Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 6 de abril de 2013

Governo nega informação publicada pelo Estadão e diz que Heleno Torres não foi indicado para o STF. Jurista já falou até em anulação do julgamento do mensalão



Por Reinaldo Azevedo

O Estadão anunciou (ver post na home) que o tributarista Heleno Torres tinha sido indicado por Dilma Rousseff para a vaga que está aberta no Supremo Tribunal Federal. Os dois mantiveram um encontro. Segundo o jornal, a presidente ficou irritada com o vazamento, o que levou o Planalto a negar que a decisão já tivesse sido tomada. Se o escolhido for mesmo Torres, cumpre lembrar o que ele andou afirmando sobre o julgamento do mensalão. Já volto ao tema.

Leiam, antes, o que vai no Estadão.

Volto em seguida.

A presidente Dilma Rousseff reuniu-se na noite desta sexta-feira, 5, com o advogado tributarista Heleno Torres, no Palácio do Planalto. Segundo fontes do Supremo Tribunal Federal (STF) informaram à Broadcast, Torres é o escolhido para substituir o ministro Carlos Ayres Britto, que deixou a Côrte no fim do ano passado.

O Palácio do Planalto negou, oficialmente, que Dilma já tenha tomado uma decisão sobre o assunto. O “vazamento” do encontro irritou a presidente. Até agora, o tributarista foi o único chamado para uma conversa reservada com Dilma. Os outros advogados que pleiteiam a vaga – Luiz Roberto Barroso, Eugênio Aragão e Humberto Ávila – não foram convocados por ela.

No Twitter, o professor da USP e articulista do Estado Gaudencio Torquato, escreveu que, em almoço com Torres, o tributarista confirmou ter sido escolhido para assumir cadeira no Supremo.

“No almoço, Heleno Torres me comunicou que foi escolhido para o Supremo. E me convidou para a posse. Claro que irei. Grande jurista”, escreveu Torquato na rede social. Poucos minutos depois, Torquato afirmou ter entendido mal o advogado e atribuiu o erro ao barulho do restaurante onde estavam almoçando.

“Corrigindo: entendi errado. Heleno Torres não foi escolhido STF (sic). Me disse: se for, você está convidado. Ouvido mouco ouve só o bom”, disse. “Reafirmo: barulho de restaurante atrapalha audição. Heleno não foi escolhido. Mas torço por ele. Apenas isso”.

Voltei: o mensalão
No dia 3 de agosto de 2012, o site Consultor Jurídico publicou uma reportagem sobre o que pensavam alguns juristas a respeito do julgamento do mensalão. Um dos ouvidos foi Heleno Torres, que disse o seguinte:

“O Tratado do Pacto de San José proclama direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior. Por tudo isso, no final, a Corte Interamericana terá que anular esse julgamento, sob pena do seu absoluto descrédito”.
O próprio STF já se posicionou a respeito. A Corte Interamericana, obviamente, não é corte revisora do Supremo. Fosse assim, o tribunal deixaria de ser a última instância da Justiça brasileira, que transferiria essa prerrogativa a uma organização multinacional.

Vejam bem… Se Heleno Torres acha que a Corte Interamericana não só pode como “terá” de anular o julgamento do mensalão, entende-se o entusiasmo do PT com a sua eventual indicação.

05/04/2013



Procuradoria pede investigação sobre envolvimento de Lula no mensalão após denúncia de Valério


Empresário afirmou que teria sido feito repasse de US$ 7 milhões ao PT, por meio da Portugal Telecom


O Globo
BRASÍLIA - O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) pediu à Polícia Federal a instauração de inquérito para investigar denúncia feita pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, em depoimento prestado à Procuradoria Geral da República (PGR) em setembro de 2012 de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria envolvido em uma negociação com o executivo da Portugal Telecom, Miguel Horta.

Valério foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 40 anos como operador do mensalão.
“O teor específico desse relato já foi divulgado na imprensa. Nele, o empresário afirma que teria sido feito um repasse de US$ 7 milhões por parte de fornecedora da Portugal Telecom em Macau (China), ao Partido dos Trabalhadores (PT), por meio de contas bancárias no exterior”, diz a nota.

A Procuradoria já havia aberto seis procedimentos preliminares para apurar o depoimento em que Marcos Valério. Ele acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter conhecimento do esquema de compra de votos no Congresso Nacional nos primeiros anos de seu mandato.

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto , afirmou por meio de nota que “não há nova informação em relação às que foram publicadas há cinco meses pelo jornal O Estado de S. Paulo”.

05/04/13

terça-feira, 2 de abril de 2013

Na reta final



Por Merval Pereira
O Globo

O próximo debate do julgamento do mensalão, a Ação Penal 470, será sobre os chamados “embargos infringentes”, recursos que teoricamente a defesa dos réus pode interpor quando a condenação tem um mínimo de quatro votos discordantes.

É o caso da condenação por formação de quadrilha que atingiu dez dos réus, incluindo o núcleo político, com José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares; o núcleo publicitário, com Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Simone Vasconcelos e Cristiano Paz; e o núcleo financeiro, com Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane.

Com a saída de Ayres Britto, o placar está em 5 a 4 e teoricamente, com a participação do novo ministro, Teori Zavascki, que não tomou parte do julgamento, mas atuará nos recursos, pode ser alterado para um empate, o que beneficiaria os réus.

Há ainda a possibilidade de um novo ministro ser indicado para a vaga do próprio Britto (Zavascki entrou na vaga de Cezar Peluso, que se aposentou antes de votar no item “formação de quadrilha”), o que preencheria o plenário do Supremo com 11 ministros.

Escrevi lá em cima “teoricamente” porque há dúvidas sobre se ainda existe a figura dos tais “embargos infringentes”, previstos no regimento interno do Supremo Tribunal Federal, mas não incluídos na Constituição de 1988 nem na Lei 8.038, que disciplinou os processos nos tribunais.

Embora haja ministros no STF e criminalistas que considerem que os “embargos infringentes” não existem mais, pois só são previstos na lei para a segunda instância, no debate deve prevalecer a preocupação com o amplo direito de defesa.

O ministro Celso de Mello, ao apreciar questão de ordem proposta pelo advogado Márcio Thomaz Bastos na primeira sessão de julgamento do mensalão, pedindo que o processo fosse desmembrado, garantiu que há duplo grau de jurisdição no STF, citando a previsão de embargos infringentes no Regimento Interno.

Ontem se encerrou o prazo regimental de 60 dias depois do julgamento, sem contar o recesso, para que o acórdão fosse publicado, com todos os votos dos ministros, mas o ministro Celso de Mello ainda não entregou sua versão revisada. O atraso, no entanto, não será tão grande, pois todos esperam que até o final da semana tudo esteja pronto.

A partir da publicação do acórdão, os advogados de defesa terão cinco dias para apresentarem seus recursos, que podem ser “embargos declaratórios”, onde se pede esclarecimento sobre pontos específicos dos votos, e “embargos infringentes”, onde se tenta mudar a condenação que tenha sido proclamada com pelo menos quatro votos contrários.

Os advogados de defesa estão tentando junto ao presidente do Supremo Tribunal Federal mais prazo para a apresentação dos recursos, alegando que o processo é atípico e muito grande, mas, como de vezes anteriores em que negou, por exemplo, a José Dirceu acesso antecipado aos votos já preparados, o ministro Joaquim Barbosa não deve alterar os prazos.

Ele tem dito que pretende seguir à risca os procedimentos para não “flexibilizar” a lei: “(...) todos me conhecem e sabem que eu não sou de flexibilizar a lei em nenhum sentido. Todas as decisões que tomei até agora foram no sentido de aplicar a lei.” Para ele, o acórdão já poderia estar pronto há um mês, que foi quando entregou a sua parte.

Mas a vontade de não permitir protelações no processo não chega ao ponto de publicar o acórdão sem o voto de um dos ministros, como chegou a ser cogitado. Barbosa garantiu ao ministro Celso de Mello que aguardará sua revisão. Por estar convencido de que todos os pedidos da defesa têm o objetivo de retardar o cumprimento das sentenças, o presidente do Supremo Tribunal Federal pretende colocar em julgamento os recursos o mais rápido possível.

02.04.2013

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Perdoai-os, cultores da democracia! Eles não sabem quem foi Montesquieu!




Por Reinaldo Azevedo

Vejam esta foto de Sérgio Lima, da Folhapress.


Um grupo de 70 manifestantes, leio em texto de Fernanda Odilla, na Folha, foi ao Palácio do Planalto protestar contra a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

Não só isso: ELES EXIGEM QUE A PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF TOME UMA PROVIDÊNCIA.

Vou escrever de novo: os que foram se manifestar no Palácio do Planalto cobram que a chefe do Poder Executivo tome uma providência contra o presidente de uma comissão do Poder Legislativo. Ele só está lá porque foi eleito deputado por 212 mil pessoas, porque foi referendado no cargo pelos líderes partidários e porque, ora vejam, as esquerdas esnobaram aquela comissão, que não rende dinheiro.

Eles certamente conhecem o pensamento do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), mas não o de Montesquieu.

Não têm ideia do que seja independência entre os Poderes.

Ignoram — ou, se sabedores, querem que seja Dilma a ignorar — que, num regime democrático, o chefe do Executivo não impõe sua vontade ao Parlamento.

O que costuma acontecer é justamente o contrário.

A imprensa faz uma cobertura sempre simpática aos manifestantes, pouco importa sua pauta, pouco importam seus atos, porque vivemos dias em que as garantias formais da democracia cedem aos apelos militantes das minorias que se querem maiorias, fazendo de sua própria intolerância uma pauta universal.

A censura à liberdade de expressão e de opinião está em alta. Tudo em nome dos “direitos”. Quem discorda não é mais alguém que pensa de modo diferente, mas um ser que tem de ser banido do mundo dos vivos.

Leio na Folha:
“Dilma está calada, até agora não falou nada. A gente não vai parar até ele sair”, diz o publicitário Lucas Valle, 22, munido de um cartaz com os dizeres “Dilma, mulher, mãe, guerreira, torturada, presidenta: manifeste-se”.

