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sábado, 6 de outubro de 2012

O triunfo da Justiça



REVISTA VEJA



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Depois de chamar Gilmar Mendes de corrupto, José de Abreu "se retrata cabalmente" com medo de ser condenado



CoroneLeaks
José de Abreu, que nos últimos dias tem chamado o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, de "prevaricador", agora pede desculpas por ter chamado Gilmar Mendes de "corrupto", também no twitter. É apenas um truque de advogados, não é uma mudança de comportamento. O ator sem caráter merece uma condenação exemplar, como aquela que, por meio de Jorge Bornhausen,  rendeu um ano de prisão para Emir Sader, além da perda do emprego público. Vejam, abaixo, notícia publicada na coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo.


DESCULPA, GILMAR
O ator José de Abreu, o Nilo da novela "Avenida Brasil", da TV Globo, se retratou "cabalmente" por ter chamado o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de "corrupto" em comentário no Twitter. Em resposta a interpelação do magistrado, diz que, "informado" por seus advogados da "conotação mais forte" do adjetivo, "se retrata cabalmente, lamentando tê-lo empregado".


EQUÍVOCO
Em outro trecho da resposta, Abreu diz que "se equivocou ao atribuir ao interpelante a pecha de corrupto" e que "não tinha, como não tem, provas para fazer tal afirmação". Teria escrito o comentário depois de ler reportagens que sugeriam "a referida prática delitiva do interpelante [Mendes]". Reconheceu que elas, "ainda que publicadas por veículos de seriedade incontestável, não constituem, por si só, base suficiente para permitir-lhe o equívoco de que agora cabalmente se retrata".


Datafolha: Serra ultrapassa Russomanno na véspera da eleição



Levantamento que considera apenas os votos válidos dá 28% ao tucano, 27% para o candidato do PRB e 24% para Haddad

Confira também os resultados em outras 6 capitais 


O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra durante passeio em Shopping, em 06/10/2012
(Divulgação/Fernando Cavalcanti)
Na véspera do primeiro turno, a última pesquisa Datafolha de intenções de voto em São Paulo mostra o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, na liderança da disputa, com 28%. Em segundo lugar, o líder nas pesquisas até a última rodada feita pelo instituto, Celso Russomanno (PRB), marca 27%. O petista Fernando Haddad tem 24%.



Nesta última rodada de pesquisas, o Datafolha considerou apenas os votos válidos - desconsiderando brancos, nulos e também os eleitores que afirmam estar indecisos. É assim que a Justiça Eleitoral divulga o resultado do pleito. Na sondagem anterior, que contabilizava as intenções de votos, Russomanno tinha 25%; Serra, 23%; e Haddad, 19%.

Outras capitais – O Datafolha também divulgou pesquisas em alguns dos principais colégios eleitorais do país. De acordo com o instituto, em Porto Alegre, o prefeito José Fortunati (PDT) deverá ser reeleito neste domingo. Ele marca 61% dos votos válidos, ante 23% de Manuela D'Ávila (PC do B). Em terceiro lugar aparece Adão Villaverde (PT), com 10%, num dos piores desempenhos já registrados pelo PT na capital gaúcha.

No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) tem 66% e deverá confirmar um novo mandato neste domingo. Marcelo Freixo (PSOL) chegou a 25%.

Já em Belo Horizonte (MG), ainda paira a incerteza se a eleição terminará ou não no primeiro turno. Marcio Lacerda (PSB), atual prefeito, tem 50% dos votos válidos, ante 43% do petista Patrus Ananias. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, é possível que Lacerda seja reeleito neste domingo.

Em Curitiba, segundo o Datafolha, a disputa será pelo segundo lugar. Ratinho Junior (PSC) lidera com 37%, e o atual prefeito, Luciano Ducci (PSB), soma 27%. Gustavo Fruet (PDT) tem 23%.

Recife também poderá ter segundo turno entre Geraldo Júlio (PSB), que marca 46%, e Daniel Coelho (PSDB), com 26%. O petista Humberto Costa tem 21%.

Na capital cearense, os candidatos Elmano de Freitas (PT) está com 26% dos votos válidos e Roberto Claudio (PSB) aparece com 24%. Tecnicamente empatados, a decisão deve ficar para o segundo turno. Moroni Torgan, do DEM, tem 19%.
06/10/2012





Lewandowski vai pedir aposentadoria e se recolher à sua insignificância. Já vai tarde...


Ao inocentar o ex-ministro José Dirceu da acusação de corrupção, o ministro revisor da Ação Penal 470, Ricardo Lewandowski, escreveu uma das páginas mais deprimentes da História do Supremo Tribunal Federal

Por Carlos Newton

Sua alegação foi que não há provas da participação de Dirceu na distribuição de dinheiro a políticos da base aliada ao governo entre 2003 e 2004, esquema conhecido como mensalão.
“Só rindo…” – diz Barbosa.

“Não afasto a possibilidade de que José Dirceu tenha de fato participado desses eventos, não descarto que foi até mentor da trama criminosa, mas o fato é que isso não encontra ressonância na prova dos autos”, disse Lewandowski, que criticou o trabalho do Ministério Público Federal, classificando as imputações como “políticas muito mais que jurídicas”.


Com esse posicionamento, Lewandowski cumpriu o que prometera ao ex-presidente Lula, quase dois meses antes do julgamento, quando emitiu até uma nota oficial anunciando que seu trabalho como revisor seria se contrapor à posição do ministro relator, Joaquim Barbosa.

Com essa definição, Lewandowski inovou em matéria de Direito, pois a missão do revisor não é nem pode ser a de se contrapor ao relator.

Se fosse um estudante a fazer tal afirmação, ainda poderia ser desculpado. Afinal, ainda não se aprofundou na matéria, faltou à aula ou está em recuperação…

Mas um ministro do Supremo Tribunal Federal não pode dar uma declaração dessas, que na verdade foi um ato falho bem freudiano.

No caso, Lewandowski estava apenas revelando que sua “missão” era a de contestar o voto do relator, que todos já sabiam ser pela condenação dos réus do mensalão.

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MISSÃO DO REVISOR


Senão, vejamos: na nota enviada à imprensa, Lewandowski afirmou que “sua missão não se resumia à revisão”, que “tinha que fazer um voto paralelo ao do ministro Joaquim Barbosa, que fosse um contraponto ao voto dele”.

Isso não é função do revisor.

O que ele teria que ter feito era seguir o que está no art. 25 do Regimento Interno do STF, que determina que as funções do revisor são as seguintes:

I – sugerir ao relator medidas ordinatórias do processo que tenham sido omitidas;

II – confirmar, completar ou retificar o relatório;

III – pedir dia para julgamento dos feitos nos quais estiver habilitado a proferir voto.

