDB a presidente. Segundo os autos do processo, a revista, mantida por dois sindicatos, é distribuída a 360 mil trabalhadores.

“Os elementos probatórios dos autos não deixam dúvida quanto à realização da propaganda eleitoral. Os textos fazem menção direta às eleições presidenciais e suscitam a ideia de que a candidata representada seria a mais apta ao exercício do cargo em disputa, além de fazer propaganda negativa contra o seu principal adversário nas eleições de 2010”, disse a ministra relatora.

A ministra lembrou em seu voto que o ministro Joelson Dias, que não integra mais a Corte, deferiu em outubro de 2010 parte de pedido de liminar, apresentado pela coligação “O Brasil Pode Mais”, do candidato José Serra, determinando que a CUT e a Editora Atitude se abstivessem de distribuir, respectivamente, o Jornal da CUT, ano 3, nº 28, e a Revista do Brasil, edição nº 52. O ministro determinou ainda que a central sindical se eximisse de reproduzir os textos que enalteciam Dilma em seu site.

Os ministros Marcelo Ribeiro e Marco Aurélio acompanharam o voto da relatora, mas divergiram quanto ao valor da multa. Os ministros votaram pela aplicação do valor máximo de R$ 30 mil, previsto para o caso. O ministro Marco Aurélio foi além, e estendeu a multa também a Dilma Rousseff e à coligação “Para o Brasil Seguir Mudando”, da candidata, por entender que “seria extravagante e extraordinário” pensar que ambas não tinham conhecimento da propaganda irregular feita pela CUT e pela editora.
(…)
28/09/2012

O PT na hora do lobo



Por Fernando Gabeira

Estadão.com.br


A Hora do Lobo é um filme de Ingmar Bergman. Os antigos a chamavam assim porque é a hora em que a maioria das pessoas morre... e a maioria nasce. Nessa hora os pesadelos nos invadem, como o fizeram com o personagem Johan Borg, interpretado por Max von Sydow.

Como projeto destinado a mudar a cultura política do País, o PT fracassou no início de 2003. Para mim, que desejava uma trajetória renovadora, o PT sobrevive como um fósforo frio. Entretanto, na realidade, é uma força indiscutível. Detém o poder central, ocupou a máquina do Estado, criou um razoável aparato de propaganda e parece que o dinheiro chove em sua horta com a regularidade das chuvas vespertinas na Floresta Amazônica. Mas o PT está diante de um novo momento que poderia levá-lo a uma crise existencial, como o personagem de Bergman, atormentado pelos pesadelos. Pode também empurrá-lo mais ainda para o pragmatismo que cavou o abismo entre as propostas do passado e a realidade do presente.

O PT sempre usou duas táticas combinadas para enfrentar as denúncias de corrupção. A primeira é enfatizar seu objetivo: uma política social que distribui renda e reduz as grandes desigualdades nacionais. Diante dessa equação que enfatiza os fins e relativiza os meios, alguns quadros chegam a desprezar as críticas, atribuindo-as às obsessões da classe média, etiquetando-as como um comportamento da velha UDN, partido marcado pela oposição a Getúlio Vargas e pela proximidade com o golpe que derrubou João Goulart. A segunda é criar uma versão corrigida para os fatos negativos, certo de que a opinião pública ficará perdida na guerra de versões. Esta tática é a que enfatiza o desprezo da política moderna pelas evidências, como se o confronto fosse uma guerra em que a verdade é vitimada por ambos os lados.

Acontece que essa fuga das evidências encontra seu teste máximo no julgamento do mensalão. O ministro Joaquim Barbosa apresenta as acusações com grande riqueza de detalhes. As teses corrigidas foram sendo atropeladas pelos fatos. Não era dinheiro público? Ficou claro que sim, era dinheiro público circulando no mensalão. Ninguém comprou ninguém, eram apenas empréstimos entre aliados. Teses que se tornam risíveis diante da origem e do volume do dinheiro. O PT salvando o PP de José Janene, Pedro Correa e Pedro Henry da fúria dos credores?

O relatório de Joaquim Barbosa apresenta o mensalão como uma evidência reconhecida pela maioria do Supremo, dos órgãos de comunicação e dos brasileiros. Como ficará a tática do PT diante dessa realidade? Negar a evidência? É um tipo de reação que, mesmo em tempo de prosperidade econômica, não funciona quando os fatos são inequívocos.

Ao longo de minhas viagens observei que o mensalão não havia afetado as eleições municipais. Mas o processo está em curso. Algumas cidades já estão afetadas, como São Paulo e Curitiba. Nesta ocorre algo bastante irônico: o candidato Gustavo Fruet (PDT) é acusado de ter o apoio do PT e por isso perde votos. Fruet foi um dos deputados que investigaram o mensalão na CPI dos Correios.

A reação do PT diante da possível condenação de seus líderes vai ser decisiva. Encontrará forças para reconhecer seu erro, aceitar o julgamento do STF e iniciar um processo de autocrítica? Tudo indica que não. A teoria conspiratória domina suas declarações. O mensalão foi uma invenção da mídia golpista, dizem alguns. Na nota dos partidos aliados, que deviam ser chamados de partidos submissos, acusa-se uma manobra da oposição, como se tudo isso tivesse sido construído por ela, que descansa em berço esplêndido.

Numa entrevista raivosa, um dos réus, Paulo Rocha (PT-PA), alega que as denúncias do mensalão ocorrem porque Lula abriu o mercado brasileiro aos países árabes. A tese conspiratória é tão clássica que os judeus não poderiam ser esquecidos.

O ex-presidente Lula parece viver realmente a hora do lobo. Percorre o Brasil atacando adversários e diz que, tal como venceu o câncer, vai derrotar os candidatos de oposição. Se o ressentimento e o rancor brotam com tanta facilidade dos lábios do líder máximo, o que esperar do exército virtual de combatentes pagos para atirar pedras?

Este é um momento crítico na história do PT. Deve contestar estas evidências com a mesma eloquência com que contestou outras. Mas as de agora são transmitidas ao vivo, foram submetidas ao exame de ministros do Supremo, estão coalhadas de fatos, depoimentos, provas.

Ao contestar as evidências o PT não inventa um caminho. Paulo Maluf foi acusado durante anos de desviar dinheiro para o exterior e sempre negou. A condenação e a eventual prisão de líderes não afastam o PT do poder, mas transformam o encontro nos jardins da casa de Maluf em algo mais que uma simples oportunidade fotográfica. O PT não só verteu milhões para os caixas do partido Maluf, como aceitará a tática malufista de negar as evidências, mesmo quando são esmagadoras.

Em defesa de Maluf pode-se dizer que ele nunca prometeu a renovação ética da política brasileira. Usa apenas um mesmo e fiel assessor de imprensa para rebater críticas nos espaços de cartas de leitores. Descendente de árabes, Maluf jamais, ao que me consta, culpou uma conspiração sionista por sua desgraça. Sempre foi o Maluf apenas, sem maiores mistificações.

Montado numa máquina publicitária, apoiado por uma miríade de intelectuais, orientado por competentes marqueteiros, o PT viverá em escala partidária a aventura individual de Maluf: negar as evidências. Até o momento nada indica que assumirá a realidade. Seu caminho deve ser negar, negar, como o marido infiel nas peças de Nelson Rodrigues - por sinal, o inventor da expressão "óbvio ululante".

O mensalão não é um cadáver no armário, invenção de opositores ou da imprensa.

Nasceu, cresceu e implodiu nas entranhas do governo.

É difícil sentar-se em cima dos fatos.

Ele são como uma baioneta: espetam. *


JORNALISTA

28 de setembro de 2012


Luiz Inácio Desesperado da Silva pressiona, e Dilma Acuada Rousseff participa de comício pró-Haddad





Por Reinaldo Azevedo

Voltei

Tinha ido ao médico. Rotina, petralhas! Podem sossegar o facho! Adiante.

Luiz Inácio Desesperado da Silva pressionou, e a presidente Dilma Acuada Roussseff cedeu. Vai participar, na segunda-feira, de um comício em favor da candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. O evento acontecerá em um conjunto habitacional de Itaquera.

O Desesperado anda com saudade do povo. Por onde passa, tem reunido entre 1.000 e 3.000 pessoas no máximo.
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de ato de campanha com Fernando Haddad, em São Paulo


Agora recorre à sua ex-criatura, Dilma, para salvar o criador, que está em franca decadência política.

Desta vez, é provável que reúna mais gente. O poder do cargo atrai, quando menos, a curiosidade. O comício é feito numa área pobre da cidade porque o candidato e o partido que têm mais contribuição do grande capital que brincar de luta de classes: os pobres contra os ricos.

O PT armou algumas arapucas para passar a ideia de ascensão irresistível de Haddad. O coroamento deveria ter vindo com a pesquisa Datafolha de ontem, que, no entanto, continuou a registrar o petista em terceiro lugar. É preciso considerar os extremos da margem de erro (de dois pontos para mais ou para menos) para afirmar que está empatado com Serra (18% a 22%). Chega a ser quase uma licença poética.

Pode mudar? Claro que sim! Mas a realidade hoje é essa. E Lula tem que pedir socorro a Dilma. Vamos ver qual será o discurso da presidente.

Brasil afora, o PT tem usado explicitamente a linguagem da chantagem: se os eleitores votarem no candidato do partido, haverá mais dinheiro do governo federal. Logo, entende-se que, se não votarem, haverá menos. Em síntese: o petismo só promete dar aos pobres aquilo que já lhes pertence e que foi gerado por eles, com o seu trabalho, só se forem obedientes.

