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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Cármen Lúcia acelerou





A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, impediu atrasos na tramitação do mais importante conjunto de delações da Lava-Jato, sob responsabilidade da equipe do falecido ministro Teori Zavascki, e homologou os 77 depoimentos dos donos e executivos da Odebrecht antes mesmo do fim do recesso do Judiciário. Talvez nem Teori fizesse tanto.

Com sua atitude, manda um recado mais do que contundente:se depender dela, não haverá obstáculos para que o maior volume de provas de corrupção contra altos figurões da República prossiga no Judiciário. Ela só não foi além do que seria sensato: manteve o sigilo dos depoimentos - algo que caberá ao novo relator, ainda não sorteado, avaliar.

A ministra avocou para si uma decisão que considerou urgente, mas sem imiscuir-se nos efeitos políticos da divulgação dos bombásticos depoimentos. Cármen Lúcia apenas disse ao País o que ele ansiava ouvir: a delação do fim do mundo é válida e a longa estrada da Lava-Jato continua aberta.

Com o Congresso em baixa, a ministra tem sido protagonista da cena política desde que assumiu a presidência do Supremo em setembro último. Além de dar o sinal verde para que a Lava-Jato acelere, Cármen Lúcia viu-se também, a pedido do Palácio do Planalto, no centro da discussão sobre a falência dos Estados. Por sua determinação, a primeira pauta do STF, nesta quarta, examinaria a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), também entregue à relatoria do ministro Teori.

Ela havia ainda escolhido focar seus dois anos de mandato à frente do tribunal na terrível situação dos presídios brasileiros.Com a eclosão das rebeliões, suas ações em favor dos mutirões para avaliar os processos dos presos, sobretudo os provisórios, ganharam adesão nacional. A ministra que prometeu colocar a Justiça a serviço da cidadania vai mostrando a que veio.



30/01/2017


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