Ele jamais poderia atuar, como revisor, fora do que estabelecem esses incisos. Portanto, soaram estranhas e reveladoras essas palavras anunciando que ele estava obrigado a se contrapor ao voto do relator, ministro Joaquim Barbosa, pois “contrapor” significa “atuar em oposição, em sentido contrário” ao relatório.

Como Lewandowski cumpriu o prometido e realmente fez isso no voto decisivo, friamente atuou fora das competências determinadas para o revisor, pelo Regimento Interno do STF.

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UM PÁRIA NO PLENÁRIO


Na surpreendente sessão de quinta-feira, os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello questionaram as contradições no voto de Lewandowski, sobre a compra de apoio político nos primeiros anos do governo Lula (2003-2010).

A discussão foi provocada após o revisor afirmar que a tese de compra de votos é contraditória e que “há provas para todos os gostos” no processo.

Acontece que, com o voto de 7 dos 10 ministros, o Supremo já havia firmado na segunda-feira o entendimento de que o mensalão foi um esquema de desvio de dinheiro público para a compra de votos parlamentares e apoio político ao governo Lula.

Ao se posicionar assim, sem dúvida, Lewandowski afrontou os demais ministros e desonrou o Supremo.

A partir de agora, não é mais um deles.

Desdenhando o voto da ampla maioria de seus pares, tornou-se um pária no plenário, um renegado jurídico, um magistrado sem dignidade.

Só lhe resta a aposentadoria, que já pode pedir, por tempo de serviço, pois vai completar 64 anos e seu futuro nada mais significa.
05 de outubro de 2012

A MÃE DE JOAQUIM BARBOSA TAMBÉM NASCEU ANALFABETA!




Por Reinaldo Azevedo

A VEJA desta semana traz na capa a imagem de um menino negro, de olhar severo e altivo. É Joaquim Barbosa, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, aos 14 anos. Num país acostumado à impunidade, ao “isso não vai dar em nada”, ele se tornou uma justa referência. Segue trecho da reportagem de Hugo Marques e Laura Diniz. Lula estava certo: um ex-garoto pobre viria a simbolizar a esperança, e falta muito para que cheguemos lá, do fim da impunidade no Brasil. A mãe de Joaquim Barbosa, leitor amigo, a exemplo da sua e da minha, também “nasceu analfabeta”. Acabou dando à luz um futuro ministro do Supremo, obcecado pela leitura e pelo estudo, não um Messias de araque…
*
O menino Joaquim Barbosa nunca se acomodou àquilo que o destino parecia lhe reservar. Filho de um pedreiro, cresceu ouvindo dos adultos que nas festas de aniversário de famílias mais abastadas deveria ficar sempre no fundo do salão. Só comia doces se alguém lhe oferecesse. Na última quarta-feira, o ministro Joaquim Barbosa, 58 anos, apresentou seu voto sobre um dos mais marcantes capítulos do julgamento do mensalão — o “last act (bribery)”, “último ato (suborno)”, como ele anotou em inglês no envelope pardo que guardava o texto de sua decisão. Além do português, Barbosa domina quatro idiomas — inglês, alemão, italiano e francês. Pouco antes da sessão, o ministro fez uma última revisão no texto. Cortou algumas citações, acrescentou outras e destacou trechos. Não alterou em nada a essência da sua convicção, cristalizada depois de sete anos como relator do processo.

Durante mais de três horas, Barbosa demoliu a defesa e as esperanças dos petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, mostrando como eles usaram dinheiro desviado dos cofres públicos para subornar parlamentares e comprar o apoio de partidos políticos ao governo Lula. Exaurido pela dor nas costas que o martiriza há anos, o ministro anunciou seu “last act” no mesmo tom monocórdio com que discorreu sobre as provas: condenou por crime de corrupção ativa Dirceu, Genoino e Delúbio, que formavam a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT). Dois ministros acompanharam o relator e um aceitou em parte as teses da defesa. A votação continua nesta semana, quando os seis ministros restantes vão revelar suas decisões, mas o Supremo Tribunal Federal, o STF, já consolidou perante os brasileiros o conceito — sem o qual uma nação não se sustenta — de que a Justiça funciona também para os ricos e poderosos.

Leia a íntegra na revista


06/10/2012



A hora do voto consciente


Editorial do Estadão



Se fossem verduras e legumes, os prognósticos sobre a eleição em São Paulo feitos pelos politólogos ao longo desta campanha dariam uma boa salada. Poucas vezes houve tanta divergência de interpretações sobre a intenção de voto e o desempenho dos candidatos como na atual disputa paulistana, o que torna extremamente difícil antecipar o resultado.

Tal cenário de confusão, em que nada é o que parece e intenções de voto migram de lá para cá ao sabor de picuinhas e diz-que-diz, reflete muito mais os problemas dos postulantes que suas virtudes.

Nada menos que 37% dos eleitores não sabem dizer em quem vão votar, segundo a pesquisa do Datafolha que mede a intenção espontânea - aquela em que o eleitor deve dizer o nome de seu candidato. Em meio a esse desanimador cipoal eleitoral, porém, não se deve perder de vista a importância política desta eleição: o Município de São Paulo é o principal objetivo do PT em todo o País e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na missão que se atribuíram de liquidar a oposição e de se tornarem hegemônicos no Brasil.

A grande surpresa da reta final foi a queda abrupta de Celso Russomanno (PRB), que perdeu 10 pontos porcentuais em duas semanas, segundo o Datafolha divulgou na quinta-feira. Com seus 25%, ele aparecia tecnicamente empatado com José Serra (PSDB), que tinha 23%.

A candidatura de Russomanno despencou do mesmo modo como havia subido, isto é, como bom aventureiro ele não tinha um patrimônio eleitoral sólido no qual pudesse sustentar sua dianteira. As explicações para a liderança do "menino malufinho" variaram, mas a mais exótica delas foi atribuir-lhe poder de sedução sobre um certo "eleitor-consumidor", graças a seu passado de paladino na TV dos consumidores lesados.

Em poucos dias, porém, ele espantou sua freguesia, e o Datafolha mostra que os votos que ele perdeu foram pulverizados entre os seus adversários - ou seja, Russomanno era o candidato de insatisfeitos de qualquer partido à direita e à esquerda. Com isso, até o azarão Gabriel Chalita (PMDB), em quarto lugar, animou-se a se considerar no páreo.

Outras hipóteses sobre a extrema instabilidade do cenário se acumularam ao longo da campanha. Russomanno estaria liderando, por exemplo, em razão da "fadiga de material", como sugeriu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, referindo-se à polarização entre PT e PSDB em São Paulo e também ao "cansaço do eleitorado com a predominância do PSDB por longo tempo".

O fator religioso também foi bastante mencionado. A proximidade de Russomanno com os evangélicos da Igreja Universal, a afinidade de Serra e de Chalita com os católicos e a suposta ofensa de Fernando Haddad (PT) aos religiosos graças ao famoso "kit gay" foram invocadas como elementos importantes na eleição. Nada disso, porém, foi capaz de mobilizar os eleitores - as pesquisas indicaram que a maioria deles não leva em conta questões de fé na hora de escolher seus candidatos.

Do mesmo modo, os levantamentos demonstraram que os eleitores não pretendem votar pensando no escândalo do mensalão. Isso significa que a explicação para a estagnação da candidatura de Haddad deveria ser procurada em outro lugar - talvez no fato de que a eleição municipal não leva em conta questões nacionais, como pretendia Lula, que até a última pesquisa não conseguira transferir seu formidável capital popular para o candidato que inventou.

A ironia é que um ingrediente importante dessa salada eleitoral foi introduzido pelo próprio Lula, ao estimular o crescimento do PRB de Russomanno e da Igreja Universal. O modelo lulista, que inclui abraçar Paulo Maluf e o bispo Edir Macedo, aposta na confusão ideológica, levando ao esvaziamento da política e abrindo caminho ao mais raso dos populismos.

Amanhã estará nas mãos do eleitor paulistano, portanto, o poder de impedir que tal situação prospere. É na cabine de votação que os cidadãos interessados em abortar o arrivismo político, representado por Russomanno, e o aparelhamento do Estado a serviço de um partido e de seu projeto hegemônico, como pretende fazer o lulismo em São Paulo, poderão exercer o enorme poder que a democracia lhes confere.

Sábado, 06 de Outubro de 2012

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Túnel do Tempo - Depoimento de Delúbio




por alvarodias45

em 16/09/2011

FÁBULA DE UM PAÍS SURREAL





Era uma vez um país que disse ter conquistado a independência energética com o uso do álcool feito a partir da cana de açúcar


Seu presidente falou ao mundo todo sobre a sua conquista e foi muito aplaudido por todos. Na época, este país lendário começou a exportar álcool até para outros países mais desenvolvidos.


Poucos anos se passaram e este mesmo país assombrou novamente o mundo quando anunciou que tinha tanto petróleo que seria um dos maiores produtores do mundo e seu futuro como exportador estava garantido.

A cada discurso de seu presidente, os aplausos eram tantos que confundiram a capacidade de pensar de seu povo. O tempo foi passando, e o mundo colocou algumas barreiras para evitar que esse grande produtor invadisse seu mercado. Ao mesmo tempo, alguns países adotaram uma política de comprar as usinas do lendário país, para serem os donos do negócio.

Em 2011, o fabuloso país grande produtor de combustíveis, apesar dos alardes publicitários e dos discursos inflamados de seus governantes, começou a importar álcool e gasolina. Primeiro começou com o álcool, e já importou mais de 400 milhões de litros e deve trazer de fora neste ano um recorde de 1,5 bilhão de litros, segundo a presidente de sua maior empresa do setor, chamada Petrobras Biocombustíveis.

Como o álcool do exterior é inferior, um órgão chamado ANP (Agência Nacional do Petróleo) mudou a especificação do álcool que este país consome, aumentando de 0,4% para 1,0% a quantidade da água, para permitir a importação. Ao mesmo tempo, este país exporta o álcool de boa qualidade a um preço mais baixo, para honrar contratos firmados.

Como o álcool começou a ser matéria rara, foi mudada a quantidade de álcool adicionada à gasolina, de 25% para 20%, o que fez com que a grande empresa produtora de gasolina deste país precisasse importar gasolina, para não faltar no mercado interno.

Da mesma forma, ela exporta gasolina mais barata e compra mais cara, por força de contratos.

A fábula conta ainda que grandes empresas estrangeiras, como a BP (British Petroleum), compraram no último ano várias grandes usinas produtoras de álcool neste país imaginário, como a Companhia Nacional de Álcool e Açúcar, e já são donas de 25% do setor.

A verdade é que hoje este país exótico exporta o álcool e a gasolina a preços baixos, importa a preços altos um produto inferior, e seu povo paga por estes produtos um dos mais altos preços do mundo.É espantoso! Como diria seu ex-presidente gabola, “nunca antes neste país” se viu algo assim!

Mas parece que o povo deste país gosta muito de ser explorado, porque as pesquisas dizem que cerca de 80% da sua população ainda acreditam que o governo de seu país é bom ou ótimo!
Infelizmente esta fábula é real, e o país onde estas coisas irreais acontecem chama-se Brasil governado pelo PT.

CÉLIO PEZZA é escritor
05.10.2012


Depois da aula magna de Celso de Mello, o chefe da confraria dos fora-da-lei deveria calar-se o mais silenciosamente possível



                                      Por Augusto Nunes

O ministro Celso de Mello precisou de pouco mais de uma hora para enterrar em cova rasa sete anos de mentiras, bravatas, bazófias e invencionices produzidas pelo ex-presidente Lula desde que a descoberta do mensalão o animou a nomear-se Padroeiro dos Bandidos de Estimação.

Na sessão desta segunda-feira, o decano do Supremo Tribunal Federal fez muito mais que restabelecer a verdade com um voto irretocável. Ao longo da aula magna de Justiça, sublinhada pela celebração da honradez, Celso de Mello lavou a alma do Brasil decente.

Comparem alguns momentos do besteirol interminável com lições do ministro. E contemplem o abismo que separa um Magistrado de um palanqueiro vulgar:

Lula: “O Supremo tinha de deixar o julgamento para depois da eleição. Acabou virando uma coisa política”.


Celso de Mello: “Estamos observando, neste julgamento, além do postulado da impessoalidade e do distanciamento crítico em relação a todas as partes envolvidas no processo, os parâmetros jurídicos que regem, em nosso sistema legal, qualquer procedimento de índole penal. O STF não está revendo formulações conceituais ou orientações jurisprudenciais, muito menos flexibilizando direitos e garantias fundamentais, o que seria absolutamente incompatível com as diretrizes que sempre representaram, e continuam a representar, vetores relevantes que orientam a atuação isenta desta Corte em qualquer processo, quaisquer que sejam os réus, qualquer que seja a natureza dos delitos”.

Lula: “O mensalão não existiu”.

Celso de Mello: “O Ministério Público expôs na peça acusatória eventos delituosos revestidos de extrema gravidade e imputou aos réus ora em julgamento ações moralmente inescrupulosas e penalmente ilícitas que culminaram, a partir de um projeto criminoso por eles concebido e executado, em verdadeiro assalto à Administração Pública, com graves e irreversíveis danos ao princípio ético-jurídico da probidade administrativa”.

Lula: “Se juntarem todos os presidentes da história do Brasil, vocês vão ver que eles não criaram instituições para combater a corrupção como nós criamos em oito anos. Sintam orgulho porque se tem uma coisa que fizemos foi criar instrumentos para combater a corrupção”.

Celso de Mello: “A corrupção compromete a integralidade dos valores que informam a ideia de República, frustra a consolidação das instituições, compromete políticas públicas nas áreas sensíveis, como saúde e segurança, além de afetar o próprio princípio democrático. O ato de corrupção constitui um gesto de perversão da ética do poder e da ordem jurídica, cuja observância se impõe a todos os cidadãos desta República que não tolera o poder que corrompe nem admite o poder que se deixa corromper”.

Lula: “O PT fez o que todo mundo faz. Foi uma questão de caixa dois”.

Celso de Mello: “Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder, como se o exercício das instituições da República pudesse ser degradado a uma função de mera satisfação instrumental de interesses governamentais e de desígnios pessoais. O cidadão tem o direito de exigir que o Estado seja dirigido por administradores probos e juízes incorruptíveis. Quem tem o poder e a força do Estado em suas mãos não tem o direito de exercer em seu próprio benefício a autoridade que lhe é conferida pelas leis da República”.

Lula: “Alguns companheiros podem ter errado, mas o PT acertou muito mais do que errou. Eu nunca soube de nada disso que eles chamam de mensalão”.


Celso de Mello: “A conduta dos réus, notadamente daqueles que ostentam ou ostentaram funções de governo, não importando se no Poder Legislativo ou no Poder Executivo, maculou o próprio espírito republicano. Em assuntos de Estado e de Governo, nem o cinismo, nem o pragmatismo, nem a ausência de senso ético, nem o oportunismo podem justificar, quer juridicamente, quer moralmente, quer institucionalmente, práticas criminosas, como a corrupção parlamentar ou as ações corruptivas de altos dirigentes do Poder Executivo ou de agremiações partidárias. Corruptores e corruptos devem ser punidos na forma da lei”.


Lula: “O que houve foi uma tentativa de golpe contra o governo do metalúrgico que governa pensando nos pobres. A elite não consegue admitir que um operário sem estudo foi o melhor presidente”.


Celso de Mello: “Esses vergonhosos atos de corrupção parlamentar, lesivos à respeitabilidade do Congresso Nacional, atos de corrupção alimentados por transações obscuras arquitetadas em altos patamares governamentais, devem ser condenados e punidos com todo o rigor da lei. Esse quadro de anomalia revela as gravíssimas consequências que derivam dessa aliança profana, desse gesto infiel e indigno de agentes corruptores, públicos e privados, e de parlamentares corruptos, em comportamentos criminosos, devidamente comprovados, que só fazem desqualificar e desautorizar, perante as leis criminais do País, a atuação desses marginais do Poder”.
A sorte de Lula é viver cercado por sabujos. Nenhum deles se atreveu a perturbar o chefe da confraria dos fora-da-lei com a tradução do documento histórico.

Se entendesse a mensagem de Celso de Mello, até o mais loquaz dos governantes desde Tomé de Souza trataria de calar-se o mais silenciosamente possível.



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Três ministros condenam Dirceu e Lewandowski fica isolado


Joaquim Barbosa, Rosa Weber e Luiz Fux condenaram o ex-ministro pelo crime de corrupção ativa; voto de Ricardo Lewandowski provocou reação da corte

Laryssa Borges
e Gabriel Castro
Veja on line
 
"Não é possível acreditar que Delúbio sozinho tenha comprometido o PT com dívidas da ordem de 55 milhões de reais e repassado metade disso a partidos da base aliada"

Provas indiciárias, experiências de vida e a longa militância política de José Dirceu foram utilizadas nesta quinta-feira para construir votos que comprovam a atuação do ex-ministro da Casa Civil como corruptor do esquema do mensalão. Para os ministros Joaquim Barbosa, Rosa Weber e Luiz Fux, chega a ser fantasiosa a tese de que o petista se manteve alheio à engrenagem de corrupção montada por Delúbio Soares e pelo publicitário Marcos Valério de Souza.

Os três magistrados foram categóricos ao afirmar que não acreditam na inocência do ex-ministro e disseram que coube ao então titular da Casa Civil coordenar cada ato dos subordinados da legenda, José Genoino e Delúbio Soares, para liberação de milhões de reais utilizados para a cooptação de deputados no Congresso Nacional. Isolado, apenas o ministro revisor do mensalão, Ricardo Lewandowski, absolveu o todo-poderoso auxiliar do ex-presidente Lula e considerou que o Ministério Público se apoiou em critérios políticos, e não em provas concretas, para classificar o réu como “o chefe da quadrilha” do mensalão.

Até o momento, há quatro votos pela condenação de Delúbio Soares por corrupção ativa e três votos para apenar José Dirceu e José Genoino pelo mesmo crime.

Com um voto contundente em favor das provas indiciárias, o ministro Luiz Fux demonstrou que elementos de dedução e até a experiência de vida permitem concluir que não é possível que Delúbio Soares tenha agido sozinho em todo o esquema e que José Dirceu estivesse alheio a tudo. “Quando os indícios encontram ressonância na prova dos autos, adquirem status de prova tão robusta que servem para o decreto condenatório, indícios e presunções podem autorizar o juízo da culpa do agente”, disse.

“Pelas reuniões a que compareceu e pelos depoimentos que foram prestados, esse denunciado (José Dirceu) figura como articulador político desse caso penal, até pela sua posição de proeminência no partido e por sua posição de destaque no governo”, explicou o ministro.

O cenário para Dirceu é complicadíssimo porque, além dos três ministros que votaram condenação do petista, outros quatro integrantes do Supremo se pronunciaram nesta quinta-feira para criticar o voto de Lewandowski. Se não houver surpresas, Dirceu terá ao menos sete votos contra si - exatamente como o advogado Antonio Carlos de Almeida Kastro, o Kakay, previu nesta quinta.

No início da sessão, a interpretação de Lewandowski sobre as provas reunidas nos autos lhe rendeu críticas e intervenções dos demais integrantes da corte. O ministro disse, por exemplo, que cabia exclusivamente ao ex-tesoureiro Delúbio Soares o controle do caixa petista, que Dirceu estava completamente imerso em tarefas da Casa Civil e que todas as evidências elencadas pelo Ministério Público são meras “ilações” da promotoria.

“Mesmo após vasta instrução probatória, o Ministério Público limitou-se a potencializar o fato de José Dirceu exercer determinadas funções públicas para imputar-lhe a prática de vários crimes, sem se dar o trabalho de os descrever minimamente”, disse o revisor.

Confrontado pelos colegas – As intervenções à fala de Lewandowski ganharam maior corpo após ele ter absolvido nesta quarta-feira o ex-presidente do PT, José Genoino – o revisor ouviu críticas, sem rebater, contudo, ponto a ponto, as reflexões dos demais ministros.

