Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sexta-feira, 7 de abril de 2017

EUA reagem e lançam dezenas de mísseis contra base militar síria


Em 1ª incursão militar contra regime de Assad, Exército atinge local de onde afirma ter partido ataque químico que horrorizou mundo; presidente defende 'fim de carnificina'

 Por O Globo

Trump faz pronunciamento para anunciar lançamento de mísseis que marcou primeiro ataque dos EUA ao regime sírio
Alex Brandon / AP


WASHINGTON - Horas após o presidente Donald Trump admitir retaliar a Síria pelas recentes ações do regime de Bashar al-Assad, o Exército dos EUA fez sua primeira incursão militar contra o governo durante a guerra civil na madrugada de sexta-feira (horário sírio). Dezenas de mísseis foram lançados contra a base militar de onde teria partido o ataque químico que deixou ao menos 86 mortos na segunda-feira. A Rússia, aliada do regime, foi avisada do ataque, revelou o Pentágono.

Segundo altos funcionários, o Exército lançou 59 mísseis Tomahawk a partir de destróiers estacionados no Mar Mediterrâneo, mirando um único destino — Ash Sha'irat, na província de Homs, de onde informações de Inteligência apontam que veio o ataque químico. Foram atingidos por volta de 3h45m a pista, aeronaves e depósitos de combustíveis, segundo altas fontes militares.

— Hoje à noite eu pedi um ataque militar direcionado numa base aérea na Síria, de onde o ataque químico foi lançado. É neste vital interesse de segurança nacional dos Estados Unidos prevenir e dissuadir a propagação e o uso de armas químicas mortais — afirmou o presidente durante um encontro com o homólogo chinês, Xi Jinping, em seu resort de Mar-a-Lago, na Flórida. — Nesta noite, apelo a todas as nações civilizadas para que se juntem a nós na busca para acabar com o massacre e o derramamento de sangue na Síria, e também para acabar com o terrorismo de todos os tipos e de todos os tipos.


Esta é a ação militar mais dura do governo Trump. O governo de Barack Obama havia ameaçado rebater Assad militarmente após outros episódios de ataques químicos atribuídos ao regime, mas nunca concretizou as declarações.

A Rússia, que apoia Assad, foi avisada do ataque. Segundo o Pentágono, os russos receberam a advertência para que soldados que pudessem estar em Ash Sha'irat saíssem do local.

"A agressão americana atingiu alvos militares sírios", mostrou uma chamada da TV estatal síria durante a madrugada.

Marinha dos EUA revela foto de lançamento de míssil a partir do USS Ross contra base da Síria
Robert S. Price / AP



Horas antes, a Rússia advertiu os Estados Unidos que o país poderia ter "consequências negativas" se lançar uma ação militar contra a Síria, após uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.


— Se houver uma ação militar, toda a responsabilidade recairá sobre os que tiverem iniciado uma empreitada tão trágica e duvidosa — declarou o embaixador russo na ONU, Vladimir Safronkov, na saída da reunião.

Mas o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, foi além:

— Moscou foi ou complacente ou incompetente em lidar com os sírios.




Soldados do Exército Nacional do Afeganistão bloqueam rua principal que dá acesso à base de Bagram, ao norte de Cabul
Foto: Massoud Hossaini / AP


Afeganistão  Em reação aos ataques de 11 de setembro de 2001, os EUA invadiram o Afeganistão e tiraram os radicais islâmicos do Talibã do poder, dando origem a uma onda bélica pelo governo de George W. Bush. A missão acabou formalmente em 2014, mas a volta da ameaça talibã fez tropas serem mantidas.





CASA BRANCA QUER ASSAD FORA

Veículos da imprensa americana revelaram que Trump recebeu do Pentágono opções de ações, que incluem a inabilitação de aeronaves do regime através de mísseis — sem arriscar forças americanas.

— Acho que o que Assad fez é terrível. O que aconteceu nas Síria foi uma desgraça para a Humanidade — afirmou Trump, que insinuou uma saída do ditador sírio. — Assad está ali, e acho que ele comanda as coisas, então algo deveria acontecer.

Tillerson chegara a aceitar a permanência de Assad antes do ataque químico, mas mudou de rumo e disse que o país prevê uma "resposta apropriada às violações de todas as resoluções prévias da ONU, das normas internacionais".

— O papel de Assad no futuro é incerto os atos que cometeu. Pareceria que ele não deve desempenhar qualquer papel para governar o povo sírio — afirmou Tillerson ao encontrar na Flórida o presidente chinês, Xi Jinping, que se reúne com Trump. — Apoiamos um processo político que conduza à saída de Assad.



Menino passa por cima de corpos de crianças mortas em ataque químico em Ghouta, na Síria, em 2013
Foto: Reprodução


Ofensivas da Síria a civisNa guerra civil síria, o regime de Bashar al-Assad reitera que não realiza ataques químicos. Mas especialistas independentes denunciam o uso recorrente de uso de gases letais como cloro e sarin contra áreas civis. Em Ghouta, um ataque com sarin em 2013 deixou entre 350 e 1.500 mortos, denunciaram organismos internacionais.





O local do ataque
Ataque foi na província de Idlib


06/04/2017

0 comentários: