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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Fachin rejeita recurso e determina prisão de Maluf


Deputado federal foi condenado a sete anos de prisão por lavagem de dinheiro

por André de Souza / Daniel Gullino /
Paulo Celso Perreira
O Globo
O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP)  Jorge William / Agência O Globo 17/09/2017


BRASÍLIA — O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira o início da execução de pena do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP). Maluf foi condenado pelo STF, em maio, a sete anos, nove meses e dez dias de prisão, por lavagem de dinheiro. A defesa do deputado recorreu da decisão, mas o recurso foi rejeitado pelo ministro. Fachin determinou que o início da pena será cumprido em regime fechado.

“A manifesta inadmissibilidade dos embargos infringentes ora opostos, na esteira da jurisprudência desta Suprema Corte, revela seu caráter meramente protelatório, razão por que não impede o imediato cumprimento da decisão condenatória”, escreveu Fachin, que delegou a expedição do mandato de prisão e a definição sobre o início e o final da pena para o Juízo das Execuções Penais do Distrito Federal.

Em maio, além da pena de prisão, a Primeira Turma do STF também determinou a perda de mandato de deputado federal e o pagamento de multa no valor de R$ 1,3 milhão.

O advogado da Maluf, Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirmou que ainda não teve acesso a decisão, mas criticou o entendimento do ministro:

— É uma decisão para mim teratológica, porque a admissão dos embargos é jurisprudência pacificada no Supremo. Não conheço nenhuma decisão que coloque dúvida a possibilidade de interposição de embargos quando há votos vencidos. E temos votos vencidos na preliminar e no mérito. Sequer consigo entender a decisão dele. Nunca vi essa decisão em absolutamente nenhum lugar — avaliou Kakay.

A assessoria do parlamentar informou que ele está em São Paulo.

ENTENDA CASO

De acordo com a sentença, Maluf desviou recursos das verbas para a construção da Avenida Águas Espraiadas, em São Paulo, quando ele foi prefeito da cidade (1993-1996). O prejuízo aos cofres públicos teria sido de aproximadamente US$ 1 bilhão.

O dinheiro teria sido enviado ao exterior e circulou em contas bancárias supostamente mantidas pela família do deputado na Suíça, Inglaterra e na ilha de Jersey, localizada no Canal da Mancha, a partir de distribuição feita de uma conta nos Estados Unidos.

A obra foi executada na década de 1990 por um consórcio formado pelas construtoras Mendes Junior e OAS, ao custo de R$ 796 milhões, em valores da época. Segundo as investigações, a Mendes Junior subcontratou várias empresas para vender serviços fictícios, cobrando propina de 10% do valor dos contratos.

O dinheiro teria sido enviado para o exterior por meio de doleiros contratados pelas próprias construtoras. As contas fora do país teriam sido abertas em nome de parentes de Maluf. Na avaliação do relator, Edson Fachin, ficou comprovado que o deputado tinha consciência das irregularidades cometidas.

19/12/2017

Cabral é condenado a mais 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro


Esta é a quarta condenação do ex-governador na Lava-Jato; penas somam 87 anos

por Juliana Castro
O Globo
Adriana Ancelmo, Cabral e Wilson Carlos (atrás da van) fizeram o mesmo vestibular 
Geraldo Bubniak 27-04-2017 / Agência O Globo

RIO - O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, condenou nesta terça-feira o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. Essa é a quarta condenação de Cabral na Lava-Jato. Agora, as penas já somam 87 anos. Na segunda-feira, o ex-governador virou réu pela 17ª vez na Lava-Jato.

No mesmo processo, a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo foi condenada a 8 anos de prisão, também por lavagem. Adriana já havia sido absolvida pelo juiz Sérgio Moro, mas foi condenada na Operação Calicute a 18 anos e 3 meses de prisão por associação criminosa e lavagem de dinheiro. O total da pena chega 26 anos.

A ação faz parte da Operação Eficiência, deflagrada em janeiro deste ano, e que surgiu a partir da delação dos irmãos doleiros Marcelo e Renato Chebar. Eles devolveram US$ 100 milhões da organização que estavam ocultados no exterior.

A Operação Eficiência deu origem a ao menos três processos relativos à lavagem de dinheiro no exterior, no Brasil e sobre o pagamento de propina do empresário Eike Batista a Cabral no exterior. A condenação de ontem ocorreu no processo que trata sobre a lavagem de R$ 39,8 milhões dentro do país. Ainda não há sentença nos outros dois processos da Eficiência.

"Verifico que a culpabilidade do réu se mostra bastante acentuada. Sérgio Cabral é o principal idealizador do audaz esquema de lavagem de dinheiro revelado nos presentes autos e nas demais ações penais em curso neste juízo, que movimentou milhões no Brasil e no exterior. A magnitude de tal esquema impressiona, seja pela quantidade de dinheiro espúrio movimentado (milhões), seja pelo número de pessoas envolvidas na movimentação desses recursos", afirmou o juiz na sentença.

Cabral foi denunciado uma vez em Curitiba e 16 no Rio, junto à 7ª Vara Federal Criminal do Rio, cujo responsável é Bretas. Desse total de processos, o ex-governador foi condenado em quatro processos. Em Curitiba, o juiz Sergio Moro condenou o peemedebista a 14 anos e 2 meses de prisão. Na ação da operação Calicute, Cabral recebeu uma pena de 45 anos e 2 meses de Bretas. Pelos crimes de lavagem de dinheiro, o ex-governador foi condenado em outro processo e recebeu pena de 13 anos.

Além de Cabral e Adriana, foram condenados os operadores do ex-governador Carlos Miranda (12 anos), Carlos Bezerra (4 anos), Ary Ferreira (6 anos e 8 meses de prisão) e Sérgio de Castro Oliveira (8 anos e 8 meses), o advogado Thiago Aragão (7 anos e 4 meses), ex-sócio de Adriana, e os delatores Álvaro José Novis (13 anos e três meses), Renato Chebar e Marcelo Chebar (17 anos e 3 meses). No caso dos colaboradores, a pena a ser cumprida é a que ficou estabelecida no acordo de delação. Bretas absolveu o publicitário Francisco de Assis Neto.



Ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque 02/08/2015 Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

Renato Duque: 84 anos e 3 mesesNa soma das penas, o ex-diretor da Petrobras já tem 72 anos e 11 meses de prisão decretados. Foi condenado por corrupção passiva, recebimento de vantagem indevida, lavagem de dinheiro e associação criminosa numa das ações. Atualmente, está preso no Complexo Médico Penal do Paraná. Duque teve uma pena ampliada no TRF-4.


ADRIANA ANCELMO:
PRISÃO DOMICILIAR

Nesta terça-feira, pouco mais de 12 horas após ser beneficiada com decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Adriana deixou o presídio de Benfica, onde ficou por 26 dias, em direção à sua casa, no Leblon, Zona Sul do Rio.

Foi a segunda vez que a mulher de Sérgio Cabral deixa a prisão para cumprir prisão domiciliar. Ela voltou a ser presa no último dia 23 de novembro por decisão dos desembargadores da 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

19/12/2017