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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O inesperado raiar do sol. Ou: A previsível surpresa de uma imprensa aprisionada na própria bolha





Alexandre Borges, um dos maiores especialistas em política americana no Brasil, foi certeiro nesse comentário, agora atualizado para os novos acontecimentos:

“Inesperada vitória do Brexit”

“Inesperada goleada do Trump nas primárias republicanas”
“Inesperado surgimento de Bernie Sanders”
“Inesperados ataques terroristas islâmicos no Ocidente”
“Inesperada derrota de Obama na lei de imigração”
“Inesperado prolongamento da recessão no Brasil”
“Inesperada rejeição de acordo de ‘paz’ com as Farcs”
“Inesperada tensão com a Rússia no Oriente Médio”

E, agora,

“Inesperada vitória de Donald Trump para a Presidência dos EUA”. Boa sorte para você que ainda tenta se informar com a velha imprensa.


Acrescentaria a “inesperada vitória de João Dória no primeiro turno em São Paulo” nessa lista. Já posso prever a próxima manchete da grande imprensa: “Inesperado raiar do sol hoje”.

Brincamos, mas a coisa é muito séria. A imprensa está aprisionada em sua própria bolha, criada por “jornalistas progressistas” que vivem numa redoma. Seu dia a dia não tem mais contato com o povo, com o indivíduo de carne e osso, só com abstrações e gente do mesmíssimo tipo.

Pense no cotidiano de um típico jornalista que mora em Nova York. Ele acorda e lê o NYT, escrito por gente como ele. Depois assiste o noticiário pela CNN, com gente como ele. Aí vai para o escritório, onde só tem gente como ele. Frequenta o Whole Foods para comprar por preços exorbitantes sua comida orgânica, e só cruza com gente como ele. Vai às “instalações” ver “arte moderna” e come seu tofu com amigos igualmente “descolados”, enquanto comentam sobre a nova moda do ecosexualismo.

Esse sujeito não sente mais cheiro de povo. Nunca mais teve contato com um americano da classe média que faz compras na Wal-Mart, frequenta a missa aos domingos, assiste Fox News e, cruzes!, faz churrasco com os amigos no fim de semana e fuma cigarro (não aquele de vapor, mas o tradicional). Essa figura não existe mais no encantado mundo de fantasias da elite encastelada.

Guess what? Esse “middle America” ainda é maioria. E não está gostando dessa elite de “ungidos” querendo lhe impor o que pensar, o que vestir, o que comer, em quem votar. Esses fenômenos todos são correlatos e apontam para o mesmo sintoma: a sensação de cansaço com o poder, o establishment, a hipocrisia do politicamente correto.

Enquanto essa turma continuar em sua bolha, os resultados serão todos “inesperados”. E para quem só segue esses “jornalistas” como fonte de informação, idem. Talvez seja a hora de você buscar fontes alternativas e independentes por aí…




09 de novembro de 2016












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