Espero que Dilma Acuada Rousseff resista a se comportar como Dilma Chantagista Rousseff.
28/09/2012

AZARES DO LULA



Por Maria Lucia Victor Barbosa


Durante três eleições seguidas houve árduas tentativas da parte do PT para chegar à presidência da República, mas faltava ainda o essencial, um bom marketing capaz da mágica que faz do feio o bonito, do sórdido o honrado, do mentiroso o verdadeiro.

Afinal, não é com imagens construídas com perfeição que a política é feita?

Então, apareceu o mago Duda Mendonça e sua arte suprema de propaganda enganosa como o é quase toda propaganda, sobretudo, a política.

Foi elaborada a Carta do Povo que apaziguou com êxito os desconfiados.

Adesões e coligações inimagináveis para o PT de outrora foram consumadas.

E o mais importante: foi cuidadosamente fabricada a imagem falsificada do “Lulinha de paz e amor”.

Estas técnicas e táticas levaram finalmente o PT ao cobiçado cargo na quarta tentativa. Como normalmente acontece com os revolucionários que alcançando o poder se esmeram em fazer com mais precisão o que antes criticavam, ao vencer Lula e companheiros deram alegremente adeus à ética e à ideologia de esquerda que varia conforme as circunstâncias e possui tendência acentuada para o desfrute das delícias da burguesia.

Ás favas com escrúpulos e transparência.

E, assim, aconteceu entre outros fatos nada edificantes a compra de votos dos congressistas da enorme base aliada de Sua Excelência Lula da Silva.

Foi o maior escândalo de corrupção nunca antes havido nesse país e alcunhado por Roberto Jefferson de “mensalão”.


Lula sempre dizendo como qualquer ladrão de galinha que não sabia de nada que se passava sob seu nariz.

Quer dizer, ou ele é totalmente idiota ou se locupletava com a corrupção, exercendo seu mandonismo e seus instintos autoritários a todo vapor para alicerçar um poder cada vez maior no qual o Executivo se avantajava e o Legislativo se tornava um bando de marionetes manipulado por seus desejos.


Lula não é idiota.

Por isso começam pela primeira vez a surgir várias opiniões afirmando que é ele e não José Dirceu o poderoso chefão da engrenagem de compra de votos que teve como “gerente” ou “boy de luxo”, Marcos Valério.


Esta suposição que enxovalha o mito não está ainda comprovada juridicamente.

Contudo é significativo que Lula tenha feito o possível para evitar o julgamento do “mensalão”, desde implantar a CPI do Cachoeira para distrair as atenções até chantagear o ministro Gilmar Mendes para que este adiasse o processo para depois das eleições.

Dirão alguns que foram exatamente as eleições que preocuparam Lula.

Ele quer ganhar todas as prefeituras que puder e, mais do que todas, a de São Paulo.

Mas, seria só isso ou intuía que viria à tona a perigosa desconfiança sobre seu envolvimento no escândalo?

Impressiona também a fúria de que foram tomados seus adeptos para defendê-lo e ao seu lugar-tenente, José Dirceu.

Partem para ultrajar a instância mais alta da Justiça no sentido de desqualificar o julgamento que tem tido na figura do ministro Joaquim Barbosa o exemplo de como se julga estribado na lei e na justiça.

Surge um manifesto sem pé nem cabeça de artistas e o presidente do PT, Rui Falcão, afirma que o julgamento do “mensalão” é golpe das elites sujas e da imprensa.

Golpe em quem?


Lula não é mais presidente, portanto, não pode sofrer um impeachment.

Tudo está sendo julgado com base nos fatos, provas e testemunhas armazenados em enormes calhamaços de milhares de páginas.

Oito ministros foram nomeados por Lula e Rousseff e é notório que o ministro Lewandowski procura retardar ao máximo o julgamento, enquanto o ministro Toffoli que deveria ter se considerado impedido de participar dadas suas ligações com José Dirceu permanece para votar.

Mais ainda, o julgamento ainda levará bom tempo e, apesar da maioria dos ministros estarem seguindo o voto técnico do ministro Barbosa não se sabe o que vai acontecer.

Por que, então, o desespero dos defensores de Lula?

Golpe é dos que afrontam o Judiciário. Parecem querer igualar esse Poder independente ao servil Legislativo.

Até a presidente Rousseff, de forma prepotente e imprópria, mandou recado para o ministro Joaquim Barbosa por ter este citado uma sua afirmação quando era ministra de Minas e Energia.

Ela deve pensar que ele faz parte de seu ministério onde manda e desmanda.

Note-se que quando o PT ajudou a derrubar o presidente Collor, tendo sido o então deputado Lula que propôs o impeachment, ninguém falou em golpe. Muito tempo depois Collor foi inocentado pelo STF.

Em todo caso, muitos têm sido os azares do Lula que sem cargo já não dispõe da imensa sorte que sempre o acompanhou.

A doença lhe tira vigor nos palanques.

As campanhas não estão favorecendo os candidatos do PT.

O pouco comparecimento aos comícios em que ele aparece indica que a estrela do PT está decadente.


O julgamento do “mensalão” e as urnas confirmarão se isso é verdade ou se novos tempos estão por vir.

Como se diz, “a esperança é a última que morre”.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga
mlucia@sercomtel.com.br
www.maluvibar.blogspot.com.br
@maluvi

27/09/2012


Constrangedor...




"O Lula tem muita soberba.

Ele achou que era um deus, que poderia impor um candidato e mudar a eleição lá no Recife.

E veja o que está acontecendo lá e em outros lugares…

Eu assisti ao último comício dele em Salvador.

Uma coisa constrangedora, um comício esvaziado.

O Lula está definhando", disse o  senador Jarbas Vasconcelos

A república de São Bernardo


Lewandowski e o PT


O prefeito Luiz Marinho, o ministro Ricardo Lewandowski, o empresário Laerte Demarchi e o ex-presidente Lula fazem parte do mesmo círculo de amigos – e voltaram a ser muito próximos


Em janeiro do ano passado, o município de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, ganhou um morador ilustre: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele ocupa a cobertura de um edifício residencial na Avenida Prestes Maia, no bairro Santa Teresinha, próximo ao centro da cidade em que se projetou, nos anos 1980, como líder do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. De lá para cá, a visibilidade do município – e sua prosperidade – só tem crescido.


É de São Bernardo o prefeito Luiz Marinho, escolhido por Lula para ser o articulador político de seu grupo dentro do PT.
No dia 5 deste mês, Marinho recebeu a visita de Dilma Rousseff na inauguração de uma unidade de saúde – ele foi o único prefeito petista candidato à reeleição que teve a oportunidade de posar para uma foto com a presidente.

Marinho é amigo do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que nasceu no Rio de Janeiro e foi criado em São Bernardo.


Lewandowski foi o revisor do processo do mensalão e participa do julgamento que mobilizará o país a partir do dia 2 de agosto.

Os três – Marinho, Lewandowski e o próprio Lula – são frequentadores do restaurante São Judas Tadeu e amigos do dono, Laerte Demarchi, um são-bernardense da gema.
Laerte se orgulha de ter assistido, no estabelecimento famoso pelo frango com polenta, ao nascimento do partido político que há dez anos governa o Brasil.

Marinho, Lewandowski, Demarchi e Lula pertencem a um mesmo círculo de amigos – e o relacionamento dos quatro vem se estreitando nos últimos tempos.


O prefeito Marinho é um homem afeito a celebrações públicas. Nos últimos dois anos, organizou três homenagens a Lewandowski, cuja família fez história em São Bernardo.

Lewandowski esteve presente a todas.
A mais recente foi no dia 28 de março, na Faculdade de Direito de São Bernardo, controlada pelo município.

Lewandowski, com Marinho a seu lado, deu uma aula magna a um auditório lotado e foi saudado como o mais ilustre ex-aluno e ex-professor da faculdade.




Um mês antes, Marinho inaugurara uma escola de educação infantil com o nome da mãe do ministro, Karolina Zofia Lewandowska, morta em 2010.

Em 2011, Marinho já homenageara Lewandowski por ele ter sido o primeiro presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc) do município.

Lewandowski ingressou na vida pública pelas mãos dos Demarchis. Quando Walter Demarchi, irmão de Laerte, era vice-prefeito de São Bernardo, entre 1983 e 1988, ele convidou o então advogado a ocupar a Secretaria de Assuntos Jurídicos.


O então prefeito, Aron Galante, mal conhecia Lewandowski. Ele recorda: “Foi a família Demarchi que indicou o secretário jurídico. Disseram: ‘Nós temos o Lewandowski’. Eu respondi: ‘Traz ele aqui’. Nem o conhecia direito”.

As famílias Lewandowski, de origem suíça, e Demarchi, sobrenome italiano, se conheceram em São Bernardo no final do século passado e se estabeleceram no mesmo pedaço de terra que hoje abriga o bairro Demarchi.

Os Lewandowskis tinham um sítio onde fica hoje o condomínio de alto padrão Swiss Park, ao lado do restaurante e onde os Lewandowskis mantêm uma casa.

A família Demarchi se orgulha de ter sugerido o nome de Lewandowski quando surgiu uma vaga no Supremo.

“O único favor que pedimos ao Lula, que foi meu irmão Laerte quem pediu, foi para que ele colocasse o Ricardo como ministro, porque não sei que ministro ia se aposentar (era Carlos Velloso).


O Lula falou: ‘Tudo bem’”, afirmou Walter Demarchi a ÉPOCA.

E Lewandowski se tornou ministro em 2006.

Quis o destino que ele fosse o revisor do processo do mensalão, o maior escândalo político do governo Lula.

ÉPOCA passou quase um mês visitando a cidade e conversando com interlocutores do presidente, do prefeito e de seus amigos.

Todos reverberam a “preocupação do Lula e do Marinho com o uso político” do julgamento – e relatam a pressão, de forma direta ou indireta, sobre Lewandowski.
Laerte Demarchi diz que a família do ministro anda preocupada com a pressão sobre “Ricardo”.