Para Gilmar Mendes, por exemplo, há uma “contradição” de Lewandowski de condenar deputados corruptos e se limitar a apontar apenas Delúbio Soares como corruptor. “Vossa excelência condena alguns deputados por corrupção passiva, entendendo que houve repasses de recursos para algum ato, provavelmente de apoio político. Também em seu voto condena Delúbio Soares como corruptor ativo. Não está havendo uma contradição?", questionou Mendes. Marco Aurélio Mello ainda rejeitou a interpretação do revisor de que Delúbio era senhor de todo o esquema criminoso, não tendo de se reportar a nenhum grão-petista. “Vossa Excelência imagina que um tesoureiro de partido político teria essa autonomia?", indagou.

Decano do tribunal, Celso de Mello também fez uma intervenção à fala de Lewandowski, após o revisor ter questionado porque a compra de parlamentares ocorreu apenas na Câmara dos Deputados, e não também no Senado Federal. Mello lembrou o óbvio: "Talvez porque não houvesse prova de que houve compra no Senado".

Relator - No duro voto que proferiu nesta quarta-feira, Joaquim Barbosa detalhou a distribuição de tarefas na organização criminosa. Afirmou que José Dirceu comandou o esquema e ofereceu às instituições bancárias garantias de favores em troca dos repasses para o valerioduto. “Dirceu era o negociador da obtenção de recursos utilizados no esquema de compra de apoio político, que dependia também de sua atuação na Casa Civil”, explicou.

"Os pagamentos efetuados por Delúbio Soares e Marcos Valério aos parlamentares com os quais Dirceu mantinha reuniões frequentes o colocam em posição central, posição de organização e liderança da prática criminosa, como mandante das promessas e pagamentos das vantagens indevidas aos parlamentares que viessem a atender propostas de seus interesses”, disse Barbosa.

Na sessão plenária desta quinta – a 32ª sessão de julgamento do mensalão, a ministra Rosa Weber apresentou de forma sucinta as acusações que pesam contra Dirceu e Genoino. "Não é possível acreditar que Delúbio sozinho tenha comprometido o PT com dívidas da ordem de 55 milhões de reais e repassado metade disso a partidos da base aliada", disse ela, ao condenar a dupla.

Mas Rosa Weber usou muito mais do que a lógica dedutiva para condenar Genoino e Dirceu. Ao citar o então presidente do PT, ela lembrou a participação decisiva dele na formação dos acordos políticos e financeiros com partidos aliados. Quando tratou do ex-ministro, ela mencionou o papel central do acusado na gestão do PT e do governo, lembrou os depoimentos contrários ao ex-ministro e citou fatos. "As reuniões com dirigentes do Banco Rural, os vários indícios da ligação próxima de José Dirceu com Marcos Valério, ilustrada pelos favores prestados à ex-esposa do acusado e a viagem de Marcos Valério, Rogério Tolentino e Emerson Palmieri para a obtenção de recursos ilegais da Portugal Telecom para o PT e o PTB, apenas conformam a minha convicção e fecham o quebra-cabeças”.



MENSALÃO em Post do Leitor: voto de Lewandowski absolvendo Dirceu é histórico — no pior sentido


 

"Lewandowski irá vagar como alma penada entre os colegas do tribunal" (Foto: STF)


Com conhecimento de causa — tem longa prática jurídica — e indignação de cidadão, o amigo do blog Reynaldo-BH produziu um texto crítico sobre o voto que o ministro Ricardo Lewandowski acaba de pronunciar sobre o processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal que, a meu ver, deve ser compartilhado com os leitores.

Sinto uma vergonha por outros que, neste caso, chega a incomodar!

O ministro do Supremo Tribunal Ricardo Lewandovski, que absolveu o ex-chefe da Casa Civil do lulalato do crime de corrupção ativa, acabou de RECEBER UMA AULA do ministro Celso de Mello e uma fina ironia do presidente do STF, ministro Ayres Brito.

Lembrou – o que humildemente já escrevi em comentário – que a TEORIA DO DOMÍNIO DOS FATOS nasceu em 1939 com Welzel!! Lewandovsky cita Claus Roxin, como uma contraposição a Welzel que é INUSITADA! NUNCA ninguém citou este posicionamento.

Ao argumentar que o “professor de ginásio” o ensinou que as teorias intelectuais (TODAS) chegam no Brasil com 50 anos de atraso. TOMOU OUTRA REPRIMENDA! ” V.Sa. esta sendo injusto com a intelectualidade brasileira!”. Não se emendou!

No afã de ser subserviente, Lewandovski começa a ser o novo Fantasma DO Supremo. Irá INDUBITAVELMENTE vagar como alma penada por entre os colegas de Tribunal.

Tenta fazer um discurso para quem dele espera o que prometeu entregar.

Seria mais prudente dizer, simplesmente:

– Absolvo o réu!

Ao tentar dar ares de profundidade e conhecimento jurídico (que provou não ter, e NÃO SOU EU QUE DIGO, mas os próprios pares!), ao ignorar provas (dizendo que o que não está nos autos não está no mundo e usando uma entrevista de AGOSTO deste ano assim, como impressões pessoais sobre o “caráter” de acusados, em uma clara contradição do que ele próprio dizia), ao atacar o Ministério Público com uma agressividade incomum, ao desprezar a doutrina defendida pelos pares nos votos anteriores, consegue ser menor do que ontem. E maior que amanhã.

O ministro Lewandowvski diminui a cada dia, na exata proporção da defesa (e não julgamento) que faz no Plenário do Supremo Tribunal Federal.

Solicito, encarecidamente, que NÃO vejam em minhas palavras uma crítica ao VOTO de um juiz.

Critico O JUIZ. Talvez seja até mais arriscado!

Defendo – com toda minha convicção! – o direito do magistrado votar com a sua CONSCIÊNCIA. Quando esta se mostra no voto.

Não concordo com a clara e evidente distorção de fatos, conceitos, escolas acadêmicas e postura de defensor pleno por parte de quem deveria JULGAR — e não ser um advogado de defesa.

Isto é VERGONHOSO!

A vergonha não está na discordância.

E sim nos motivos apresentados para tanto.

Desculpem esses comentários recorrentes (não sou comentarista de sessões do STF!) mas o que vejo realmente é HISTÓRICO.

No pior sentido.
04/10/2012


Afronta ao Supremo e ao estado de direito



A advocacia precisa se acostumar com um Judiciário de fato independente, como estabelece a Constituição

Editorial O Globo

Aceitamos qualquer veredicto da Justiça, contanto que seja a nosso favor — de forma bastante direta, este é o significado da iniciativa do mensaleiro Valdemar Costa Neto (PR-SP), já condenado pelo Supremo, e do advogado Marcio Thomaz Bastos de anunciarem a ida à Corte Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA), contra veredictos da mais alta instância da Justiça brasileira.

Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, de histórica ligação com o PT lulista, defendeu, sem sucesso, o réu José Roberto Salgado, ex-diretor do Banco Rural, instituição considerada pelo STF peça essencial da máquina de lavagem de dinheiro montada a fim de tentar legalizar o dinheiro público desviado para abastecer o esquema do mensalão.

Bastos e outros advogados de defesa consideram que os réus sem foro privilegiado — a grande maioria — são prejudicados por não terem como apelar a alguma instância superior, pois o STF é a última.

Podem apenas, por meio de embargos, pedir esclarecimentos sobre sentenças ou reivindicar revisão do julgamento, caso tenham obtido no mínimo quatro votos no Pleno. A valer a crítica, toda autoridade com foro privilegiado teria seus direitos de defesa desrespeitados.

Reclamam — e levantariam a questão na OEA — que o julgamento do caso em bloco os prejudicou. O pedido de desmembramento do processo foi encaminhado diversas vezes ao STF, inclusive na primeira sessão do julgamento, reivindicação sempre rejeitada pelos ministros.

E com razão, pois fragmentar o processo inviabilizaria o julgamento de forma organizada de crimes cometidos. Só numa avaliação do conjunto da denúncia do Ministério Público Federal seria possível cada juiz votar com o máximo conhecimento dos fatos.

Sem considerar que transferir a maioria dos réus para a primeira instância significaria inocentá-los, a priori, dada a conhecida lerdeza dos tribunais. Não seria feita justiça, ao contrário. E desmembrar ou não processos é prerrogativa da Corte. No caso, o STF decidiu mantê-lo unificado.

Os advogados também não podem dizer que não tiverem o mais amplo direito de defesa. Durante cinco anos, por exemplo, testemunhas foram ouvidas em todo o país, com a ajuda dos tribunais regionais, e sempre em dias e horários diferentes, para permitir o acesso de qualquer advogado dos réus aos depoimentos.

Querer recorrer de decisões tomadas no processo do mensalão a instâncias internacionais é desrespeitar a Justiça e, em particular, o Supremo Tribunal Federal, equiparando-o a uma Corte chavista, sem qualquer independência, e ainda nivelar o Brasil a uma dessas ditaduras africanas onde o poder é unitário e vertical.

A advocacia precisa se acostumar com um Judiciário de fato independente, como estabelece a Constituição.

O papel do revisor



O papel do revisor


Por Merval Pereira
O Globo

Contrariando seu comportamento ao longo de todo o julgamento, o ministro revisor Ricardo Lewandowski fez questão de começar a votar ontem mesmo, ao final do voto do relator, com o objetivo, que alcançou, de fazer um contraponto ao voto do relator Joaquim Barbosa.

Não será surpreendente se hoje Lewandowski ocupar boa parte da sessão, se não toda ela, para definir a não participação do ex-ministro José Dirceu no caso do mensalão.

Lewandowski agiu com insuspeitada rapidez, e possivelmente voltará aos seus longos votos hoje, simplesmente com o objetivo de não deixar o noticiário sobre o mensalão ser dominado pela condenação em massa do relator.

Se os primeiros votos dos demais ministros não forem dados amanhã — ou se poucos deles forem proferidos — não haverá decisão definitiva antes das eleições de domingo.

O voto do revisor a favor de Dirceu é inferência lógica da absolvição do ex-presidente do PT José Genoino e da condenação do ex-tesoureiro Delúbio Soares.

O revisor caminha para pôr toda a culpa do ocorrido em Delúbio, como se o PT fosse partido sem comando em que o tesoureiro fosse o responsável por toda sorte de falcatruas e corrupções já apuradas durante o processo em julgamento.

Se Genoino, que assinou os empréstimos falsos do PT, não tem culpa alguma no cartório, o que dizer do ex-ministro-chefe da Casa Civil, que se declara na sua defesa completamente alheio ao que acontecia no partido que até então dominava politicamente e do qual fora o último presidente antes de assumir seu posto de “capitão” do time de Lula que chegava ao Palácio do Planalto?

Lewandowski, na defesa de sua tese, que, indicam os votos anteriores, está isolada no plenário do STF, praticamente acusou seus confrades e confreiras de estar julgando com base em teses não comprovadas nos autos, atribuindo ao plenário da Corte atitudes que usualmente têm sido apontadas pelos advogados dos réus e pelos grupos petistas na política e na mídia.

A tal ponto que Marco Aurélio Mello sentiu-se obrigado a ironizar a atitude do colega, dizendo entre sorrisos que estava “quase” se convencendo de que o PT não comprara votos.

Duas teses de Lewandowski para absolver Genoino não encontram respaldo nos fatos. Dizer que o aval que ele deu aos empréstimos era “moral” significa que não valia, e é de se perguntar qual banco emprestaria altas somas de dinheiro apenas com um “aval moral”.

Além do mais, alegar que o estatuto partidário o obrigava a assinar os empréstimos é, data venia, uma falácia. A assinatura do presidente do partido é exigida justamente para que o tesoureiro não tenha a possibilidade de agir sozinho, como quer provar o revisor.

Ao presidente Genoino cabia recusar-se a assinar tal documento se não estivesse convencido de que era transação legítima.

Como o STF, por maioria, já deliberou que os empréstimos foram fraudulentos, de nada vale a presumida boa intenção de Genoino e muito menos o documento de quitação da dívida oito anos depois, dias antes do início do julgamento.

Mesmo assim, quem chamou a atenção para as datas foi o presidente do Supremo, Ayres Britto, pois o revisor apresentara o documento como a prova do pagamento sem especificar quando fora feito.

Joaquim Barbosa rebateu a nova tese do revisor afirmando que não se pode dar crédito a documento do Banco Rural (pertencente a Katia Rabello e não Katia Abreu, como escrevi ontem, já condenada pelo STF por gestão fraudulenta).

Houve momento no voto de Lewandowski em que uma afirmação sua foi contestada por dois ministros.

Foi quando afirmou que o corréu Roberto Jefferson não havia confirmado em juízo as afirmações que fizera anteriormente em entrevistas e na CPI dos Correios. Luis Fux perguntou se o revisor estava afirmando que Jefferson havia negado em juízo todas as acusações que fizera, e Lewandowski saiu pela tangente, dizendo que o líder do PTB fora “reticente”.

Foi a vez então do presidente do Supremo lembrar-lhe de que há nos autos a confirmação de Jefferson diante do juiz, ao que Lewandowski disse que seria confirmação apenas formal, não corroborada pelas declarações seguintes, sempre vagas, segundo ele.

De fato, foi dia sem surpresas, com o relator condenando quase todos os envolvidos no caso, e o revisor tentando livrar o ex-presidente do PT José Genoino de responsabilidades, encaminhando o voto para absolvição do ex-ministro José Dirceu.