Muito bem!

Digamos que ela se manifeste e também peça a saída de Feliciano.

E daí?

Pergunta: Lucas Valle acha que a presidente também deveria se opor à presença dos mensaleiros condenados José Genoino e João Paulo Cunha na presidência da CCJ?

Se acha, cadê o seu panfleto?

Outro cartaz exibido é ainda mais eloquente:
“Até o papa renunciou. Feliciano, sua hora já chegou”.

As palavras fazem sentido. O “até o papa” poderia ser, assim, uma ordem de grandeza apenas: se até Bento 16 renunciou, por que não o simples presidente de uma comissão? Mas há mais do que isso.

O papa que saiu não tinha uma pauta exatamente coincidente com a dessa turma (o que entrou também não tem, note-se). Parece haver aí uma manifestação de alívio. A coisa poderia ser dita de outro modo: “Já nos livramos do papa; agora é a vez de Feliciano…”

Como vivemos dias realmente surrealistas, cumpre observar que renúncia é ato unilateral, como a do papa.

Os manifestantes que foram ao Palácio do Planalto não só pedem que o Executivo imponha sua vontade ao Legislativo, como nos tempos da ditadura, como querem eles próprios impor a Feliciano uma ação que só pode ser determinada por sua própria vontade.

Eu não tenho dúvida de que essa gente se acha um exemplo acabado de amor à democracia. E não duvido de que amplos setores da imprensa pensem a mesma coisa.

Até o dia em que vai aparecer um grupo com velas acesas para defender o “controle social da mídia”, o “controle social do humor”, o “controle social da opinião”.

Tomara que ainda haja gente para protestar contra os controladores, para lembrar Niemöller.

01/04/2013


Seis notas de Carlos Brickmann


 

Augusto Nunes

A hora do Mensalão

O ministro-revisor do processo do Mensalão, Ricardo Lewandowski, já concluiu sua parte no acórdão do julgamento. É provável que o acórdão seja publicado nesta semana, o mais tardar na próxima, abrindo-se então o prazo para recursos. Encerrado o julgamento dos recursos, cumprem-se as sentenças.


Engenhoso Engenhão

A melhor maneira de esconder um escândalo é arranjar outro escândalo com maior poder de escandalizar. Vale a pena ler a nota de um profundo conhecedor do Rio, o excelente colunista Aziz Ahmed, do jornal O Povo: “A divulgação que a prefeitura do Rio está dando à lambança que resultou na interdição do Engenhão tem um componente político articulado pela dupla Eduardo Paes ─ Sérgio Cabral.

Aproveitando a paixão do povo pelo futebol, os dois peemedebistas conseguiram apagar do noticiário uma trapalhada de maior gravidade, porque esconde suspeitas de conluios com empreiteiras, malfeitos e corrupção.

Trata-se do programa Minha Casa Minha Vida. Em Duque de Caxias, construíram um conjunto dentro de um charco. Em Niterói, o conjunto para o pessoal do Morro do Bumba está sendo demolido antes de ser ocupado. Em Itambi (Itaboraí), começaram a construir um conjunto com vários blocos e a obra foi abandonada”.

Alguém tem dúvida de que o problema do Engenhão sirva mesmo para isso?


As boas intenções

O senador mineiro Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência da República, conversou com a bancada federal do partido e pediu foco nas propostas tucanas. Tem razão. Só falta descobrir quais são as propostas tucanas.


Chega de intermediários

O PSDB já contratou um conselheiro político das campanhas de Barack Obama, David Axelrod, para trabalhar com seu candidato Aécio Neves. Outro americano, Antonio Villaraigosa, prefeito de Los Angeles em fim de mandato, que comandou a campanha de Hillary Clinton para ser candidata à Presidência (foi batida por Obama), também vem sendo procurado pelos tucanos.

Do marketing o PSDB está cuidando. Agora é só convencer o partido a apoiar o candidato.


A verba voa

A Prefeitura paulistana, com o petista Fernando Haddad, está demonstrando grande disposição de torrar dinheiro com propaganda. Em rádio e TV, no horário nobre (o mais caro), anunciou maciçamente a doação de um terreno para um novo campus da Universidade Federal de São Paulo. Não era verdade: o terreno existe, um dia, dizem, será doado, mas a doação ainda não foi aprovada pela Câmara. O Ministério Público Estadual decidiu abrir inquérito sobre o caso. A Prefeitura explicou que houve um engano, uma troca de anúncios: deveria ter saído um sobre saúde. Mas alguém aprovou a veiculação. Quem? Como? Silêncio.

Outros anúncios, mais baratos, são até ofensivos: apontam novos pontos de ônibus como um presente da Prefeitura para a cidade.

Quem imaginava que instalar pontos de ônibus fosse obrigação da Prefeitura certamente estava enganado.


Onde está Chávez?

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou oficialmente, há dias, que não seria possível embalsamar o corpo de Hugo Chávez, porque o tratamento teria de se ter iniciado logo após a morte. Não houve enterro oficial. Onde está o corpo de Chávez? Ficará no Museu Histórico Militar, sem sepultamento?



01/04/2013

Charge





Sponholz