Ele relatou uma conversa que teve com Anita Lewandowski no dia 30 de junho, quatro dias depois de o ministro ter apresentado seu voto revisor do mensalão após uma reprimenda pública do presidente do Supremo, Carlos Ayres Brito.

Anita desabafou: “Vocês viram o que estão fazendo com o Ricardo?”.

Laerte respondeu: “Mas não é isso o que ele queria, ser ministro do Supremo? Agora, aguenta. Por que ele está preocupado? Se não tem nada (para condenar os réus), então não tem nada. Não vai ter problema”.

A conversa foi relatada por Laerte a ÉPOCA numa mesa do restaurante. Ele torce pela absolvição do ex-deputado José Dirceu, um dos réus no processo: “Podem falar o que quiserem, mas eu realmente acredito nesse homem”.

Sobre o julgamento, Walter Demarchi afirmou: “Lewandowski não passará um réu no moedor de carne sem ter certeza de sua culpa”.


ÉPOCA perguntou aos irmãos Laerte e Walter se haviam conversado com o amigo Lewandowski sobre o assunto. Os dois disseram que não.

Apesar de as famílias se frequentarem e os Lula da Silva também serem próximos de Lewandowski e de sua irmã.

Lula e Laerte Demarchi também passaram juntos parte das férias de julho numa chácara.

Prosperidade
O município de São Bernardo, que ostenta em sua bandeira a figura de um bandeirante e de um indígena, vive um bom momento não apenas pelo protagonismo de seus filhos e moradores ilustres na vida pública brasileira.

Há também prosperidade na área das verbas públicas. No primeiro semestre deste ano, São Bernardo ganhou R$ 79,3 milhões em transferências da União, R$ 20 milhões a mais que Guarulhos, cidade também administrada pelo PT, porém com quase 500 mil habitantes a mais que o município comandado por Marinho.


Além de dinheiro, Marinho tem poder.

Ele foi encarregado por Lula de cuidar das costuras políticas com os diretórios do PT e aliados.

Foi ele quem ajudou a convencer Lula a posar para a já famosa foto ao lado do deputado federal Paulo Maluf em São Paulo.

Marinho também negociou a aproximação do PT com Gilberto Kassab (PSD), seu parceiro em São Bernardo.

Segundo um dirigente do PSD ouvido por ÉPOCA, Marinho “aproximou” Kassab a Lewandowski no momento em que o STF analisava o pedido do partido de Kassab para ter direito ao tempo gratuito de TV nas eleições neste ano – a causa foi vitoriosa.

Transformar Marinho num líder nacional do PT é hoje uma obsessão de Lula.
Foi ele quem pediu a Dilma que ela participasse da inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia 5 deste mês.

O evento conferiu o prestígio que faltava a Marinho, hoje identificado dentro do partido como “o homem que conversa com o Lula”.


À medida que ele, ex-sindicalista como Lula, se fortalece como administrador e articulador, o ex-presidente ganha um ator fiel a seu projeto de não perder o controle do PT para o grupo rival – aquele que começa a se formar em torno de Dilma e tem como estrelas os ministros mais próximos da presidente, como Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Aloizio Mercadante (Educação).

Marinho também é uma opção de Lula para a disputa do governo de São Paulo em 2014.




A aliança entre Lula e Marinho causa desconforto em petistas paulistanos, que não aceitam a intromissão de Marinho no comando da candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo.

Segundo eles, Lula quer impor um líder assim como impôs Haddad candidato.

A confiança de Marinho na própria reeleição é tamanha, e seus projetos tão mais amplos, que ele diz: “Abro mão da presença dele, Lula (na minha campanha), para que ele possa ir a Santo André, Mauá e São Paulo”.


Se o projeto de Lula e Marinho der certo – e se o voto de Lewandowski acompanhar os vaticínios dos irmãos Demarchi –, a vitória poderá ser creditada à “República de São Bernardo”.





A hora H



Semana que vem o julgamento do mensalão vai pegar fogo

Dentro e fora do Supremo Tribunal Federal, onde começará a ser examinada a parte da denúncia relativa aos personagens que põem o PT direta e nominalmente no banco dos réus:
José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares


Por Dora Kramer
O Estado de S.Paulo
Notícia


Até agora só desfilaram coadjuvantes naquela passarela. Operadores financeiros, facilitadores de negócios, espertalhões, aprendizes e professores de feiticeiros.

Gente permanentemente conectada na oportunidade de levar alguma vantagem, para a qual importa pouco quem esteja no comando. Basta que os comandantes liberem a livre navegação pelas águas do poder.

Esse pessoal já está condenado, sem despertar grandes suscetibilidades. A reação às condenações diz respeito ao indicativo de que podem também alcançar os réus que de fato interessam - os representantes mais graduados, entre os citados na denúncia, do projeto beneficiário do esquema de financiamento.