Evangélicos abrem guerra contra Haddad: ele " infestará as escolas com o kit gay"



Edir Macedo associa o candidato do PT ao mensalão e diz que os "comparsas" de Haddad "roubaram o Brasil e agora assaltarão São Paulo"


CoroneLeaks
Principal apoiador de Celso Russomanno (PRB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Rede Record, bispo Edir Macedo, centrou fogo contra Fernando Haddad (PT).

Em ataque ao petista, Macedo publicou um texto com cinco motivos para não votar em Haddad.

O principal, segundo o bispo, é que o petista "infestará as escolas municipais com seu kit gay", se eleito.

O documento associa o candidato do PT ao mensalão e diz que os "comparsas" de Haddad "roubaram o Brasil e agora assaltarão São Paulo".

Fala ainda dos problemas do Enem que marcaram a gestão do petista quando ministro da Educação.
 
Em seu blog, Macedo publicou ontem o texto "Desabafo da revolta", como se fosse uma carta recebida por ele de alguém que assina como "amigo".

No texto, o autor diz que Haddad "tentou obrigar" a distribuição "uma publicação que defende a homossexualidade, que estimula nossas crianças a viverem em pecado" e afirma que Haddad distribuirá o kit gay nas escolas.
 
O texto é permeado do início ao fim por ataques ao petista. "Haddad mente. Ataca sem argumentos os demais candidatos, principalmente o líder nas pesquisas, Celso Russomanno", diz.

O documento diz que Haddad não é "sério" e que não "assumiu seus erros" quando houve problemas no Enem.

O "desabafo" publicado pelo bispo diz que "José Dirceu, Genoino, Delúbio [Soares] e Marcos Valério", réus no julgamento do mensalão, "são todos companheiros" de Haddad.
"Mesmo que sejam condenados, quem nos garante que irão para a cadeia?

Quem nos garante que, no dia seguinte à posse, não estarão devidamente instalados nos gabinetes do secretariado da prefeitura?

E mesmo que não sejam eles pessoalmente, seus indicados estarão lá".
 
Por fim, defende Russomanno. Os ataques ao PT fazem parte da estratégia adotada às vésperas do primeiro turno. Além de o candidato subir o tom contra Haddad, a campanha reforçou a ofensiva por meio da igreja neopentecostal e de folhetos contra o petista.

A candidatura distribuiu panfletos com críticas à principal proposta do PT, o Bilhete Único Mensal. "Na proposta do Haddad, uma família com quatro pessoas vai pagar R$ 560 por mês só com o Bilhete Único Mensal do PT", diz o folheto.

"Você quer pagar menos? A proposta de Russomanno tornará a passagem mais barata".
 
A campanha prepara novos ataques. "Estamos em stand by, mas podemos lançar novos materiais gráficos até sábado", disse o marqueteiro da campanha, Ricardo Bérgamo. Em sua fala, Russomanno assumiu de vez o discurso agressivo contra o PT e repetiu por 14 vezes, em 14 minutos, que Haddad "mente".

O candidato rebateu críticas à sua proposta de cobrar a passagem de ônibus de acordo com o trajeto percorrido. Para Haddad, isso prejudicará os pobres, que vivem na periferia.
 
"Haddad está mentindo literalmente, deslavadamente a respeito da minha proposta. Ele é mentiroso", declarou, antes de fazer uma carreata na zona leste. "Ele [Haddad] vai para o segundo turno comigo e vai fazer todos os debates comigo. Agora chegue ao segundo turno (sic). Seja competente para chegar, porque até agora não foi". O candidato evitou falar do vínculo com o bispo Macedo. "Não falo mais sobre isso. Sou católico. Vocês querem acompanhar o batismo do meu filho para saber quem eu sou?"
 
Ao ser questionado sobre as críticas de Macedo, Haddad buscou não relacionar o episódio à opinião pessoal do bispo Edir Macedo. Segundo o petista, a campanha enviará carta para rebater, ponto a ponto, as críticas do texto. "Vamos informar o remetente das injustiças, das injúrias que está cometendo. Muito provavelmente não o faz por má fé, mas por desinformação", afirmou. O petista evitou polemizar.
 
Russomanno, ao mesmo tempo em que ataca o PT, poupa o candidato do PSDB, José Serra. Ontem a campanha tucana começou a distribuir panfletos dizendo que a candidato do PRB é vinculada à Igreja Universal do Reino de Deus e mostrando denúncias contra o candidato. Russomanno evitou comentar. "Estamos acompanhando. Se houver irregularidade nós vamos tomar as providências jurídicas", afirmou.
 
Ao comentar sua queda nas pesquisas, Russomanno mostrou-se como "vítima do ataque de sete partidos". "Tenho dois minutos de televisão e os outros têm sete minutos cada. Todos estão me bombardeando", disse.

Segundo o Datafolha divulgado ontem, Russomanno caiu cinco pontos percentuais em uma semana e está com 25% das intenções de voto, em empate técnico com Serra, que tem 23%. Haddad tem 19%.

4 de outubro de 2012

E afinal, Lula sabia ou não?






por RicardoNoblat


Comentário sobre a decisão do STF de descartar a tese do caixa dois.

04/10/2012



Lewandowski condena Delúbio e faz de Genoino mártir



Ministro revisor não poupou o ex-tesoureiro do PT, mas argumentou que a acusação contra o ex-presidente do partido é "artificial"

Gabriel Castro e Laryssa Borges
Veja on line


O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, votou nesta quarta-feira pela absolvição de José Genoino, presidente do PT na época do escândalo. Apesar de Genoino ter assinado, em nome do partido e na condição de fiador, a concessão de um empréstimo comprovadamente fraudulento para a sigla, o ministro considerou que o petista não tinha ciência dos crimes cometidos por Delúbio Soares.

"O Ministério Público jamais individualizou as condutas imputadas a Genoino", disse o ministro, que criticou duramente a Procuradoria-Geral da República ao tratar a acusação, neste ponto, de "artificial e forçada". Chegou a afirmar que Genoino era um deputado "ideológico", que não enriqueceu ao longo da trajetória política e, no limite, disparou: "O réu se viu obriga à kafkiana tarefa de defender-se de atos abstratos."

Mesmo o aval dado aos empréstimos não vale como prova, alega o ministro, que acabou criando uma nova categoria de avalista: "Esse era um aval moral, muito mais do que um aval real". A acusação aponta que, com seu pequeno patrimônio declarado, Genoino jamais poderia se tornar avalista de um empréstimo de 3 milhões de reais.

Lewandowski, aliás, disse que o empréstimo obtido pelo PT foi pago, o que provaria a lisura da transação. Coube ao presidente da corte, Carlos Ayres Britto, lembrar o óbvio: o pagamento só foi finalizado neste ano, bem depois que o escândalo do mensalão eclodiu. O ministro Marco Aurélio de Mello também interrompeu, com fina ironia: "Vossa Excelência está quase me convencendo de que o PT não fez nenhum repasse a qualquer parlamentar".

Para livrar o ex-guerrilheiro, o revisor chegou a citar o patrimônio modesto (170 000 reais, segundo a Justiça Eleitoral) de Genoino como uma prova da idoneidade do réu - o ministro só se esqueceu de que o petista é acusado de corrupção ativa, não passiva. O petista, aliás, responde a mais sete processos, inclusive o que trata da concessão fraudulenta de um empréstimo do Banco BMG ao PT.

Leia também: Entenda o julgamento do mensalão
Veja o placar do julgamento, crime por crime, réu por réu

Delúbio - Lewandowski adotou a estratégia de centrar as acusações do núcleo político em Delúbio Soares. Para o ministro, foi o tesoureiro do PT quem montou o esquema em parceria com Marcos Valério. "Ficou bem comprovado que Delúbio agiu com plena desenvoltura, sempre associado a Marcos Valério para os fins políticos e quiçá privados descritos na denúncia", afirmou o revisor, ao condenar o petista.

Lewandowski também condenou quatro nomes ligados ao núcleo publicitário: Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e Simone Vasconcelos. Por outro lado, absolveu Geiza Dias, funcionária da SMP&B que participava dos repasses financeiros.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Charge


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 Amarildo


VALDEMAR COSTA NETO E SUA RIDÍCULA APELAÇÃO PARA A CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, DA OEA




Se moda pegar e todos os bandidos que possam “bancar” caríssimas assessorias jurídicas resolverem apelar para a Corte Interamericana de Direitos Humanos, ligada à OEA (Organização dos Estados Americanos), tentando reverter à condenação recebida por tribunais brasileiros, tal como estaria pretendendo fazer o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP, antigo PL), recorrendo contra a sua condenação no processo do Mensalão, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o Brasil talvez seja exposto à vergonhosa situação de aturar alguns outros “endinheirados facínoras”, a exemplo dos chefões do tráfico de drogas e/ou líderes de organizações criminosas, tal como o PCC, tentando ridicularizar internacionalmente a Justiça Brasileira, também alegando serem vítimas de condenações injustas.

Tomara que Corte Interamericana de Direitos Humanos, tendo coisas mais importantes para fazer, desconsidere a pertinência da apelação de Valdemar Costa Neto, esse reles “bandoleiro de estrada”, assim como foi classificado pelo juiz Celso de Mello, durante o seu voto no STF, dedicando-lhe o mesmo tratamento recebido pela ex-procuradora do INSS, Jorgina de Freitas, condenada por golpes aplicados na instituição em que trabalhava, quando a “maracuteira” tentou esse mesmo tipo de artimanha e teve sua apelação “solenemente ignorada”.
Júlio Ferreira
Recife – PE


03.10.2012

Sobre a sessão de hoje do julgamento do Mensalão





Por Reinaldo Azevedo

Os asquerosos que tentam montar a rede de apoio a José Dirceu também decidiram atacar Joaquim Barbosa, que está sendo chamado, entre outras delicadezas, de “capitão do mato”.

É evidente que se trata de uma manifestação de cunho discriminatório, racista. “Capitães do mato”, originalmente, eram as pessoas encarregadas de capturar escravos fugidos. Mais tarde, passou a designar pessoas que caçam quaisquer tipos de fugitivos.

Os capitães de mato eram, na esmagadora maioria dos casos, negros ou mulatos libertos. Eram considerados uma escória tanto pelos escravos, que os odiavam por razões óbvias, como pelos brancos, que não os aceitavam como um dos seus. As próprias forças de segurança regulares os viam com desprezo. É evidente que não tentariam desqualificar o ministro dessa maneira se ele fosse branco. Ora, se lhe imputam uma suposta falha em razão da cor de sua pele, e evidente que se trata de manifestação de caráter racista.

Falta pouco para que os salafrários racistas chamem Barbosa de “negro de alma branca”…

Pois é… Esses caras tinham a certeza de que o ministro lhes beijaria a mão pela suposta dádiva que lhe concederam. Barbosa preferiu, digamos, beijar a Constituição e as leis. E a canalha está furiosa por isso.

Que o ministro continue a ser o capitão da Constituição e cace (e casse), de modo implacável, os fugitivos da ordem democrática.


O PT e a rede de aluguel na Internet decidiram criar uma hashtag no Twitter: #estouComDirceu. E tentam emplacar a mensagem entre os trending topics. Talvez até consigam porque as pessoas saudáveis decidiram aderir, mas acrescentando algumas palavrinhas a declaração tão especiosa. Lá se leem coisas como:

#estoucomdirceu na Papuda;
#EstouComDirceu na penitenciária; ele põe crédito no celular da galera;
#EstouComDirceu na cadeia. A beliche de baixo é minha;
#EstouComDirceu e com Marcola;
#EstouComDirceu, ou seja, lascado!
#EstouComDirceu e com Fernandinho Beira-Mar…

A hashtag está saindo pela culatra…


Joaquim Barbosa responde à alegação da defesa segundo a qual encontros em um chefe da Casa Civil e dirigentes de empresas são práticas comuns. São mesmo, é?

Barbosa indaga e exclama a um só tempo: o que faziam nesses encontros Marcos Valério e Delúbio Soares?! Nem um nem outro tinham cargo no governo. Oficialmente, um era só o dono de uma agência de publicidade que trabalhava para estatais, e o outro, tesoureiro de um partido.

Estavam lá por quê?

A coincidência entre os encontros e os empréstimos fraudulentos fala por si.


Barbosa desmoraliza uma das alegações da defesa, segundo a qual um encontro da banqueira Katia Rabello com José Dirceu tinha por objetivo debater a exploração de… nióbio!!!

Huuummm… Plauto Gouveia, então dirigente do banco e hoje seu vice-presidente, em depoimento, afirmou que nunca tinha ouvido falar dessa história.

Nada disso! O próprio Plauto confirmou que um dos temas da conversa foi a suspensão da intervenção no Banco Mercantil de Pernambuco, do qual o Rural era sócio minoritário, com 22%.


Joaquim Barbosa conclui a segunda parte do Capítulo VI da denúncia. O ministro lembra que José Dirceu era o chefe inconteste do PT e segundo homem mais importante da República — maior do que ele, só o presidente da República.

Mas não se limita ao diz-que-diz-que, não, ou, ainda à chamada “responsabilidade objetiva”. Ao contrário: demonstra a intimidade entre a cúpula do Banco Rural e José Dirceu, intermediados por Marcos Valério.

Barbosa demonstra que os empréstimos fraudulentos do Banco Rural para as empresas de Valério — e que eram uma das fontes de mensalão — se davam depois de encontros da direção do Rural com… Dirceu.

Ah, sim: Delúbio e o próprio Valério participaram dos encontros.

03/10/2012