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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Governo quer marcar para terça-feira votação da reforma da Previdência

 
Segundo líderes, definição acontecerá em jantar no Alvorada nesta quarta


Por Eduardo Barretto /
Catarina Alencastro /
Geralda Doca
O Globo
Sessão do Congresso Nacional
Ailton de Freitas / Agência O Globo


BRASÍLIA - O governo quer marcar, na noite desta quarta-feira, a votação da reforma da Previdência para o próximo dia 12. Mais cedo, o presidente Michel Temer recebeu cerca de 20 deputados em café no Palácio do Alvorada, onde também fará um jantar com a base aliada. Temer foi orientado a bater o martelo sobre pautar a votação, mesmo sem os 308 votos necessários.

O Planalto tem, hoje, cerca de 260 votos, segundo o deputado Beto Mansur (PRB-SP), vice-líder do governo na Câmara. Ele ainda defende que no jantar, mais tarde, o governo contabilizará aproximadamente 290 votos e decidirá, assim, pautar a votação em plenário para a próxima terça-feira. Como a mudança nas aposentadorias é uma emenda constitucional, são necessários 308 votos de deputados para que a tramitação prossiga. Após dois turnos no plenário da Câmara, a proposta segue ao Senado.

Darcísio Perondi (PMDB-RS), vice-líder da sigla na Casa, tem a mesma avaliação de Mansur: no jantar - em que também estarão presidentes dos partidos -,o governo decidirá levar a reforma previdenciária a voto no pleno.

— Votaremos na terça-feira — declarou Perondi, que estima haver de 120 a 150 deputados indecisos com a matéria.

— Governo forte com caneta na mão não perde — emendou.

De acordo com auxiliares, o presidente Michel Temer foi orientado a marcar a votação mesmo sem os 308 votos na conta. A avaliação é que esta quarta-feira é o "dia decisivo" para convencer os parlamentares, e que a definição da data seria um sinal importante de que a reforma está ganhando força. Portanto, mesmo com um cronograma fechado, o governo ainda terá de sair à cata de votos.

— Estamos no melhor momento desde que se iniciou a reforma — declarou o relator da matéria, Arthur Maia (PPS-BA). Contudo, ele ponderou que mudanças ainda podem ser feitas, e não quis comentar data para levar a emenda ao plenário.

— Quem define é o plenário — disse.

Outro vice-líder do governo, Carlos Marun (PMDB-MS) afirma que o governo necessita de 40 votos para aprovar a matéria na Câmara.

— Foi uma reunião de avaliação, estamos no caminho certo. Eu sou otimista, acho que faltam só em torno de 40 votos a serem conquistados — afirmou.

Alguns partidos discutem se fecharão questão sobre a reforma, obrigando todos os seus parlamentares a seguirem essa orientação. É o caso do PSDB, que bate hoje o martelo sobre isso, mas tende a não fechar questão. Marun disse que ainda que os tucanos não fechem questão, acredita que mais de 80% da bancada votará a favor da reforma. A bancada tucana tem 46 deputados e rachou ao meio quando das votações das denúncias contra Temer, ambas arquivadas.

— Contaremos com o apoio mais do que majoritário do PSDB, acho que de mais de 80% da bancada. É isso que a gente espera, haja vista que a reforma da Previdência é uma questão partidárias para o PSDB — avaliou Marun.

A preocupação manifestada durante o café da manhã foi quanto às bancadas do PR e do PSD. Os dois partidos devem fazer reuniões para discutir o tema nesta quarta-feira. O PMDB confirmará ainda hoje que fechará questão.

KASSAB: NÃO HAVERÁ PUNIÇÃO

Gilberto Kassab (PSD), ministro da Ciência e Tecnologia, não disse se sua sigla fechará questão pela reforma — quando o partido obriga votos e pode até expulsar rebeldes. Contudo, aventou um fechamento de questão "sem punição", fugindo da praxe.

— Não haverá punição. Você define as premissas de fechamento de questão — afirmou, ressaltando que a legenda tem "tradição de respeitar a bancada". Dos 38 quadros do PSD na Câmara, Kassab conta ter 15 a favor, dez indecisos mas com "probabilidade bastante grande" de votar sim. Os outros 13 seriam contrários. O PSD também é o partido do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

— Numa democracia, o respeito dentro do partido também é muito importante — emendou Kassab.


06/12/2017

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