Pois é a partir daí é que os ânimos realmente se acirram.

Quem se espanta com divergências entre ministros do Supremo ou se apavora com o tom mais incisivo de um ou de outro não leva em conta as implicações de uma decisão colegiada envolvendo legislação, doutrina, agilidade de raciocínio, capacidade de encadeamento lógico e muito conhecimento acumulado em trajetórias jurídicas distintas entre si.

De outra parte, quem vê despropósito na acusação de que o STF funciona como tribunal de exceção a serviço de uma urdidura conspiratória, não sabe o que é o furor de uma fera ferida.

Muito mais além do que já houve ainda está para acontecer.


Os ministros do Supremo vão discutir dura, detalhada e por vezes até asperamente todos os aspectos do processo, dos crimes imputados aos réus e das circunstâncias em que foram ou não cometidos, para mostrar as razões pelas quais condenam ou absolvem.

Nada há de estranho, inusitado ou inapropriado nisso. Não é nos autos que os juízes falam? Pois estão falando neles e deles. É o foro adequado para a discussão.

Se a interpretação da lei não fosse inerente à função do magistrado, um bom programa de computador que cruzasse a legislação com as acusações daria conta do recado.

Descontados excessos de rispidez de um lado (do relator) e exageros na afetada afabilidade de outro (do revisor), os debates são apropriados e indispensáveis em caso de alta complexidade e grande repercussão como esse.

A peculiaridade aqui é o conflito de temperamentos e da interpretação dada pelo revisor ao seu papel.
Ele deveria revisar o trabalho de Barbosa, mas na prática faz uma espécie de voto em separado.

O relator que passou cinco anos examinando os autos, conduzindo interrogatórios e acompanhando todas as fases do processo, irrita-se.

Já do lado de fora há a reação, claro. E por parte dos que se veem desde já como perdedores se traduz de uma forma aflita, cuja tendência é ficar cada vez mais aflitiva.

Mas, por mais desrespeitosa, ilógica e raivosa que se apresente, precisa também ser vista com uma boa dose de naturalidade. Até na crítica.

Simpatizantes da causa, petistas se sentem ameaçados, injustiçados e usam a dinâmica que conhecem para reagir: a desqualificação, os desaforos à deriva, a argumentação sem pé nem cabeça.

A questão central é: isso vai influir no resultado do julgamento?

Evidentemente a resposta é não.


Por isso o melhor é enxergar o cenário pela ótica da ponderação e da normalidade sem procurar em qualquer turbulência motivos para crises que ponham em risco isso ou aquilo.

Se 20 anos atrás o Brasil interrompeu o mandato de um presidente logo na primeira eleição direta depois de duas décadas de ditadura e o mundo não se acabou, convenhamos, não é nessa altura da democracia que haverá de acabar.

Nem fazer do País uma piada de salão.

28 de setembro de 2012

Aécio Neves diz que Lula age como chefe de facção


Oposição

Senador do PSDB rebateu as críticas feitas pelo ex-presidente a adversários políticos e disse que falta humildade e competência a Fernando Haddad
O senador por Minas Gerais, Aécio Neves
(Carlos Rhienck/Folhapress)

"Lula está abdicando da condição de ex-presidente de todos os brasileiros para ser um líder de facção",
Aécio Neves, senador

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta sexta-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva age "como líder de facção" e mancha a própria biografia ao defender os réus do mensalão.

Para Aécio, Lula ataca a oposição "de forma extremamente agressiva" nos palanques eleitorais.

"O lulismo, da forma que existia, quase messiânico, que apontava o dedo e tudo seguia na mesma direção, não existe mais", afirmou o senador.

Em entrevista concedida nesta sexta-feira em um hotel na orla de Maceió, Aécio respondeu às declarações de Lula contra os tucanos nos palanques eleitorais, principalmente em São Paulo.

Segundo Aécio, os ataques mostram o desespero do ex-presidente.
"O lulismo sempre terá avaliações positivas em algumas regiões de sua influência, mas, da forma como existia no passado, não existe mais", disse.

"Lula está abdicando da condição de ex-presidente de todos os brasileiros para ser um líder de facção. Não é bom para ele, nem para sua história."

O senador afirmou que o julgamento do mensalão será como virar uma página na história do Brasil. "O julgamento fortalece a ética na política. Teremos um Brasil melhor."

Para Aécio, a tática virulenta de Lula tem surtido efeito inverso, como no caso de Belo Horizonte, onde o ex-presidente fez ataques a Fernando Henrique Cardoso. "Parece que o incomoda ainda bastante a figura de Fernando Henrique, mas sua ida a Minas não alterou em nada as pesquisas eleitorais", disse.

Aécio disparou também na direção do candidato petista à prefeitura de São Paulo. Fernando Haddad o chamou de despreparado para ser presidente da República e o aconselhou a ler mais - um livro por semana, ao menos.

"Acho que ele passou ali um recado ao presidente Lula. Ele não me parece satisfeito com o apoio do ex-presidente",
disse o tucano, lembrando que, apesar do "tsunami de recursos financeiros investidos", a campanha de Haddad não deslanchou.
O senador disse que preferia ser lembrado por Haddad com mais gentileza. "Achei que ele fosse me cumprimentar, por ter levado Minas Gerais a ser o estado que tem a melhor educação fundamental do Brasil", disse.

"Se ele me perguntasse a receita, eu lhe diria: é humildade e competência, duas características que ele não demonstrou ter ao longo da sua vida pública. É uma oportunidade de ele perceber que, para avançar na vida pública, não basta apenas um padrinho político."

Eleições presidenciais
- Questionado sobre as eleições presidenciais de 2014, o senador disse que não quer "colocar o carro na frente dos bois". "Agora nós vamos nos dedicar a sair bem das eleições municipais, principalmente no Nordeste e, em 2013, vamos discutir com a sociedade qual a nova agenda do país", disse.

"A partir daí, vai surgir uma candidatura. Se recair sobre mim essa responsabilidade, obviamente eu estarei preparado."

De olho na eleição de 2014, Aécio realiza um périplo por cidades nordestinas, como Maceió, onde candidatos tucanos disputam a prefeitura.

O objetivo tem mão dupla: de um lado, ele dá impulso nessas candidaturas na reta final e de outro, fortalece seus laços políticos com lideranças regionais para uma eventual candidatura presidencial.

Na passagem por Alagoas, ele fez uma carreata pelas principais ruas de Maceió ao lado do candidato tucano Rui Palmeira, líder disparado nas pesquisas, e depois seguiu para Arapiraca, onde o candidato do partido, Rogério Teófilo, encontra dificuldades. De Alagoas, Aécio seguirá para a Bahia.
(Com Agência Estado)



MENSALÃO: Os brasileiros de bem e a imprensa livre estão com a alma lavada


O Supremo, com maioria de ministros designados por governos petistas, acaba com a farsa e mostra que, SIM, houve compra de votos para apoiar Lula

Por Ricardo Setti
Metáfora: um arco-íris envolve o edifício do Supremo Tribunal, em Brasília, na foto feliz de Carlos Humberto (Foto: STF)

Amigas e amigos do blog, acabou a festa.

Acabou a palhaçada.

Acabou a farsa.

O Supremo Tribunal Federal ontem viveu um dia histórico quando, pelo voto de ministros ou por apartes e comentários a votos de colegas, e ainda sem que todos os ministros hajam terminado seus votos, deixou claro, por maioria de 6 dos 11 ministros, que, SIM, existiu o mensalão, que o mensalão foi alimentado por dinheiro público e, principalmente, que se tratava de um ESQUEMA DE COMPRA DE VOTOS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS.
Na sessão de ontem, coube ao ministro Luiz Fux, um dos dois integrantes do Supremo indicados pela presidente Dilma, reiterar pelo menos dez vezes, com todas as letras, que foi disso que se tratou.

As pessoas de bem “deztepaiz” estão de alma lavada por verem ser revelado à plena luz do dia — e, felizmente, se esboroar de vez — um esquema corrupto e totalitário cujo intento sinistro era fazer o Executivo, por meios escusos, ilegais e sórdidos, ser dono do Legislativo, acabando com o equilíbrio entre os poderes e instituindo uma espécie de “bolivarianismo” enviezado no Brasil.

A imprensa livre, objeto de insultos, ofensas, injúrias, mentiras — como a de ser supostamente “golpista” – e todo tipo de lama arremessada por adeptos do lulo-petismo, até por setores minoritários da própria mídia, aí incluídos os que publicam opinião em troca de soldo, está de alma lavada — por ter, desde o começo, baseada em fatos concretíssimos, apontado que o mensalão era exatamente isso que o Supremo acaba de deixar claro que era.
Colunistas livres e sem amarras com o poder ou com quem quer que seja, como tenho o orgulho de me considerar, estão de alma lavada, depois de serem criticados, insultados, enxovalhados e xingados por fanáticos ou malandros, inconformados com o primado da lei e com a reafirmação da independência e da correção de instituições como o Ministério Público e a mais importante corte de Justiça.
Ministro Luiz Fux: em pelo menos dez passagens de suas intervenções de ontem, a inequívoca constatação de que o mensalão foi um esquema de compra de apoio parlamentar
(Foto: José Cruz / Agência Brasil)

A decisão, cujo pleno desfecho ainda está por ocorrer, espalhará seus efeitos benéficos, reavivando a crença, até agora enormemente fragilizada, dos brasileiros nos mecanismos criados pela Constituição.

Aquele que seria o grande beneficiário da bandalheira toda — o “deus” de Marta Suplicy e do lulalato –, aquele que prometera destruir a “farsa” do mensalão, e que enfiou a viola no saco, agora esbraveja, reclamando que a suposta “compra de votos” durante o governo FHC não foi investigada.
Cala, descaradamente, sobre a condenação frontal e inequívoca que seu pessoal — os companheiros de sempre, e os companheiros que passaram a sê-lo mediante gorda e suja mesada — recebe da mais alta corte de Justiça.

Ignora, descaradamente, a Constituição, ao reclamar do procurador-geral da República durante a maior parte do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Brindeiro, chamando-o de ”procurador-geral da República no tempo deles” e classificando-o de “engavetador” — com isso ofendendo gravemente a todo o Ministério Público, por considerar, implicitamente, que o governo FHC “mandava” no MP, instituição independente.

É a gritaria do desespero, é a gritaria dos sem-razão, é a gritaria de quem pediu desculpas ao país sem nunca explicar os motivos, é a gritaria espalhafatosa de quem se disse “traído” sem jamais identificar os traidores.


O comportamento de Lula indica o que já está ocorrendo, e já está sendo captado pelos governos estrangeiros e pela imprensa internacional: seu inexorável e inevitável declínio.
28/09/2012

"Eis por que o Brasil de Lula tem de acabar para que nasça o Brasil dos brasileiros"





     Por Reinaldo Azevedo
Vamos lá!

Eu não sei se Fernando Haddad, candidato de Lula (não exatamente do PT) à Prefeitura de São Paulo, vai ou não para o segundo turno.

Espero que não!

E a razão é simples.

O Brasil de Lula tem de acabar se o Brasil dos brasileiros quer nascer.

E isso não é só retórica. Ontem, o ex-presidente comandou um ato em defesa do postulante petista com alunos beneficiados pelo ProUni.

O palco do encontro foi a UniNove, instituição de ensino que está entre as mais contempladas com bolsas - muito especialmente em cursos que não requerem nada além de saliva e giz.

Então vamos ver: beneficiados e beneficiários de um programa federal - financiado pelo estado brasileiro e, portanto, por não petistas também - são mobilizados em apoio ao candidato do partido que está no governo; candidato esse que era o chefe da concessão dessas bolsas.


Isso seria um escândalo em qualquer país democrático do mundo. Tanto Lula como Dilma, quando candidatos, falaram a beneficiários do Bolsa Família, por exemplo. Trata-se de uma espécie de privatização, em favor de um partido, de programas que são financiados pelo estado brasileiro, por dinheiro público. É essencialmente imoral! Ainda que se possa alegar que as pessoas que lá compareceram o fizeram por conta própria, é evidente que a máquina de constrangimento sempre opera nessas horas. Ainda que não operasse, o PT não pode fazer de conta que os recursos que sustentam o programa pertencem ao partido.
Em sua vociferação, Lula, claro!, atacou as oposições, que estariam fazendo jogo rasteiro ao "explorar" o mensalão e se dedicou a seu esporte predileto nos últimos, deixem-me ver, 18 anos: atacar FHC! Leiam isto:
"No nosso governo, as pessoas são julgadas, e as coisas são apuradas. No deles, tripudiam. Na nossa casa, quando nosso filho é suspeito de cometer um erro, nós investigamos e não culpamos os vizinhos, como eles costumam fazer."
Até outro dia, Lula dizia que o mensalão nunca tinha existido, que se tratava de uma invenção da oposição e que ele, ora vejam!, iria querer apurar o que aconteceu para contar a verdade ao povo.

Huuummm… De que erro estaria falando agora?

Mas já que falou em "filho", noto que as instâncias de investigação da República foram generosas com ele.

Nunca se procurou investigar, por exemplo, em que circunstâncias a então Telemar, hoje OI, investiu, no total, R$ 15 milhões na Gamecorp, a empresa de Fábio Luiz da Silva, o Lulinha.

Tratava-se de uma concessionária de serviço público, de que o BNDES é sócio, enfiando dinheiro num empreendimento do filho do presidente, cuja aventura maior no mundo profissional, até então, tinha sido ser monitor de jardim zoológico.

Nesse caso, Lula não só passou a mão na cabeça do "nosso filho" como disse ainda que o rapaz era o Ronaldinho dos negócios.

As últimas notícias dão conta de que a empresa está em sérias dificuldades.
Lula está se orgulhando do quê? Tentou, por todos os meios - e tenta ainda - intimidar os ministros do Supremo. Buscou falar a linguagem da chantagem com Gilmar Mendes, por exemplo. Deu-se mal porque não havia o que chantagear. Seus porta-vozes, hoje, se dedicam à cotidiana tentativa de desqualificar o Supremo.
O surto teve início quando um estudante, provavelmente do Psol, ergueu uma faixa com a inscrição: "Renovação com Mensalão? PT do Lula tem o mensalão, PT do Haddad tem paralização na educação".

O Apedeuta, filho de mãe que nasceu analfabeta (coitada!!!), não reclamou da "paralização" com “z”.

Ali estava, à sua moda, uma obra de Haddad. O Bell'Antonio de Lula também discursou.

Mas farei um post só pra ele.